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11 Jun 2012

As dificuldades na área projecto nos departamentos das línguas, ciências e expressões

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Pretende-se com este estudar caracterizar e contrastar os níveis de dificuldade apontados por 63 professores do 2º e 3º CEB relativamente aos 3 momentos (concepção, realização e avaliação) da Área Projecto.

Autor(es): Francisco Mendes
Entidades(es): Escola Superior de Educação – Instituto Politécnico de Viseu
Congreso: VII congreso internacional sobre la enseñanza de la educación física y el deporte escolar
BAdajoz 2007
ISBN: 9788461184170
Palabras claves:

As dificuldades na área projecto nos departamentos das línguas, ciências e expressões

Resumo:

Pretende-se com este estudar caracterizar e contrastar os níveis de dificuldade apontados por 63 professores do 2º e 3º CEB relativamente aos 3 momentos (concepção, realização e avaliação) da Área Projecto. Os resultados do questionário permitem-nos concluir que os professores que apresentam maiores dificuldades nos 3 momentos são do género feminino, maior experiência profissional, do QND, sem formação em Trabalho Projecto, da Área das Línguas e com reservas na aceitação da leccionação da Área Projecto, embora nem todas as diferenças tenham expressão estatística. No que se refere à comparação intermomentos em função de cada nível das variáveis independentes constata-se que as maiores e menores dificuldades ocorrem nos momentos de avaliação e realização, respectivamente.

Résumé :

Cette étude prétend caractériser et contraster les niveaux de difficultés pointés par 63 professeurs des 2iéme et 3iéme primaire relativement aux 3 moments de l’Aire du projet – Área Projecto – (la conception, la réalisation et l’évaluation). Les résultats du questionnaire nous permettent de conclure que les professeurs qui présentent les difficultés majeurs dans les 3 moments sont de sexe féminin, plus grand expérience professionnelle, du QND (Quadro de Nomeação Definitva), sans formation dans le travail de projet, de l’Aire des Langues et avec des réserves dans leur acceptation de participation dans l’Aire de Projet, malgré quelque différences ne son pas statistiquement significatives. En ce qui concerne la comparaison inter moments en fonction de chaque niveau des variables indépendantes, on constate que les difficultés les plus grandes et les faibles surgissent dans les moments d’évaluation et de réalisation, respectivement.

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Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº11.

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Abstrat

The aim of this study is to characterise and contrast the levels of difficulty encountered by 63 teachers of the 2nd and 3rd cycles of Basic Education on implementing the Project Area (of the curriculum) throughout its three stages (conception, application, assessment). The results of the questionnaire enable us to conclude that the teachers who display more difficulties during the 3 stages of development of the project are those who teach languages, belonging to the feminine gender, holding permanent posts, with an enlarged professional experience, but lacking proper training in the project area field and who have shown to be more reluctant to accept teaching the project area subject. Notwithstanding, the differences found are not statistically significant for all cases. With concern to an inter- stage comparison, in view of each level of the independent variables, it was found that the largest and smallest difficulties occur during the assessment and implementation stages, respectively.

1. Introdução

O Projecto da Gestão Flexível do Currículo introduziu modificações relevantes no 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico, das quais se destacam as Novas Áreas Curriculares não disciplinares (NAC) e, em particular, a Área Projecto. Pretende-se que esta área contribua para ultrapassar a perspectiva atomista do conhecimento, moldada por um ensino centrado em cada uma das diferentes disciplinas, proporcionando ao aluno a apropriação do conhecimento numa visão holística que articule e integre os diversos saberes pelo envolvimento na concepção, realização e avaliação de projectos. O estudo tem por objectivos:

• Caracterizar os níveis de dificuldade dos professores face à concepção, realização e avaliação do Projecto Interdisciplinar;

• Contrastar os níveis de dificuldade nos 3 momentos do Projecto Interdisciplinar em função do género, formação em Trabalho Projecto, área disciplinar e atitude face a leccionação da Área Projecto.

2.Material e Métodos

2.1 Amostra

A amostra é constituída por 63 sujeitos, que leccionam ou leccionaram a Área Projecto e que apresentam as características que se sintetizam no quadro 1. Quadro 1 – Caracterização sumária da amostra em função dos diversos níveis das variáveis independentes,

Quadro 1. As dificuldades na área projecto nos departamentos das línguas, ciências e expressões

Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº 4

2.2 Variáveis

Independentes Género – Masculino e feminino Receptividade a leccionação da Área Projecto – Aceito com reserva e Aceito sem reservas Área disciplinar – De forma arbitrária, considerámos 3 níveis: Ciências, Letras e Expressões Formação em Trabalho Projecto – dicotomizámos em Sim e Não Variáveis dependentes Score médio obtido pelo sujeito em cada um dos momentos (concepção, realização e avaliação) bem como o score médio global na totalidade dos 22 itens.

2.3 Instrumento

Conjunto de afirmações relativas à concepção, realização e avaliação do Projecto Interdisciplinar em que o docente exprime a sua opinião relativamente ao nível de dificuldade: Muito difícil(1), Difícil (2), Pouco difícil (3), Fácil (4) e Muito Fácil (5). O instrumento possui validade aparente ou facial e a consistência interna traduz-se num Alpha de .912 para 22 itens.

2.4 Técnicas Estatísticas

t-test, t-pares, Anova e Análise Discriminante. O nível de confiança é de 95%.

3. Apresentação e discussão dos resultados

3.1 Análise global

Quadro 2 – Caracterização sumária do score médio global e de cada momento e resultados do t-test em função dos grupos decorrentes das variáveis independentes.

Quadro 2. As dificuldades na área projecto nos departamentos das línguas, ciências e expressões

Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº 4

O score médio global do questionário, quando analisado em função da totalidade da amostra, situa-se, em termos de dificuldade, entre o difícil e o pouco difícil (2,99± ,47). Também os resultados nos 3 momentos (concepção, realização e avaliação) confirmam que as dificuldades na leccionação da Área Projecto assumem um carácter mais ou menos transversal, revelando-se particularmente evidente na avaliação (2,85 ± .64) que se constitui como o único momento abaixo do valor 3 (pouco difícil). No entanto, apenas os docentes com e sem formação em Trabalho Projecto se revelam estatisticamente significativos t(61) = -2.13, p<.05. A aplicação do t-test aos resultados de cada momento, em função do género, indicanos a existência de diferenças entre eles embora sem magnitude suficiente para que as mesmas tenham expressão estatística (p>.05), ainda que próximo do nível de significância na realização t(61)=1,91, p =.06.

Quadro 3 – Comparação dos diferentes momentos da Área Projecto, em função do género dos docentes

Quadro 3. As dificuldades na área projecto nos departamentos das línguas, ciências e expressões

Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº 4

Pese embora pequenas diferenças, estes resultados são em tudo similares aos verificados na experiência profissional. Na verdade, também se registam, em ambos os géneros, valores médios superiores na realização por contraste com a concepção e a avaliação sendo que nesta as diferenças têm expressão estatística, quer no género masculino t(19)=3,62, p<.01, quer no feminino t(42)=2,11, p <.05. Constata-se que os docentes, independentemente do género, se sentem com maior dificuldade na avaliação do Projecto Interdisciplinar, do que na concepção e na realização.

3.2 Análise em função da área disciplinar

Quadro 4 – Resultados da Anova nos 3 momentos da Área Projecto em função da Área Disciplinar

Quadro 4. As dificuldades na área projecto nos departamentos das línguas, ciências e expressões

Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº 4

Para os docentes das Expressões o maior nível de dificuldade regista-se na avaliação, sendo aliás o único momento em que se situam, em média, abaixo do nível pouco difícil. Entre os docentes da área das Ciências a realização constitui-se como o único momento em que o seu nível de dificuldade se situa acima do pouco difícil. As Línguas são uma área ímpar que, em algum momento, conseguem alcançar o nível pouco difícil já que os valores médios oscilam entre 2,5±,62 na avaliação (valor mais baixo de todas as análises do presente estudo) e os 2,85±,38 na concepção. Note-se a particularidade de o melhor resultado das Línguas não ser alcançado na realização mas na concepção, constituindo-se como situação quase de excepção no presente estudo e que apenas é acompanhada pelos docentes do QZP/contratados (3,16±,47 na concepção) Nos momentos da concepção e avaliação a Área de Expressões apresenta os níveis mais baixos de dificuldade, respectivamente 3,07±,49 e 2,97±,62.

No momento da realização a liderança pertence às Ciências (3,20±,43) logo seguida pelas Expressões (3,15±,38). As Línguas encontram-se, sempre, nas posições que revelam maior dificuldade na Área Projecto, incluindo o momento da avaliação. Ao confrontarmos os resultados das diferentes áreas nos vários momentos constatamos que na concepção e realização não se verificam diferenças significativas e que, no limite, apenas se registam na avaliação F(2,60)= 3,10, p=.05. A aplicação do Post Hoc Bonferroni revela a existência de diferenças significativas entre as Línguas e as Expressões com um diferencial de médias de -.467 e p<.05. Podemos pois afirmar que a opinião dos docentes das Línguas se constitui como aquela que revela maior dificuldade na Área Projecto, em particular no que se refere ao momento da avaliação.

Quadro 5 – Comparação dos diferentes momentos da Área Projecto, em função da Área Disciplinar.

Quadro 5. As dificuldades na área projecto nos departamentos das línguas, ciências e expressões

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A comparação dos 3 momentos no interior de cada área disciplinar permite-nos verificar que nas Línguas não existem diferenças significativas entre os momentos concepção – realização (t14)=.421, p>.05. Nas comparações Concepção – Realização e Realização – Avaliação as diferenças entre os momentos são significativas e altamente significativas, respectivamente t(14)=2,40, p<.05 e t(14)=3,0, p<.01. Todavia, todos os valores são relativamente baixos, oscilando entre 2,5 e 2,85. Quer dizer, as Línguas, que apresentam as médias mais baixas (entre o difícil e o pouco difícil), constituem-se como o grupo em que os níveis de dificuldade entre os momentos são mais vincados.

Na área das Expressões apenas se verificam diferenças significativas na comparação entre a realização e a avaliação, com vantagem para a primeira e que se expressa no t(41)=2,18, p<.05. Os docentes da área das Ciências apresentam-se estatisticamente iguais na comparação entre os diferentes momentos sendo que, em termos médios, apresentam-se na realização entre os níveis pouco difícil e fácil e na concepção e na avaliação entre o difícil e o pouco difícil, embora muito próximo deste último.

3.3 Análise em função da receptividade à leccionação da Área Projecto

Quadro 6 – Resultados nos 3 momentos da Área Projecto em função da receptividade à leccionação da Área Projecto.

Quadro 6. As dificuldades na área projecto nos departamentos das línguas, ciências e expressões

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Os docentes que aceitam a leccionação do Projecto Interdisciplinar com reserva registam valores médios entre o nível difícil e pouco difícil em todos os momentos (2,63±.60 na avaliação e 2,70±.37 na realização) e, globalmente, são o grupo com valores mais baixos, i.e., com maiores níveis de dificuldade. Por sua vez os professores que aceitam a Área Projecto sem reservas obtêm valores médios bastante superiores, situando-se entre o pouco difícil e o fácil (3,05±.59 na avaliação e 3,27±.50 na realização), embora próximos do primeiro. O menor nível de dificuldade regista-se, em ambos os grupos, no momento da realização, seguido dos de concepção e de avaliação. Os diferenciais entre as médias dos 2 grupos apresentam-se, nos 3 momentos, extremamente contrastados, verificando-se a existência de diferenças altamente significativas na concepção t(55)= -4.42, p= .000 e na realização t(55)= -4,11, p=.000 e significativas na avaliação t(55)= -.2,4,p<.05, sempre favoráveis aos docentes que aceitam sem reservas a leccionação da Área Projecto. Parece-nos, pois, que, desejavelmente, os professores cuja atitude é de reserva face à Área Projecto não devem ser integrados nesta NAC, podendo, eventualmente, participar em outras actividades.

Quadro 7 – Comparação dos diferentes momentos da Área Projecto, em função da receptividade à leccionação da Área Projecto.

Quadro 7. As dificuldades na área projecto nos departamentos das línguas, ciências e expressões

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É, também, inequívoco que os docentes que aceitam com reserva a leccionação da Área Projecto evidenciam, em todos os momentos, níveis de dificuldade muito próximos, embora abaixo do pouco difícil. Estas proximidades são estatisticamente confirmadas pelo tpares (p>.05.). No grupo que aceita sem reserva a Área Projecto, as maiores dificuldades, de entre os 3 momentos, colocam-se na avaliação e, embora se situe acima do nível pouco difícil (3,05±.60), no contraste concepção – avaliação e realização – avaliação verificam-se diferenças significativas, t(39)= 2,1, p =.04, e altamente significativas t(39) = 3,06, p= .00, respectivamente.

3.4 Análise em função da formação em Trabalho Projecto

Quadro 8 – Resultados nos 3 momentos da Área Projecto em função da formação em Trabalho Projecto.

Quadro 8. As dificuldades na área projecto nos departamentos das línguas, ciências e expressões

Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº 4

Os docentes com formação em Trabalho Projecto apresentam níveis de dificuldade, em qualquer dos 3 momentos, ligeiramente acima do nível pouco difícil enquanto os docentes sem formação em Trabalho Projecto se situam entre o difícil e pouco difícil, embora próximo deste. No entanto, ambos os grupos apresentam um padrão similar entre os diferentes momentos que se caracteriza por valores médios mais baixos (maior dificuldade) na concepção, seguindo-se a avaliação e, finalmente, a realização. Aliás, esta é uma tendência presente na maior parte das análises realizadas. O contraste entre os grupos indica-nos a existência de diferenças significativas no momento concepção, t(61)= -2,027, p=.04, uma situação no limite de significância para o momento avaliação t(61)= -1,95, p=.05 e a não existência de diferenças significativas na realização, embora próximo t(61)= – 1.80, p = .07.

A formação em Trabalho Projecto apresenta alguma capacidade para contrastar os níveis de dificuldade dos sujeitos na Área Projecto, embora fosse admissível esperar diferenças mais acentuadas. Face aos resultados, parece razoável concluir que a formação em Trabalho Projecto, sendo um aspecto de grande relevância não é, por si só, suficiente para diferenciar, de forma evidente, os grupos. Ou seja, a prática mostra-se de tal forma complexa que mesmo os professores com formação em Trabalho Projecto não se afastam muito do nível pouco difícil (recorde-se que a escala admitia, ainda, os níveis fácil e muito fácil). Na linha das análises anteriores procedemos à comparação dos 3 momentos no interior de cada grupo e os resultados estão expressos no quadro 9.

Quadro 9 – Comparação dos diferentes momentos da Área Projecto, em função da formação na Área Projecto.

Quadro 9. As dificuldades na área projecto nos departamentos das línguas, ciências e expressões

Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº 4

Fica claro o contraste entre os docentes com e sem formação em Trabalho Projecto, respectivamente abaixo e acima do valor 3 (pouco difícil). Os primeiros apresentam, nos 3 momentos, valores médios de tal ordem próximos que a sua comparação, através do t-pares, regista, sempre, valores de p>.05. Por contraponto, os docentes sem formação são estatisticamente iguais no que se refere à comparação dos momentos concepção –realização t(39)= -.885, p>.05 mas apresentam diferenças significativas no confronto entre a concepção – realização t(39)= 2,43, p=.02 e a realização – avaliação t(39)= 3,20, p=.003. Tendo em consideração que a análise atomista, que toma cada variável de per si, apresenta vantagens mas também limitações procurámos proceder também a uma análise com carácter integrador i.e., que permita fazer o estudo dos grupos tendo em consideração os resultados médios nos 3 momentos (concepção, realização e avaliação), em simultâneo. Nesse sentido, recorremos à análise discriminante.

Quadro 10 – Resultados da análise discriminante dos 3 momentos da Área Projecto, em função de cada variável independente.

Quadro 10. As dificuldades na área projecto nos departamentos das línguas, ciências e expressões

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Os resultados demonstram de forma inequívoca que a Receptividade à leccionação da Área Projecto se constitui como a variável que maior contraste estabelece entre os sujeitos, sendo mesmo a única variável que revela diferenças altamente significativas X2 = 18,38, df 3, p=.000. Com efeito, 76,5% dos sujeitos que aceitam com reserva a Área Projecto estão bem classificados e, dos que aceitam sem reserva a Área Projecto 70% estão, pelos seus desempenhos médios, bem classificados no grupo de origem. Globalmente, a percentagem de sujeitos bem classificados situa-se nos 71,9 ou seja os 2 grupos originais e constituídos à priori, com base na sua receptividade à Área Projecto são bem distintos e apresentam padrões de conduta distintos.

4. Conclusões

Inter – grupos: Dos 3 momentos da Área Projecto constata-se que globalmente, em média, os professores apontam níveis de dificuldade que os situam próximo, mas abaixo, do nível pouco difícil. A realização é o momento de menor dificuldade, seguido da concepção e da avaliação. No que se refere à experiência profissional os resultados seguem a tendência global e os professores menos experientes registam menor dificuldade do que os mais experientes, em qualquer dos 3 momentos. Não obstante, não há diferenças significativas entre os grupos, quer na concepção t(61) = 1,28, p>.05, quer na realização t(61) = 1,04, p>.05, quer ainda na Avaliação t(61) = 1,20, p>.05. Ainda que ligeiramente, os docentes masculinos, comparativamente aos femininos, evidenciam menor dificuldade em lidar com esta NAC, embora a magnitude das diferenças não seja suficiente para que o contraste dos níveis de dificuldade tenha expressão estatística, como o demonstram os valores de p>.05, ainda que a realização se encontre muito próximo do nível de significância t(61) = .579, p=.06.

A área disciplinar das Expressões apresenta menor dificuldade na concepção e na avaliação. Na realização, esta posição é pertença das Ciências. As Línguas constituem-se como o grupo que apresenta, em todos os momentos, as maiores dificuldades. Dos 3 momentos apenas a avaliação se revela estatisticamente significativo entre as áreas disciplinares, com as diferenças a confirmarem-se entre as Línguas e a Expressões (F (2,60) = 3,10, p=.05) No que se refere à comparação dos grupos constituídos em função da Receptividade para leccionar a Área Projecto as diferenças são altamente significativas na concepção e na realização e significativas na avaliação, constituindo-se mesmo como a variável que melhor contrasta os níveis de dificuldade dos docentes. Aliás, estas mesmas diferenças entre os grupos são confirmadas pela Análise Discriminante que se revela significativa (X2(3)=18,38, p=.000) e permite classificar correctamente 71,9% dos sujeitos relativamente aos grupos originalmente constituídos em função da receptividade à leccionação da Área Projecto. Os resultados dos grupos constituídos a partir da situação profissional revelam que os momentos concepção e realização se situam acima do nível pouco difícil e a avaliação ligeiramente abaixo. Todavia, como este padrão é idêntico em ambos os grupos, verifica-se uma igualdade estatística em todos os contrastes.

A formação em Trabalho Projecto permite contrastar significativamente o nível de dificuldade dos docentes entre os momentos concepção e avaliação, com valores superiores para o primeiro. A realização, embora próxima do nível de significância, é estatisticamente idêntica em ambos os grupos. Inter momentos: Na experiência profissional, em ambos os níveis, verificam-se diferenças significativas entre a realização – avaliação com vantagem para o primeiro dos momentos, como se deduz dos valores de t(32) = 2,37, p<.05 e t(29) = 2,69, p<.05, respectivamente para os menos e mais experientes. No género, apenas o par realização – avaliação se revela estatisticamente significativo para o género feminino t(42) = 2,11, p<.04 e altamente significativo para o masculino t(19) = 3,62, p=.002, com vantagem para a realização. Relativamente às Áreas Disciplinares, os 3 momentos são estatisticamente iguais nas Ciências, nas Expressões há diferenças significativas entre a realização – avaliação t(41) = 2,18, p=.04 e nas Línguas entre a concepção – avaliação t(14) = 2,41, p=.03 e a realização – avaliação t(14) = 3,00, p=.01. Na comparação dos momentos do Projecto Interdisciplinar, no interior de cada grupo constituído em função da receptividade à Área Projecto, constata-se a igualdade estatística do grupo que aceita a leccionação da Área Projecto com reservas, embora em termos médios se situem, sempre, abaixo do valor 3 i.e., entre o difícil e o pouco difícil. No outro grupo, todos os momentos se situam acima de 3, entre o pouco difícil e o fácil, ainda que os valores médios da avaliação se situem significativamente abaixo dos da concepção t(39) = 2,1, p=.04 e da realização t(39) = 3,07, p=.000 No que se refere ao nível de dificuldade dos professores QND constata-se que apenas na realização ultrapassam o nível pouco difícil e registam diferenças significativa e mesmo altamente significativas, respectivamente na comparação entre a concepção – avaliação t(53) = 2,09 p>.05 e a realização – avaliação t(53) = 3,48, p=.001.

Os professores Contratados/QZP apenas na avaliação se situam abaixo do nível pouco difícil e revelam-se estatisticamente iguais nos 3 momentos. A formação em Trabalho Projecto permite, aos docentes que a possuem, registar níveis de dificuldade entre o pouco difícil e o fácil, não se verificando diferenças significativas entre os vários momentos. Nos docentes sem formação em Trabalho Projecto as dificuldades são maiores e estatisticamente significativas entre os momentos Concepção – Avaliação t(39) = 2,43, p =<.05 e Realização Avaliação t(39) 3,20, p=.003. Se pudéssemos traçar um perfil, grosseiro, dos docentes com maior dificuldade em cada um dos momentos do Projecto Interdisciplinar, concluiríamos que o traçado é único para os 3 momentos e apresenta as seguintes características: Maior experiência profissional, género feminino, área das Línguas, aceitação da Área Projecto com reserva e sem formação em Trabalho Projecto; Podemos também concluir que a avaliação e a realização se constituem, respectivamente, como os momentos que maior e menor dificuldade colocam aos docentes, ocupando a concepção, necessariamente, uma posição intermédia.

Bibliografia

Departamento do Ensino Básico (2002). Avaliação das aprendizagens: das concepções às práticas. Lisboa: Departamento da Educação Básica do Ministério da Educação.

Departamento do Ensino Básico (2002). Gestão flexível do currículo. Lisboa: Departamento da Educação Básica do Ministério da Educação.

Departamento do Ensino Básico (2002). Novas Áreas Curriculares. Lisboa: Departamento da Educação Básica do Ministério da Educação.

Huberman, M. (1992). O ciclo de vida profissional dos professores. In António Nóvoa (Eds.) Vida de professores (309 – 330). Porto: Porto Editora.

Leite,E.; Malpique,M; Santos,M.R.(1990). Trabalho de projecto 1. Aprender por projectos centrados em problemas. Colecção ser professor. Porto: Edições Afrontamento.

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