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27 Sep 2011

Physical education teachers in portugal. The restructuring of the socio-professional statute

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Despite some worth mentioning initiatives, Physical Education teaching in Portugal was late unveiled and recognised by others than the ones directly involved in it. In fact, during most of the 20th century, both the subject and the teachers were clearly considered to have a peripheral statute, particularly when compared to their professional peers.

Autor(es): José António Marques Moreira; Alexandra Maria Soares da Silva Mendes.
Congreso: VII Congreso Nacional De Ciencias Del Deporte y la Educación Física
Lugar: Pontevedra, 5 – 7 de Mayo de 2011
ISBN: 978-84-614-9946-8

RESUMEN COMUNICACIÓN

Despite some worth mentioning initiatives, Physical Education teaching in Portugal was late unveiled and recognised by others than the ones directly involved in it. In fact, during most of the 20th century, both the subject and the teachers were clearly considered to have a peripheral statute, particularly when compared to their professional peers. Considering the changes of the last decades, we found pertinent to analyse how the Physical Education teachers perspective the statute that is attributed to them by teachers of other subjects, and also by their students, school staff and general community. For the purpose of this analysis, we used a qualitative methodology focusing our study in a group of fifteen teachers with varied degrees in Physical Education, and graduated by some of the most renowned colleges in Portugal since the 1940s until the end of the 20th century. We concluded that there is some indefinition regarding what the other teachers thought about the statute of Physical Education teachers. Some of the teachers, namely those graduated by colleges – ISEF (College for Physical Education)-, insight that their fellow teachers and general community do not recognise their true value and treat them as the “poor relatives” of education, therefore relegating them to a “second line” of educators. Nevertheless, there are those others who percept and recognise their value and treat them as equal. More consensual, however, seem to be their perceptions about the understanding that students and school staff have, for our study demonstrated that the Physical Education teachers feel that those ascribe them a statute identical to the teachers of other subjects.

Palabras clave (3-5 palabras): Physical Education; Teachers, Socio-Professional Statute

Introdução

Podemos afirmar, com alguma convicção, que o processo de profissionalização dos professores de Educação Física e a tomada de consciência profissional só se iniciou, verdadeiramente, em 1940 com a criação do Instituto Nacional de Educação Física (INEF). Com efeito, com o INEF operaram-se mudanças muito importantes que contribuíram decisivamente para a criação de um corpo e identidade profissional na área da Educação Física. Passou a haver uniformidade na profissão, através da unificação do recrutamento, certificação e modelo de formação único, pelo menos até à criação das Escolas de Instrutores de Educação Física, em 1969. Sistematizaram-se os conhecimentos com a tentativa de integração das diversas componentes de formação (científica, pedagógica e pedagógico-didáctica) nos três anos de curso. E, mais importante ainda, surgiram professores cuja única missão e profissão eram o magistério da Educação Física, porque até aí o cargo era sobretudo para médicos ou oficiais de exército, que viam esta profissão de professor como algo acessório (Gomes, 1991).
No entanto, e apesar da constituição deste corpo profissional, as décadas de quarenta, cinquenta e sessenta, caracterizaram-se por uma baixa valorização destes profissionais, tendo em conta o tipo de formação que tinham e as desigualdades que foram vítimas relativamente aos professores de outras disciplinas.

Durante bastante tempo, muitos foram os profissionais que defenderam a equiparação dos professores de Educação Física aos restantes professores do ensino secundário, considerando não apenas as suas habilitações ao nível do curso superior como ainda as suas responsabilidades educativas enquanto responsáveis pela formação dos jovens. No boletim do INEF, no ano de 1959, o professor Américo da Fonseca, encontrava-se desgostoso desde logo com os salários dos docentes, defendendo que “os vencimentos dos professores dos quadros da metrópole e do ultramar deviam ser revistos de harmonia com as habilitações legais exigidas, a função educativa que desempenhavam, a posição social que ocupavam, o valor económico da função, a comparação com outros funcionários do Estado de habilitações do mesmo grau e tendo em atenção a duração média da carreira” (1959, p.30). Mas o problema era bem maior para aqueles que ensinavam a Educação Física, porque, como bem salientava João de Barros, nessa no mesma publicação, os seus honorários constituíam “cerca de metade do vencimento dos colegas de outros grupos” e rondava, também no seu entender, cerca de 50% do que esses professores precisariam para viver (1959, p.32). Ora, na opinião deste docente, tal situação não era justa, não havendo “qualquer razão, pedagógica ou científica, capaz de justificar a inferior situação da educação física e da música, e dos respectivos professores, na organização escolar nacional” (1959, p. 33). Por isso, ele terminava apelando ao Ministro da Educação Nacional que “se digne resolver definitivamente e com urgência, a presente situação do professor de educação física” (1959, p.33). Noutro número do boletim, no mesmo ano, novamente o professor Américo da Fonseca, um dos mais activos nesta luta pela dignificação do grupo, sugeria que os programas liceais deviam “atribuir à educação física o lugar que lhe compete no plano geral de Educação, tendo em vista as necessidades dos alunos, a sua adaptação biológica ao meio, e ainda, aos interesses nacionais” (1959, p.79).

Procurando dignificar o estatuto do professor de Educação Física o professor Alberto Faria, no I Congresso Luso-Brasileiro de Educação Física, com um discurso muito assertivo definia o professor desta área como um “profissional altamente qualificado no exercício de uma profissão útil, trabalhosa, nobilitante e socialmente respeitável” (1960, p. 204).
A actividade docente apresentava-se na década de sessenta como a ocupação principal dos diplomados em Educação Física. Não era a única e não seria para todos a da sua eleição e comprometimento, mas era aquela que se oferecia como espaço mais certo e regular de emprego. Daí que as questões do seu estatuto marcassem tanto as suas experiências. Essa marca era forte porquanto existiam vários indicadores objectivos e subjectivos de diferenças na cidadania ocupacional entre os seus professores e os da maioria das outras disciplinas escolares (Carvalho, 2002).
No início da década de sessenta, esta situação de menoridade ainda era uma realidade, já que aos professores de Educação Física estava vedada a contratação como efectivos e reservada, na melhor das hipóteses, a situação de contratados do quadro de Educação Física. Assim, a diferença não estava apenas no tipo de contrato, mas também nas suas implicações em termos remuneratórios.
Dado que a única razão legítima e invocável para justificar a diferença de tratamento entre os professores das chamadas disciplinas “nobres” e os de Educação Física residia no estatuto não universitário do curso superior de Educação Física, percebe-se a referência permanente, nos discursos da época, da reivindicação de equiparação e da defesa do carácter universitário da formação em Educação Física. No já referido I Congresso Luso- Brasileiro da Educação Física o professor Alberto Faria, nesta linha de discurso, alegava que o “habitat” natural do professor de Educação Física “é o da Universidade com as exigências das qualificações vestibulares indispensáveis a um estudo sério e de alto teor” (1960, p. 205).

Contudo, a tentativa de alargamento do quantitativo de agentes de ensino da Educação Física fez-se através da criação dos cursos de Instrutores de Educação Física. Estes cursos de menor duração e com menos custos associados foram contestados por muitos profissionais da área, porque na sua opinião representavam um retrocesso no processo de formação que se vinha a delinear desde o início da década de quarenta. Como uma espécie de professores “à pressão”, formados em apenas dois anos, incorporando certamente indivíduos de origem social mais modesta e mais mulheres, ameaçaram a requalificação da Educação Física, criaram instabilidade e uma imagem de facilitismo que abalou um pouco o espírito de corpo profissional, formando uma divisão dentro da própria classe profissional e conflitualidade ao redor das questões de hierarquização (Crespo, 1976). A respeito desta questão Leal de Oliveira, num artigo publicado no boletim do INEF manifestava a sua preocupação referindo que “considerações de ordem económica que se relacionam com o pagamento de honorários menos elevados a um número crescente de técnicos, têm originado em educação física e desportos, uma hierarquia que engloba os professores, os instrutores e os monitores” (1963, p.116). Entretanto a legislação um pouco confusa e inconsistente de 1966, referente às funções docentes dos “professores” e instrutores” e às remunerações dos instrutores, inicialmente com um vencimento muito baixo, correspondente à letra Q da função pública, e posteriormente, com um vencimento que podia ser superior aos dos diplomados do INEF em situação de contratados eventuais, veio aumentar o sentimento de insatisfação relativamente a estes “corpos estranhos” na área da Educação Física.
A situação de inferioridade dos profissionais de Educação Física relativamente aos colegas de outras áreas manteve-se durante muitos anos, sem que os governantes entendessem fazer justiça a uma classe que já há muito tinha dado provas, mais do que suficientes, da sua competência (Rosário, 1996). Efectivamente, na primeira metade da década de setenta esta situação de inferioridade ainda era uma realidade bem evidente, não conseguindo a Educação Física afirmar-se como uma disciplina importante tanto entre os restantes professores quanto entre a generalidade dos portugueses. Como a comprovar essa situação estava o facto de a Educação Física não ser objecto de avaliação oficial do Ensino Secundário, não sendo os professores daquela disciplina sequer obrigados a participar nas reuniões destinadas a classificar os alunos (Serra, 2000). Assim, o único motivo pelo qual alguns alunos se esforçavam nas aulas de Educação Física, devia-se ao facto destes desejarem ser seleccionados para as equipas representativas do estabelecimento de ensino e para participarem nos festivais do 10 de Junho. Deste modo, nos últimos anos que antecederam o 25 de Abril, a Educação Física estava mergulhada num “total desprestígio” perante a opinião pública (Feio, 1974).
A partir de 1974, a situação melhorou com a integração da formação em Educação Física no ensino superior universitário e a publicação de uma série de diplomas que valorizaram a importância do ensino da Educação Física (Brás, 1996) no sistema educativo. Apesar deste reconhecimento estatal, o professor de Educação Física, de acordo com alguns autores, continuava a ser subestimado por um estrato relativamente grande da “inteligência” nacional, mesmo se, por formação e especificidade de tarefas, se pudesse incluir nesse estrato (Bento, 1986; Crespo, 1992). Na opinião de Crespo (1992) só a falta de conhecimento sobre a extensão e complexidade do trabalho do profissional de Educação Física justificava esta atitude de desdém por parte de alguns professores de outros grupos disciplinares. Na verdade, ainda que não fosse apelidada de disciplina auxiliar, a Educação Física era mantida fora do núcleo dos valores humanísticos, científicos, estéticos ou da modernização (Carvalho, 2002), que lhe prejudicava o reconhecimento da sua importância. Desse modo, apesar de os licenciados em Educação Física “saborearem”, nos primeiros anos da década de oitenta, o estatuto universitário atribuído à sua formação, ainda não se tinha dado o pretendido reconhecimento social generalizado.

No final da década vão surgindo progressivamente um conjunto de situações que contribuem para a diferenciação do estatuto profissional e para a diluição da Educação Física como disciplina escolar e como domínio de conhecimento. Quando tudo indicava, num período fértil de transformações, com a criação, por exemplo, dos cursos de Educação Física e Desporto na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro ou na Universidade da Madeira, que se estavam a dar passos definitivos para o justo reconhecimento destes profissionais, alguns autores mostram-se preocupados com a evolução recente e começam a falar de crise da Educação Física. Real ou aparente esta crise era percepcionada num período em que surgiram vários cursos na área de Educação Física e Desportos, alguns tidos sem a qualidade desejada e necessária, que trouxeram consigo uma certa divisão e desorientação conceptual, metodológica e deontológica (Januário, 1995).
Esta realidade foi notória no campo formativo com o aparecimento de novos cursos e novas instituições de formação de professores de Educação Física, umas pertencentes ao subsistema do ensino superior público universitário e outras ao politécnico e outras ao privado, o que deu ocasiões a competições e conflitos derivadas de formações com diferente saber e prestígio. Embora os indivíduos formados nas instituições universitárias públicas e os indivíduos formados nas outras instituições fossem todos professores de Educação Física, acabavam por ser diferenciados no estatuto e na legitimação, o que contribuiu para uma certa desvitalização profissional. Foi, pois, com base neste contexto que procurámos desenvolver um estudo que analisasse a forma como o professor de Educação Física percepciona a importância que os professores de outros grupos disciplinares, os alunos, os funcionários da escola e a comunidade não escolar lhe atribuem.

Metodologia

Neste estudo pretendemos, fundamentalmente, analisar como um conjunto de professores de Educação Física, de escolas do Ensino Básico (7.º, 8.º e 9.º anos de escolaridade) e Secundário (10.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade) portuguesas, percepcionam a importância que os professores de outros grupos disciplinares, os alunos, os funcionários da escola e a comunidade não escolar lhe atribuem. A natureza da indagação levou-nos a considerar pertinente um estudo qualitativo, onde o discurso directo se submete a uma lógica interpretativa, que, ao enquadrar e explicitar a posição dos professores entrevistados, pretende dar conta de como os docentes de Educação Física se relacionam no seio do seu grupo disciplinar no actual contexto escolar português. Situando-nos, portanto, num quadro de um paradigma não positivista e interpretativo de natureza fenomenológica e ideográfica (Cohen e Manion, 1990) recorremos, nesta investigação, a uma metodologia de cariz qualitativo que põe a tónica na revalorização da “pessoa”, como sujeito de conhecimento capaz de reflectir, de racionalizar, de comunicar e de interagir (Pujadas Munoz, 1992).
Com o intuito de suscitar a emergência de dados referentes ao estudo, recorremos à utilização da entrevista semidirectiva e para analisar os dados provenientes dessa entrevista recorremos a uma técnica de investigação capaz de codificar as declarações aparentemente desordenadas: a análise de conteúdo (Holsti, 1969; Berelson, 1971; Bardin, 1977; Krippendorf, 1980; Ferrarotti, 1986, Vala 1986).
A nossa amostra foi constituída por um grupo de quinze entrevistas a professores (Quadro 1) com formações iniciais distintas na área disciplinar de Educação Física, realizadas nas instituições mais marcantes do nosso país durante o século XX: o Instituto Nacional de Educação Física (INEF), criado em 1940; as Escolas de Instrutores de Educação Física; os Institutos Superiores de Educação Física (ISEF) de Lisboa e Porto; e as Faculdades de Ciências, de Desporto e de Educação Física, criadas a partir do início dos anos 90.

Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº 15

Após a nossa decisão em estudar este grupo de profissionais, procedemos à sua selecção de uma forma não aleatória e sem procurar obter uma “representatividade” objectiva, dado o carácter qualitativo da metodologia. Esta selecção procurou garantir a maior diversidade possível de experiências e características pessoais e foi efectuada com base nos percursos de formação inicial (instituições de formação).
Com este procedimento pretendíamos que a nossa amostra fosse constituída por professores que tivessem percursos de formação diferentes em períodos históricos distintos, com tempo de serviço e posições na carreira diferenciadas no sentido de nos aproximarmos do conceito de amostra de variação máxima.

Resultados

Como já referimos anteriormente, temos a preocupação de considerar na nossa análise sobre o reconhecimento do estatuto dos professores de Educação Física as diversidades de formação inicial dos sujeitos que compunham este grupo docente na primeira década do século XXI. A ideia central do estudo é a de que a percepção do estatuto dos professores de Educação Física não é alheia nem da sua formação inicial nem do modo como estes docentes relacionam as suas projecções provenientes dessa formação com os outros colegas da mesma área e com os docentes de outras disciplinas bem como com os alunos, funcionários e sujeitos da comunidade com quem se relacionam na sua actividade profissional. Nesse sentido procurámos indagar como os professores de Educação Física provindo de diferentes escolas de formação percepcionam a importância que os professores de outros grupos disciplinares, os alunos, os funcionários da escola e a comunidade não escolar lhes atribuem.
Ainda antes de passarmos à análise dos resultados, pensamos que é necessário fazer referência a alguns aspectos que consideramos importantes. Em primeiro lugar, dizer que o estudo que aqui apresentamos foi realizado no âmbito de uma investigação mais abrangente que se debruçou sobre a questão identitária, não apenas na sua dimensão do estatuto socioprofissional, mas também nas diferentes dimensões e categorias que a compõem. Em segundo, é de referir que a análise dos dados emergentes obedeceu a uma lógica de funcionamento baseada na alternância de duas fases. Numa primeira fase foi realizada uma análise vertical de cada uma das entrevistas dos professores formados nas diferentes escolas e na segunda procedemos a uma análise horizontal ou comparativa com recurso ao método da “análise comparativa constante” (Miles e Huberman, 1994) com o intuito de identificar aspectos comuns e distintivos das representações e percepções destes professores. Para o efeito apresentaremos a informação proveniente das entrevistas, também, em quadros, com o objectivo de exemplificar a relevância de algumas das suas opiniões. Pensamos que a escolha deste modelo organizativo da informação, que permite estudar as representações dos professores de uma forma sistemática e analítica, permitirá uma mais adequada visualização do quadro geral representativo das suas percepções. E em terceiro, dizer que as unidades de registo referentes a esta dimensão foram sinalizadas com as expressões de Plena Aprovação (+), Plena Reprovação (-)  e Ponderação (+/-).

Por indução, baseada nas respostas dos professores, foi possível enquadrar nesta dimensão, com setenta e oito unidades de registo, as categorias Professores outros Grupos Disciplinares (PGD), querendo significar o modo como o professor percepciona a importância que os professores de outros grupos disciplinares lhe atribuem; Alunos (ALU) e Funcionários da Escola (FES) traduzido na percepção que o professor tem da importância que lhe atribuem os alunos e funcionários da escola; e Comunidade Não Escolar (CNE), significando a percepção que o professor tem da importância que representa para a sociedade em geral.
Relativamente à primeira categoria, Professores de Outros Grupos Disciplinares e no que diz respeito à classificação das unidades de registo, verificámos que das vinte e cinco unidades de registo, onze são de sinal positivo, três de alguma indecisão e onze de sinal negativo, o que revela um equilíbrio nas opiniões que estes professores têm acerca desse reconhecimento por parte dos colegas de escola. Enquanto uns têm a percepção que os outros professores não reconhecem o seu valor, tratando-os como “os parentes pobres” do ensino, como pertencentes a uma “segunda linha” de educadores, outros percepcionam que existe, já, um reconhecimento do seu valor e um tratamento idêntico. Com efeito, vários estudos (Hendry, 1975; Templin e Schempp, 1990; Armour e Jones, 1998) comprovam a situação “periférica” dos professores de Educação Física, sendo estes desfavorecidos em termos de recompensas e de apoios ao seu trabalho ou em termos de percepção que outros professores deles fazem; e essas percepções sublinham habitualmente, o carácter não académico, anti-intelectual e periférico da disciplina que leccionam.
Relativamente às opiniões dos professores formados pelo INEF e pela EIEF, encontramos nesta subcategoria quatro registos, todos de tendência positiva o que revela a percepção da existência de um estatuto idêntico, embora alguns professores admitam que existem ainda alguns colegas, sobretudo os mais velhos, que ainda têm dificuldade em encará-los da mesma forma. É esta a opinião da professora -E13- que considera, como podemos ler na unidade de registo de exemplo, que, apesar da situação estar bem melhor do que há trinta anos atrás, ainda existem professores que olham para a Educação Física de uma forma diferente, pensando que os professores de Educação Física são profissionais do entretenimento.

Quadro 2 – Professores de Outros Grupos Disciplinares (PGD)

 Instituto Nacional de Educação Física/ Escola Instrutores de Educação Física

S

UR

Sinal

Registo

E13

65

+

Agora acho que as coisas estão bem melhor, mas ainda há alguns professores, sobretudo os mais velhos que olham para a educação física de forma um pouco diferente pensando que ainda somos os profissionais do entretenimento. Acham que não preparamos as aulas e que elas não obedecem a nenhuma estrutura. É correr e saltar…

O professor -E2- refere, também, que a partir do momento em que os professores de outras áreas se aperceberam que os professores de Educação Física estavam preparados do ponto de vista científico e pedagógico para debater questões relacionadas com a vida escolar, a situação começou a mudar. A partir desse momento, “(…) e à medida que os professores das outras áreas se aperceberam que os professores de Educação Física tinham também formação superior, começaram a mostrar outra consideração” (UR 8).
Parece evidente que a questão da formação inicial é importante. O professor -E14-, embora tivesse sentido que os professores de outras disciplinas que se relacionavam consigo, à medida que se foram apercebendo que ele tinha formação, o respeitavam, não tem dúvidas que isso foi um problema que afectou o reconhecimento do estatuto do grupo de Educação Física, isto porque, como diz: “(…) a falta de formação de alguns professores de Educação Física fez com que se olhasse para a disciplina com algum desdém… Mas agora acho que as coisas estão bem melhor, e já há menos professores com essa visão negativa…” (UR 69). Na realidade, este professor alerta para uma questão importante a nível do estatuto profissional, relacionada com a falta de formação de alguns professores que leccionavam nas escolas até à década de oitenta, do século XX. Nessa altura, o aumento do número de agentes de ensino da Educação Física escolar, para responder ao défice existente pela expansão escolar então em marcha, foi-se fazendo através do recrutamento de indivíduos sem formação adequada ou com uma formação muito limitada no tempo, caso do curso de instrutores de Educação Física, com apenas dois anos de duração e com um contingente menos qualificado do ponto de vista académico (5.º ano, curso do magistério primário). Esta situação acabou por ameaçar a (re) qualificação da Educação Física escolar e introduziu instabilidade nas possibilidades de construção de interesses comuns aos agentes de Educação Física (Carvalho, 2002). De facto, o trabalho desenvolvido pelos professores formados pelo INEF e, posteriormente, nas instituições universitárias que lhe sucederam via-se prejudicado por docentes sem uma formação própria e que dificilmente podiam entender e acompanhar o esforço de valorização e dignificação da Educação Física nas escolas portuguesas.
Na verdade, as percepções dos professores formados pelos ISEF´s, parecem revelar-se diferentes dos do INEF/ EIEF. Dos onze registos existentes nesta subcategoria, sete são de sinal negativo, três são de alguma indecisão e apenas um é de tendência positiva, o que demonstra que estes professores têm a percepção de que ainda são vistos como os “parentes pobres” do ensino e que ainda existem muitos professores de outras disciplinas que não reconhecem igual importância à acção dos docentes de Educação Física. A comprovar esta situação temos o testemunho da professora -E4- que afirma, como podemos ler na primeira unidade de registo no quadro abaixo, que o próprio tratamento dado pela direcção da escola atesta esse grau de menoridade.

Quadro 3 – Professores dos Outros Grupos Disciplinares (PGD)

 Institutos Superiores de Educação Física

S

UR

Sinal

Registo

E4

18

Ainda há alguns professores que nos olham como se fossemos um parente pobre. E esta situação que lhe vou dizer confirma isso. O presidente do Conselho Executivo disse-nos um dia destes assim:”vocês podem mudar os critérios de avaliação que quiserem, que esses critérios não passam no conselho pedagógico, porque não tenho sala de aulas para vos dar para realizarem testes”.

E8

40

+

Sim! Parece-me que os colegas a partir do momento em que se aperceberam que a nossa formação é também superior e que as nossas práticas já não são o que eram, mudaram um pouco de postura. Mas há sempre excepções….

O professor -E1-, também colocando a tónica na falta de reconhecimento do professor e da disciplina de Educação Física, procura arranjar justificações para este facto: “se calhar nós, como professores de Educação Física, não sei se teremos culpa, mas dá-me ideia que alguma culpa poderemos ter, porque se calhar deveríamos ser mais cuidadosos na forma como gerimos a nossa actividade pedagógica (…)” (UR 2). Ou seja, mesmo em pleno século XXI, professores formados pelos ISEF´s entendem que os professores de Educação Física não só são menos considerados relativamente aos das outras disciplinas como isso também resultava de uma menor preocupação pedagógica dos próprios docentes da área disciplinar em causa.
Os professores -E7- e -E11- apresentam a mesma posição. Enquanto o segundo refere que ainda são considerados como professores de “segunda linha”, o primeiro reforça a opinião da -E4- no que diz respeito à questão da avaliação da disciplina, salientando que “os professores em discursos formais e informais dizem que a disciplina de Educação Física é importante mas quando os professores de Educação Física tentam ser coerentes e dar as notas justas de acordo com o desempenho dos alunos muitas vezes são “obrigados” a alterar as notas com a alegação de que a disciplina não é assim tão importante e não se pode estragar as médias dos alunos” (UR 36). Esta posição, de alguns professores de outras áreas em algumas reuniões de avaliação descrita pelo professor -E7-, revela-nos que ainda existe um pouco o estigma do final dos anos sessenta da disciplina ser um não saber que não era considerado para a progressão de estudos. Nessa altura, e apesar das alterações que iam decorrendo no seio da disciplina, ainda não existia uma completa equiparação de status entre os docentes e a disciplina de Educação Física com as tradicionalmente designadas disciplinas nobres e os professores destas. Embora não fosse apelidada de disciplina auxiliar, era bem evidente que a Educação Física não merecia a consideração dos saberes humanísticos, científicos, estéticos e técnicos (Carvalho, 2002). Não merecia e parece ainda permanecer algum deste entendimento de menoridade da disciplina. A posição do professor -E10- reflecte um pouco esta realidade, quando afirma: “a Educação Física é uma disciplina importante, porque contribui para o bem-estar e para a melhoria da condição física das crianças, mas depois não lhe é dada a mesma importância que é dada à História, à Matemática, etc… e parece-me que é aqui que se entra em contradição” (UR 54).

O único registo de tendência positiva é o registo do professor -E8-, presente na segunda unidade de registo exemplificativa do quadro 3, que destaca o estatuto idêntico ao dos outros professores, devido ao reconhecimento da qualidade da sua formação e das suas boas práticas. Mas não é claro que esse reconhecimento se possa generalizar à maioria dos docentes da sua área. Pode bem acontecer que os outros professores o considerem como um igual naquela escola mas tal não é susceptível de traduzir um sentimento dos docentes de outras disciplinas sobre o grupo de professores de Educação Física no país ou mesmo numa determinada região.

No que diz respeito às percepções dos professores formados mais recentemente, encontramos nesta subcategoria oito registos, seis de tendência positiva e apenas dois de tendência negativa, o que parece revelar, contrariamente à posição dos que obtiveram a sua formação nos ISEF´s, que têm a percepção de que, actualmente, possuem um estatuto idêntico aos dos outros professores, apesar de existirem, ainda, alguns professores que fazem questão de distinguir as disciplinas do saber e as do não saber apelidando o professor de Educação Física de professor de “ginástica”. É esta a percepção do professor -E6- que refere, como podemos ver na primeira unidade de registo exemplificativa, que felizmente esses professores conservadores que afirmavam que os professores de “ginástica eram bons para ensinar umas cambalhotas e uns saltos”, já não são muitos.

Quadro 4 – Professores Outros Grupos Disciplinares (PGD)

Institutos Superiores e Faculdades de Ciências do Desporto e Educação Física

S

UR

Sinal

Registo

E6

31

+

A mentalidade dos professores de outras áreas já está a mudar. Antes éramos o professor de ginástica que mandava dar umas cambalhotas e uns saltos, agora já somos o professor de Educação Física. Mas ainda há alguns, sobretudo os mais velhos, que pensam ainda que somos os da ginástica.

E3

14

Sinto um tratamento diferenciado por parte de alguns professores, e é engraçado, porque esse tratamento tem-se alterado ao longo dos anos, tem-se alterado aquela ideia do professor de ginástica, mas ainda há quem mande algumas bocas, mas como vozes de burro não chegam ao céu, geralmente nem comento.

Alguns destes docentes entrevistados manifestaram-se diminuídos quando designados como professores de ginástica. Marcada exactamente pela expressão “professora de ginástica” a professora -E9-, pensa de forma muito semelhante à do professor anterior, revelando que: “(…) actualmente o estatuto já é idêntico, mas nem sempre foi assim. Até há cerca de dez ou quinze anos atrás éramos apelidados de professores de ginástica. Eu ainda estive numa escola, no meu ano de estágio, que havia uma professora que me chamava de professora de ginástica e eu respondia-lhe “professora de aritmética” (UR 45). O professor -E15-, também ainda marcado pela célebre expressão “professor de ginástica”, refere igualmente que: “neste momento já me vêem com um estatuto profissional idêntico, mas aqui há uns anos a situação era diferente. Só a partir de meados dos anos noventa é que a situação foi mudando. Mas algum pessoal mais antigo ainda mostra sinais de resistência encarando-nos como os professores de “ginástica” (UR 73).
Finalmente, o professor -E5-, considerando-se um professor privilegiado, justifica a igualdade com que é tratado com o facto de “para além de ser professor de Educação Física”, ser coordenador de departamento, coordenador do Desporto Escolar e director de turma, pelo que pensa ser por isso que: “os outros professores reconhecem o meu desempenho, já que estou constantemente na escola a trabalhar” (UR 24). Mas, tal como todos os outros professores entrevistados, afirma ter consciência que existem professores que ainda “(…) não consideram a Educação Física e o seu professor com um estatuto idêntico. Há alguns que acham estranho eu estar regularmente com o portátil na sala dos professores e que até devem dizer: “o que é que estará o das cambalhotas a fazer no portátil?” (UR 26).
Das opiniões dos professores entrevistados provenientes dos Institutos Superiores ou das Faculdades de Ciências do Desporto e Educação Física, resulta claro que, apesar das mudanças nas últimas décadas, ainda persistem alguns professores de outras áreas disciplinares que não reconhecem à Educação Física e aos seus professores a mesma importância que dão às disciplinas mais intelectuais.

Relativamente à categoria Alunos e no que diz respeito à classificação das unidades de registo, verificámos que das quinze unidades de registo, onze são de sinal positivo, uma de alguma indecisão e apenas três são de sinal negativo, o que revela a percepção de um estatuto idêntico dos professores de Educação Física aos dos seus colegas de outras disciplinas, por parte dos alunos. No entanto, na maioria das unidades de registo pudemos verificar que os professores do nosso estudo confundem um pouco a questão do estatuto com a questão do gostar da disciplina.
Relativamente às opiniões dos professores formados pelo INEF e pela EIEF, encontramos, nesta categoria, quatro registos, três de tendência positiva e apenas um de alguma indefinição relativamente ao aspecto atrás referido, o que parece traduzir a percepção da existência de um estatuto idêntico. Como refere o professor -E2-, na unidade de registo exemplificativa, desde que a disciplina passou a ter algum peso na avaliação, os alunos passaram a dar-lhe uma atenção diferente.

Quadro 5- Alunos (ALU)

 Instituto Nacional de Educação Física/ Escola Instrutores de Educação Física

S

UR

Sinal

Registo

E2

10

+

Os alunos e desde que a disciplina começou a contar para a média, deixaram-se de se baldar tanto e já lhe dão uma atenção diferente. Esta luta também já era do INEF, que sempre lutou pela posição de igualdade da disciplina. Aliás está provado que a própria Educação Física é benéfica não só do ponto de vista físico, mas também do ponto de vista psicológico e pode contribuir para um aumento do rendimento escolar.

Os outros professores formados pelo INEF, -E13- e -E14-, não se alongando muito nas suas afirmações, são também de opinião de que os alunos reconhecem ao professor de Educação Física um estatuto idêntico aos professores das outras disciplinas. Por sua vez a professora da EIEF, tendo dúvidas a este respeito, refere que “os alunos gostam da disciplina, mas não sei se a entendem como tendo o mesmo estatuto” (UR 63). Da voz desta experiente professora sai uma afirmação que nos remete para o âmago da interpretação das respostas. Ela revela ter a certeza de que os alunos gostam da Educação Física mas tem dúvidas se colocam esta disciplina ao mesmo nível das outras.
No que diz respeito às percepções dos professores formados pelos ISEF´s, os resultados são mais equilibrados. Dos seis registos existentes nesta subcategoria, quatro são de sinal positivo e dois são de sinal negativo, mas uma análise mais atenta destas unidades de registo permite-nos afirmar que estes professores têm algumas dificuldades, também, em distinguir a igualdade de estatuto do gosto pela disciplina. Na realidade, pensamos que o gostar de frequentar a disciplina de Educação Física e gostar do docente não implica, necessariamente, reconhecer ao professor o mesmo estatuto em termos profissionais. O facto de os alunos terem nos professores de Educação Física um conselheiro, uma pessoa em quem possam confiar e que os ajude a ganhar autoconfiança (Nunes, 1995), não significa, forçosamente, que os coloquem ao mesmo nível dos professores das outras áreas de ensino.

Quadro 6 – Alunos (ALU)
Institutos Superiores de Educação Física

S

UR

Sinal

Registo

E7

37

+

Os alunos inclusive gostam imenso de Educação Física e vêem-nos como uns professores “fixes”.

E11

58

Já tive alunos que me disseram na “cara” que podia-lhes dar a nota que quisesse que essa nota não contava para nada. Portanto quando nos dizem isto também consideram o mesmo relativamente à sua importância.

De qualquer modo, também há a percepção entre os professores de Educação Física que nem sempre os alunos dão grande importância à sua acção. O professor –E11- menciona, como podemos ver na segunda unidade de registo, que tem alunos que não atribuem qualquer grau de importância à disciplina ou ao professor de Educação Física. O professor -E1-, a este respeito, é o que parece ter uma resposta mais lúcida, porque tem noção que os seus alunos apesar de gostarem de si e da disciplina não lhes atribuem tanta importância como às outras disciplinas e aos respectivos docentes.
No que diz respeito às percepções dos professores formados mais recentemente, encontramos nesta categoria cinco registos, quatro de tendência positiva e apenas um de tendência negativa. Os seus registos têm uma orientação muito idêntica à dos professores dos ISEF´s e revelam, também, alguns equívocos relativamente à questão do estatuto e do gosto pela disciplina. A afirmação do professor -E6- é bem elucidativa disso, como podemos ver na primeira unidade de registo de exemplo. As opiniões dos professores E3- e -E5- apontam no mesmo sentido. Alguns dos entrevistados são mais clarividentes. O professor -E15-, como podemos verificar na segunda unidade de registo de exemplo, revela que apesar de os alunos gostarem da disciplina não lhe reconhecem a mesma importância.

Quadro 7 – Alunos (ALU)
Institutos Superiores e Faculdades de Ciências do Desporto e Educação Física

S

UR

Sinal

Registo

E6

33

+

Os alunos reconhecem-nos, porque normalmente até é a disciplina e o professor que gostam mais.

E15

74

Os alunos, acho que não, apesar de gostarem, na sua maioria, da disciplina.

Por vezes, também, estes entrevistados tendem a não discernir entre importância, exigência, avaliação e estatuto. A afirmação da professora -E9-, ao afirmar que “os alunos começam a ter noção da sua importância, porque sentem na “pele” o grau de exigência” (UR 596), parece traduzir um tanto esta indefinição conceptual. Sem ignorarmos que a questão do poder é relevante nesta percepção do estatuto, não nos parece que esta deva ser interpretada apenas em função duma maior “exigência” dos professores de Educação Física. Ninguém negará importância à disciplina de matemática, mesmo se esta não estiver sujeita a um elevado grau de exigência.
Relativamente à terceira categoria Funcionários da Escola (FES), e no que diz respeito à classificação das unidades de registo, verificámos que existe uma quase total concordância de sentido nas dezasseis unidades de registo, já que apenas uma reflecte a percepção de um estatuto diferenciado.

Quadro 8 – Funcionários da Escola (FES)

S

UR

Sinal

Registo

E7

38

+

Os funcionários vêem-nos de forma um pouco diferente, porque já nos reconhecem um papel, dentro da escola, de intervenção e de dinamização.

E9

47

+

Com os funcionários nunca vi nenhuma atitude que mostrasse essa diferença de estatuto.

E14

70

+

Por parte dos funcionários nunca senti diferenças.

Relativamente às opiniões dos professores formados pelo INEF e pela EIEF, os quatro registos são muito idênticos e todos, inclusive a primeira unidade de registo de exemplo, reflectem a percepção do reconhecimento de um estatuto idêntico dos docentes de Educação Física aos das outras áreas disciplinares, por parte dos funcionários da escola. Também os seis professores dos ISEF´s, respondendo de uma forma assertiva, afirmam esse reconhecimento, como podemos ver na primeira unidade de registo de exemplo, devido ao seu papel de intervenção e de dinamização na escola.
Já os professores formados mais recentemente mostram uma maior diversidade de respostas. Das seis unidades de registo, quatro são de sinal positivo, uma é de alguma indefinição e uma é de sentido negativo. Enquanto os professores -E3- e -E9-, como podemos verificar na segunda unidade de registo, alinham pelo discurso dos professores anteriores, o professor -E15- refere que estes funcionários também o vêem como “parente pobre” dos professores e ilustra essa sua afirmação com um exemplo: “ainda há pouco tempo um funcionário me perguntou se um professor de Educação Física ganhava tanto como os outros professores. Acho que é revelador….” (UR 75).

Por vezes, os docentes entrevistados confundem a percepção do seu estatuto pelos funcionários com a relação com eles. O professor -E5- afirmando, também, a existência de um estatuto idêntico, justifica-o com a maior proximidade estabelecida com os funcionários na sua relação profissional diária. Diz ele expressamente: “temos uma relação mais próxima, conseguimos conversar com os funcionários, enquanto que os outros professores não o fazem” (UR 28); e conclui referindo que: “temos uma maneira de estar diferente… Aliás, se calhar, esta proximidade iniciou-se devido, um pouco, à marginalização do professor de Educação Física há anos atrás” (UR 29). Essa relação não prova que os funcionários tenham a ideia que os professores de Educação Física têm a mesma importância que os das outras disciplinas. Significa apenas que se dá maior contacto e se desenvolve uma relação mais intensa. Mas esta última afirmação é interessante, na medida em que este professor explica a aproximação aos funcionários, pelo facto do professor de Educação Física ter sido marginalizado pelos outros professores há anos atrás. Ora ela revela exactamente que a essa relação mais próxima pode significar que os funcionários os vêem de forma diferente, embora nada nos diga sobre a compreensão que têm do seu estatuto.

Relativamente à quarta categoria Comunidade Não Escolar,e no que diz respeito à classificação das unidades de registo, verificámos que, das vinte e duas unidades, nove são de sinal positivo, três de alguma indecisão e nove são de sinal negativo, o que revela, também, um certo equilíbrio nas opiniões que estes professores têm acerca desse reconhecimento por parte da comunidade não escolar. Enquanto uns têm a percepção que a comunidade reconhece pouco o seu trabalho, sobretudo os indivíduos com menos formação e em zonas do interior, como Trás-os-Montes, outros percepcionam que existe um reconhecimento do seu valor e uma maior consciencialização acerca da importância da disciplina e do professor de Educação Física, sobretudo, devido a questões ligadas à saúde.
Relativamente às opiniões dos professores formados pelo INEF e pela EIEF, encontramos nesta categoria seis registos, três de tendência positiva, dois de sentido negativo e um de indecisão, o que revela a percepção de um reconhecimento relativo por parte da comunidade.

O professor -E2- é de opinião, como podemos ler na primeira unidade de registo de exemplo, que à medida que a comunidade foi tendo noção que os professores de Educação Física tinham uma formação científica e pedagógica de nível superior idêntica aos professores dos outros grupos disciplinares foi reconhecendo o seu estatuto profissional. No entanto, tem noção que nem sempre foi assim. Diz ele: “ eu sei que noutras escolas, talvez mais permissivas, havia professores de Educação Física que abusavam chegando tarde e lendo o jornal durante as aulas enquanto os alunos estavam a praticar uma modalidade sem qualquer tipo de orientação. Eu critico muito os colegas que faziam este tipo de opção, porque em nada dignificaram a imagem da disciplina. Felizmente acho que hoje em dia esta situação está ultrapassada e para isso contribui a crescente formação dos professores que foram chegando às escolas” (UR 12).

Quadro 9 – Comunidade Não Escolar (CNE)
Instituto Nacional de Educação Física/ Escola Instrutores de Educação Física

S

UR

Sinal

Registo

E2

11

+

Eu penso que a sociedade já nos reconhece, porque os pais, tal como os professores de outros grupos disciplinares, à medida que se foram apercebendo que os professores de Educação Física também conseguiam dar resposta aos problemas colocados foram alterando a ideia que tinham de nós.

E12

64

Acho que a sociedade ainda olha para a disciplina de forma diferente, porque quando o menino tira negativa é um problema tremendo.

Também a professora -E13- pensa que a sociedade está mais consciencializada para a importância da Educação Física, sobretudo devido a questões relacionadas com a saúde. Para além deste aspecto refere, ainda, que “(…) as pessoas com mais formação e escolarização estão mais sensibilizadas para a importância do que as que têm menos formação” (UR 68). Mais cauteloso é o professor -E14- que opta por não reconhecer essa igualdade de estatuto. Não tem, porém, dúvidas em referir que existe uma melhoria substancial. Tal como a professora anterior pensa que “(…) nos meios rurais a aceitação da Educação Física por parte da comunidade tem sido mais difícil, porque ainda consideram muitas vezes que é perda de tempo. E isto acontece, sobretudo, nas pessoas que têm um grau de alfabetização mais baixo (UR 72). Finalmente, uma professora formada pela EIEF, justifica, como podemos ver na segunda unidade de registo, a falta de reconhecimento devido à questão da avaliação, porque ainda existe a ideia enraizada de que na disciplina de Educação Física não existem notas negativas.

No que diz respeito às percepções dos professores formados pelos ISEF´s, notamos que estes professores têm, tal como na categoria Professores Outros Grupos Disciplinares, percepções diferentes dos professores do INEF/ EIEF. Dos nove registos existentes nesta subcategoria, seis são de sinal negativo, um é de alguma indecisão e apenas dois são de tendência positiva o que demonstra, inequivocamente, que estes professores têm a percepção de que a sociedade reconhece pouco o seu trabalho, sobretudo na área de Trás- os-Montes. A comprovar esta situação temos o registo do professor -E1- que afirma, como podemos ler na primeira unidade de registo no quadro abaixo, que em Trás-os-Montes ainda existe pouco reconhecimento, ao contrário daquilo que acontece em zonas mais urbanas, onde há uma maior preocupação com questões relacionadas com a saúde e o culto do corpo.

Quadro 10 –  Comunidade Não Escolar  (CNE)
Institutos Superiores de Educação Física

S

UR

Sinal

Registo

E1

6

Nesta zona do país, Trás-os-Montes, acho que existe pouco reconhecimento, mas tenho noção que noutras zonas do país a situação é diferente. Por exemplo, nas zonas mais desenvolvidas do país, como Porto ou Lisboa, o reconhecimento é maior, porque há uma maior preocupação com o culto do corpo associado a questões de qualidade de vida.

E11

59

+

Para a sociedade acho que a Educação Física começa a estar ao mesmo nível, sobretudo nas zonas mais urbanas que estão mais sensibilizadas para a importância da Educação Física na promoção de estilos de vida saudáveis.

No entanto, apesar desta constatação refere, também, que a situação tem melhorado um pouco nos últimos anos, já que quando iniciou a sua carreira em “(…) 1985/1986 as pessoas, de facto, não sabiam que nós éramos licenciados, pura e simplesmente julgavam que seríamos alguns animadores desportivos e que poderíamos jogar futebol ou outra coisa afim e que isso nos daria a possibilidade de leccionar Educação Física” (UR 1).
Também a professora -E4- que leccionou grande parte da sua vida no nordeste transmontano, refere que “(…) a sociedade reconhece pouco o nosso trabalho aqui em Trás-os-Montes. Se vivesse em Lisboa a situação era diferente, já que a Educação Física tem um peso muito maior na vida das pessoas. Reconhecem a actividade física como algo indispensável na vida dos seus filhos” (UR 22). E conclui, referindo em tom crítico, que “Trás-os-Montes ainda vive uma situação muito especial. O pavilhão apenas é utilizado para o futebol e há modalidades que a população não conhece ou não quer conhecer. A piscina é um tanque de aprendizagem e está tudo dito relativamente às actividades físicas…” (UR 23).
O professor –E7-, reforçando a falta de reconhecimento no interior, refere que na realidade onde está inserido “(…)não sinto grande reconhecimento pela sociedade, mas tenho noção que noutras zonas do país a situação é diferente. Por exemplo, na Maia e no Porto o reconhecimento é maior, porque há uma maior preocupação com o culto do corpo associado a questões de qualidade de vida. Nessas zonas a Educação Física é mais valorizada que nos meios rurais e do interior” (UR 39).
Por sua vez, o professor -E8-, tal como a professora da EIEF, salienta a questão da avaliação como um exemplo flagrante do estatuto diferenciado. Na sua opinião “ (…) se de facto a disciplina tivesse a mesma importância que as outras, não se andava a discutir a necessidade de dar uma nota mais elevada aos alunos que têm défices na motricidade para não prejudicar a sua média final. Se houvesse igualdade existia apenas uma nota, aquela que o aluno merece de acordo com os parâmetros de avaliação (UR 44).

A visão do professor -E10- a este respeito, é curiosa, porque coloca a questão de outra forma. Na sua opinião a sociedade tem uma dupla perspectiva: “consideram que a Educação Física é fundamental para a vida, mas não para o ensino, porque quando a disciplina estraga a média… A Educação Física é importante para que as crianças e os jovens cresçam de uma forma saudável, mas para a avaliação não é importante” (UR 53).
Por fim, a professora -E11-, que lecciona há muito tempo em zona norte litoral do país, tem a mesma opinião relativamente às assimetrias do país referindo, como podemos ver na segunda unidade de registo de exemplo, que a sociedade nas zonas urbanas está mais sensibilizada para a importância do professor de Educação Física, na medida em que é um promotor de estilos de vida saudáveis.

No que diz respeito às percepções dos professores formados mais recentemente, encontramos nesta subcategoria sete registos, cinco de tendência positiva, um de alguma indefinição e apenas um de tendência negativa, o que revela, contrariamente à posição dos professores dos ISEF´s, que estes têm a percepção de que a sociedade reconhece, actualmente, o seu papel, até mais do que a própria escola. É esta a percepção do professor -E15- que refere, ainda, que “a Educação Física actualmente está na moda. O meu pai até me dizia que era uma pena ir para Educação Física, porque até tinha capacidades. Em pouco tempo as coisas mudaram, e quando acabei a licenciatura começou a haver uma imensa procura pelo curso. A sociedade estava a mudar, a ligação do desporto e da actividade física a um conceito de bem-estar, de saúde tornou-se um bem quase de primeira necessidade.” (UR 77). Também para o professor -E6-, como podemos ler na primeira unidade de registo, de facto a sociedade está a mudar e por, isso, o estatuto actualmente é outro.

Quadro 11 – Comunidade Não Escolar (CNE)

Institutos Superiores e Faculdades de Ciências do Desporto e Educação Física

 

UR

Sinal

Registo

E6

34

+

A mentalidade da sociedade também está a mudar, tal como a dos professores. Já não somos o professor de ginástica, porque já o provámos. O professor de Educação até sabe escrever, até usa o computador, até tem grelhas de avaliação….

E5

30

Os pais continuam a achar que o professor de Educação Física é como o professor de Educação Moral. Por exemplo, os pais dos melhores alunos não concebem como é que seu filho é bom a Matemática, Português e História e depois é um aluno normal a Educação Física. E questionam-se acerca da existência da Educação Física no currículo. E ficam bastante chateados, porque essa nota pode estragar a média de entrada na universidade no curso, por exemplo de Medicina.

A professora -E9-, a este respeito, tem uma posição mais cautelosa, afirmando que “(…) a sociedade está um pouco dividida. Existem uns que consideram que a Educação Física é uma disciplina que só serve para estragar a média e que ocupa ainda o lugar periférico e os outros que consideram que é importante para os seus filhos praticarem actividades físicas, devido à falta de infra-estruturas nesta zona” (UR 49).
O professor -E5- é aquele que apresenta uma posição mais determinada, referindo, como podemos verificar na segunda unidade de registo exemplificativa, que o reconhecimento de um estatuto idêntico ainda está longe de ser uma realidade, na medida em que alguns pais ainda comparam o professor de Educação Física ao professor de Educação Moral. Garcia e Queirós (1999) reconhecem, também, esta diferenciação de estatuto, já que na sua opinião o professor de Educação Física tem regido uma disciplina cujo valor a sociedade e os pais dos alunos, em concreto, ainda não reconhecem de uma forma absoluta.

Conclusões

O ensino da Educação Física em Portugal demorou a ser integrado nas escolas públicas e a credibilizar-se face a outras disciplinas escolares. Na verdade, a disciplina de Educação Física e os seus professores foram menos considerados do que as disciplinas e os docentes de outras áreas presentes no sistema escolar, durante praticamente todo o século XX. O processo de profissionalização dos professores de Educação Física e a tomada de consciência profissional só se iniciou, verdadeiramente, a partir da década de quarenta, com a criação do Instituto Nacional de Educação Física, ou melhor dito, a partir das primeiras levas de professores formados pelo referido Instituto. De facto, com a formação do INEF passou a haver mais uniformidade na profissão, com um modelo de formação único, pelo menos até à criação das Escolas de Instrutores de Educação Física. Todavia, convém ter presente de que as transformações foram lentas pelo que, até meados da década de setenta do século XX, o status profissional dos professores de Educação Física caracterizara-se por não estar ao mesmo nível dos docentes de disciplinas mais intelectuais.
Da análise das entrevistas realizadas, e sinteticamente apresentada nas páginas anteriores, poderemos verificar que há alguns aspectos que reúnem mais consenso ou mais atenção do que outros. Um dos aspectos mais consensuais, prende-se com o facto, da maioria dos professores de Educação Física considerar que os seus alunos reconhecem o seu valor como docentes dessa disciplina. Contudo, a leitura destes resultados tem de ser realizada com algumas reservas, porque parece-nos que os professores do nosso estudo confundem por vezes o estatuto profissional com o gosto pela disciplina. O facto dos professores de Educação Física terem a percepção que os alunos gostam e valorizam a disciplina que eles leccionam não é o mesmo que atribuírem a mesma importância relativamente às de pendor mais intelectual.

O mesmo poderíamos dizer sobre o que entendem ser o posicionamento dos funcionários. É verdade que há entre os professores de Educação Física um consenso sobre a importância que lhes atribuem os funcionários da escola, já que existe uma quase total concordância de sentido positivo nas unidades de registo. Mas isso não significa que os funcionários os vejam com o mesmo estatuto dos professores das outras disciplinas. A análise permite ver que existe maior contacto e uma relação mais próxima dos professores de Educação Física com os funcionários mas tal constatação não permite concluir que estes tenham aqueles com um estatuto idêntico aos docentes de línguas, de matemática ou de ciências.
Menos consensuais são os resultados referentes à importância que os professores de Educação Física pensam ser-lhes atribuída pelos professores de outros grupos disciplinares e a comunidade escolar. Com efeito, no primeiro caso, enquanto uns professores, sobretudo os formados pelos ISEF´s, têm a percepção que os outros colegas de profissão não reconhecem o seu valor tratando-os como “os parentes pobres” do ensino ou pertencentes a uma “segunda linha” de educadores, outros há que percepcionam a existência de um reconhecimento do seu valor e um tratamento idêntico. No segundo caso, enquanto uns têm a percepção que a comunidade reconhece pouco o seu trabalho, sobretudo os indivíduos com menos formação e em zonas do interior do país, outros percepcionam que existe um reconhecimento do seu valor e uma maior consciencialização acerca da importância da disciplina e do professor de Educação Física, pelo menos desde a década de noventa do século passado. Note-se que estes resultados são consentâneos com os estudos recentes desenvolvidos por Martins (2010) e Cortesão (2010) que apontam no mesmo sentido. Martins, por exemplo, apurou que 42% dos professores de outros grupos disciplinares considera ser menos prejudicial faltar a uma aula de Educação Física do que faltar a uma aula de outra disciplina; e Cortesão, por sua vez, verificou que apenas 48,3% dos professores de Educação Física consideram que os pais dos alunos valorizam o seu trabalho. Isto significa que o ensino da Educação Física ainda não é tido como tão importante como as disciplinas mais clássicas e intelectuais, pelo que também será normal que os seus docentes sintam ainda que nem sempre são tão considerados quanto os das outras disciplinas. De qualquer modo, muito se alterou das primeiras décadas do século XX para o fim dessa centúria e para a primeira década do século seguinte. Hoje, os professores de Educação Física inserem-se num quadro legal e têm responsabilidades como qualquer outro docente de qualquer outra disciplina. Alguns até ocupam cargos mais elevados da organização escolar. Mas este estudo também revela que não basta mudar as leis para mudar a percepção sobre um grupo profissional. Alguns dos docentes entrevistados revelaram consciência disso e não excluíram o menor cuidado e empenho de alguns dos seus pares para que ainda permaneça uma ideia de menoridade da disciplina de Educação Física entre alguns dos actores educativos e principalmente entre os colegas das outras áreas.

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DIPLOMAS LEGISLATIVOS

Decreto-Lei n.º 46 912, de 19 de Março de 1966.

Decreto-Lei n.º 47 342, de 24 de Novembro de 1966.

Decreto-Lei n.º 46 912, de 19 de Março de 1966.

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