Relation between physical activity per week and physical fitness and body composition in people with down syndrome
Relation between physical activity per week and physical fitness and body composition in people with down syndrome.
Abstract
Individuals with Down Syndrome have health problems, associated with low rates at the level of physical fitness and body composition. Several studies indicate there is a general tendency for individuals with Down Syndrome who participate in regular physical activities to show better results at the level of these indicators.The aim of this study is to verify how the levels of physical fitness and the parameters of body composition can vary, depending on weekly frequency of physical activity. The sample is made up of 60 individuals, men and women, aged between 10 and 19 years old, being analyzed in accordance of weekly physical activity sessions. For physical fitness, we evaluated the agility, flexibility, internal strength, medium strength, endurance and speed, by applying the AAPHERD and Eurofhit tests. For body composition, were assessed the weight, height, circumferences, folds, body fat percentage, body fat mass, no fat mass, and BMI, using the Tanita body composition analyzer/scales, pincers, and tape-measure. We verified that those who had more sessions obtained better results in physical fitness and better values on body composition. This study proved that this kind of population needs the greater number possible of weekly physical activity sessions.
1. INTRODUÇÃO
O indivíduo com Síndrome de Down (SD) evidencia um tipo de Deficiência Mental (DM) derivada de uma anomalia genética no par cromossomático 21. Além da DM, esta anomalia genética é caracterizada por um fenótipo particular, com consequências ao nível físico e funcional do indivíduo (Flórez e Trancoso, 1992; Pueschel, 1993). Os indivíduos com SD apresentam complicações ao nível de saúde, devido, entre outros, a problemas físicos, morfológicos (Pitetti et al., 1993) e musculoesqueléticos, com sequelas ao nível neurológico (Coutinho, 1999; Escribá, 2002) que influenciam a sua funcionalidade. De um modo geral, as crianças com SD evidenciam um desempenho reduzido ao nível da aptidão física, que se desenvolve de forma diminuta, ao longo da sua vida, pelo que, na idade adulta, mantêm um baixo desempenho, neste domínio (Eichstaedt et al., 1991). No entanto, ao nível da resistência aeróbia, Pitetti et al. (1993) constatam que, em termos fisiológicos, estes indivíduos têm características que lhes permitem ir mais longe. Apesar disso, não pode ser esquecido o facto desta população apresentar cardiopatias congénitas, que podem comprometer a capacidade de resistência cardiorespiratória (Chaves, 2001; Lacerda, 2001), além de terem uma menor resistência psíquica ao cansaço (Sherrill, 1986). Em relação à força muscular, principalmente dos membros inferiores, apesar de evidenciarem níveis reduzidos da mesma, poderão atingir níveis de força semelhantes à da população em geral (Pitetti et al., 1993). Deste modo, os indivíduos com SD, após um programa de actividade física, melhoram a sua capacidade de trabalho e de resistência ao exercício (Varela et al., 2001).
Os indivíduos com SD apresentam um excesso de peso em relação à altura, verificando-se défices no seu crescimento (Cronck, 1988; Varela e Rodrigues, 1990). Simultaneamente, existe um peso efectivo excessivo, que se acentua com o aumento da idade (Varela e Rodrigues, 1990). Tal como na população em geral, o sexo feminino com SD apresenta valores inferiores da estatura e valores superiores das pregas de gordura subcutânea, em relação ao sexo masculino com SD (Eichstaedt et al., 1991; Maia, 2002). O excesso de peso evidenciado por estes indivíduos, associado aos problemas cardíacos e respiratórios (Sherril, 1998) assim como a problemas na coluna vertebral (Pueschel, 1990) acentua mais os seus problemas de saúde. Os problemas fisiológicos e metabólicos, associados aos problemas físicos, condicionam ainda a sua condição física no geral e a sua actividade motora (Eberhard et al., 1995; Escribá, 2002). Contudo, alguns destes problemas poderão ser alterados se existir uma intervenção adequada (Varela, 1988).
É de salientar que o indivíduo com SD demonstra um nível inferior das capacidades físicas devido não só aos problemas de saúde (Eberhard et al., 1995), mas também à falta de motivação para a realização de actividade física (Shephard, 1985; Pitetti et al., 1991). Vários estudos comprovam os benefícios da actividade física na composição corporal (nomeadamente no peso, no índice de massa corporal e nas pregas) da população dita “normal”. Contudo, existem poucos estudos neste domínio relativos à população com SD. Assim, sendo possível controlar os parâmetros da composição corporal do indivíduo com SD, poderemos ponderar a actividade física ou o seu aumento como um modo de intervenção (Wetzel, 1998), uma vez que existem estudos que demonstram a diminuição desses indicadores, em indivíduos mais activos (Santos, 1999; Balic, 2000; Fernhall et al., 2000; Draheim et al., 2003). Torna-se relevante analisar a aptidão física e a composição corporal dos SD, pelo facto desta população ser alvo de problemas de saúde. Iremos então verificar até que ponto a actividade física tem influência positiva ao nível da aptidão física e os parâmetros da composição corporal nos indivíduos com SD, comparando o número de sessões semanais de actividade física, efectuada por cada grupo.
2. MATERIAL E MÉTODOS
DESCRIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
A amostra provém da população com SD da zona norte de Portugal, nomeadamente da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiente Mental (APPACDM) e dos Centros de Apoio Educativo. Os indivíduos da amostra encontram-se em idade escolar (10-19 anos) e são em número de 32 do sexo masculino e 28 do sexo feminino. Em relação à prática de actividade física, os indivíduos com SD praticam Educação Física e Natação, com uma frequência semanal de duas, três ou quatro vezes, tendo cada sessão entre 50 a 60 minutos.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
Os indivíduos da amostra foram submetidos a uma avaliação das variáveis antropométricas (da responsabilidade de Serviço de Epidemiologia da Faculdade de Medicina, da Universidade do Porto) e das variáveis da aptidão física.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA
Na escolha dos testes para aferir a aptidão física, consideramos necessário adequar algumas provas das diferentes baterias de testes à população em causa. Assim, visto esta população ter problemas psicomotores de base, foi importante seleccionar provas simples, de fácil aplicação, as quais já estivessem validadas para esta minoria. Deste modo, utilizamos a bateria de testes da AAHPER (adaptado por Rarick et al., 1967, para a população com DM) para avaliar a: Agilidade; Resistência Aeróbia – 500m (rapazes) e 300m (raparigas);Velocidade – 50 metros; utilizamos a bateria de testes da Eurofit (1993) para avaliar a:Flexibilidade – Sit-and-Reach; Força Média – Abdominais; utilizamos a bateria de testes da Eurofit (1995) para avaliar a: Flexibilidade – Sit-and-Reach; Força Inferior – Força Explosiva membros inferiores.
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
As medidas antropométricas mensuradas pelo método tradicional, através da pinça e fita métrica, foram: altura; prega tricipital (TCR); prega bicipital (BIC); perímetro da anca (PAnca); perímetro do braço (PBR); perímetro da cintura (PCint). Através da aferição do peso pela balança Tanita Body Composition Analyser – TBF – 300 e, indicando a esta balança o sexo, a idade e a altura, foram obtidos os valores do índice de massa corporal, da percentagem de gordura corporal, da massa gorda e da massa não gorda.
ANÁLISE ESTATÍSTICA
Após a recolha dos dados, procedeu-se à sua organização. Para a análise estatística das variáveis do nosso estudo, utilizou-se o programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 12.0.
3. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADO
APTIDÃO FÍSICA DOS INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DE DOWN
Em relação às grandezas representadas por cada variável, a agilidade e a velocidade estão em segundos, a flexibilidade e a força inferior estão em centímetros, a força média está em número de repetições e a resistência está em minutos. Assim, nem sempre os valores superiores apresentados representam as melhores performances. Tanto na agilidade como na velocidade e na resistência, quanto menor o valor, melhor será o resultado obtido, pois o objectivo desses testes consistia na sua realização no menor tempo possível. Nos valores relativos à flexibilidade, à força média e à força inferior, os melhores resultados são aqueles que exprimem valores mais elevados.
Quadro 1. Relation between physical activity per week and physical fitness and body composition in people with down syndrome
COMPOSIÇÃO CORPORAL DOS INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DE DOWN
Quadro 2. Relation between physical activity per week and physical fitness and body composition in people with down syndrome
4. CONCLUSÕES
De acordo com os resultados obtidos na nossa amostra, verificamos que quanto maior a frequência semanal de actividade física, relativamente aos indivíduos com SD, melhores resultados serão obtidos ao nível da aptidão física e da composição corporal. Ou seja, esta população beneficia em grande medida com o aumento de actividade física, pelo que será aconselhável um número de sessões semanais de, pelo menos, três sessões.