Intra-individual Discrepancy in Self-perception of Professional Competence for Teaching and Coaching
Intra-individual Discrepancy in Self-perception of Professional Competence for Teaching and Coaching
RESUMEN COMUNICACIÓN/PÓSTER
At present, the accumulation of extra-school occupational activities with the teaching of physical educational classes remains a widespread reality. The dual role coach/teaching had been inspected from several angles (Hardin, 1999; O´Connor & MacDonald, 2002; Templin et al., 1994). According to Cheetham & Chivers (1998), professional competence is an occupational specific construct, which is influenced by an array of factors, including both the competence as perceived by the self and the competence as credited by the others. Acknowledging the occupational specifity of professional competence, a question arises: in what extent the perception of professional competency modifies in an individual involved in a dual role, teacher and coach? The purpose of this study was to examine the self-perception of professional competence sustained by professionals simultaneously engaged in two related occupations – PE teaching and coaching. The query was focused on three dimensions: knowledge, skills and attitude. A sample composed of 30 professionals of both gender (14 female and 16 male) filled two occupation specific versions of the likert-type Self-Perception of Professional Competence Scales Specific for the Sport Professional (adapted from Nascimento, 1999; Feitosa, 2002), one version applied for PE teaching, and the other for sports coaching. The statistic procedures used included basic descriptive measures and onesample t-test. We noticed that the overall individual mean value of self-perception of professional competences was relatively high (3,91). There were no intraindividual differences in selfperception of competence either at a general level or at the dimensions level. However significant differences were apparent within dimensions at particular categories, such as conceptual knowledge, planning and motivation. Subjects perceived themselves more competent in the coaching role. In the future, professional competence research must address the issue of professional competence in sport both as a whole and in each of its parts, by attending to their contextual particularities.
Introdução
Segundo Novick et al. (1996) a competência profissional refere-se ao comportamento activo, adaptativo e efectivo do professor face ao alcance dos objectivos delineados, enquanto que a autopercepção da competência profissional é a forma como o professor interpreta a sua capacidade de desempenho. A forma como cada professor interpreta os seus conhecimentos, habilidades e atitudes assume-se como uma importante variável mediadora e reguladora do comportamento. A imagem que o professor tem de si para além de influenciar a sua adaptação às exigências que se lhe colocam, permite-lhe manter a unidade de coerência do seu sistema de percepções pessoais e condiciona as suas aspirações (Seco, 2002). Podemos considerar que a auto-percepção da competência profissional se traduz na componente emocional da competência, pois condiciona toda a sua expressão. Um professor que apresente valores elevados de auto-percepção da sua competência tende a estar mais motivado para as suas tarefas e a desenvolver um maior esforço para o cumprimento dos seus objectivos, recorrendo mais eficazmente às habilidades que possui e consequentemente consegue obter níveis de envolvimento superiores dos seus alunos (Brandura, 1992). À semelhança do que acontece na função de professor, também a auto-confiança demonstrada pelo treinador tem uma influência clara nos níveis de confiança dos atletas com que trabalha. Desta forma, o treinador que trabalha com jovens atletas pode contribuir de forma efectiva para o aumento dos níveis de autoconfiança dos mesmos (Gould, 1987).
Drewe (2000) refere que o treino e o ensino são muitas vezes encarados como profissões distintas, com objectivos também distintos. Contudo, esta dicotomização não é assim tão linear. Apesar de se associar a noção de educador ao professor de Educação Física (EF) e a de técnico ao treinador, torna-se claro que o treinador nunca deve relegar as suas funções de educador, e o professor de EF não deve encarar o ensino das distintas modalidades sem assumir na sua plenitude o carácter competitivo das mesmas. A dicotomia entre educação e treino poderá revelar-se mais prejudicial que benéfica para ambas as actividades. Recorrendo ao pensamento de Nascimento (1999) que considera que o sucesso profissional depende, tanto da utilização adequada de conhecimentos e procedimentos, como do sentido de domínio manifestado em relação aos conhecimentos e habilidades inerentes ao desempenho profissional, a auto-percepção de competência assume-se como uma das temáticas relevantes a ser estudada. O mesmo autor refere que a competência percebida requer a organização e coordenação de múltiplos processos mentais, passíveis de serem avaliadas e os resultados alcançados pelo indivíduo são mais dinâmicos do que estáticas e podem ser afectadas pelos contextos. Apesar de a competência percebida não corresponder à verdadeira competência, de uma forma geral, considera-se que elevados valores de auto-percepção de competência profissional são um factor regulador da expressão da competência profissional, uma vez que condicionam a motivação, expectativas e grau de empenhamento do profissional. Independentemente das variáveis em causa, a competência percebida é uma variável incontornável quando pensámos na manifestação da competência. Basta olharmos os treinadores de sucesso, para rapidamente constatarmos que estes demonstram uma elevada percepção da competência. Pensemos no paradigmático José Mourinho, que demonstra grande confiança do seu desempenho e consegue níveis de envolvimento dos seus atletas muito elevados.
Material e métodos
Amostra
A amostra é constituída por 30 profissionais do desporto com formação específica em Educação Física e Desporto na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, que exercem em simultâneo a actividade de professor de EF e de Treinador (14 do sexo feminino e 16 do sexo masculino). As idades dos participantes estão compreendidas entre os 23 e os 52 anos, com uma média de 30,07 ± 6,42 anos. Instrumento Para a recolha dos dados utilizaram-se duas escalas de Auto-percepção das Competências profissionais Específicas do Profissional do Desporto (adaptadas de Nascimento, 1999; Feitosa, 2002) uma dirigida a professores de Educação Física e outra a Treinadores, constituídas respectivamente por 33 e 49 itens. Os itens estão agregados em três dimensões e respectivas categorias: dimensão conhecimento que inclui as categorias conhecimento conceptual e processual; a dimensão habilidades que é composta pelas categorias planeamento, comunicação, avaliação, motivação e gestão e por último a dimensão atitude. A resposta a cada item é realizada numa escala de Likert de 6 níveis (0 a 5), em que 0 representa nenhum domínio e 5 domínio total da competência. Tratamento dos dados e procedimentos estatísticos No tratamento dos dados recorreu-se às medidas descritivas básicas, média e desvio padrão e ao teste T para uma amostra para detectar se os profissionais percepcionam a sua competência de forma significativamente diferente, nas duas actividades profissionais que exercem (Professor de Educação Física e Treinador). O nível de significância foi mantido em p?0.05.
Resultados
Os valores de auto-percepção da competência profissional resultante da associação da percepção nas duas actividades situam-se num nível médio elevado, sendo que a competência geral apresenta um valor médio de 3,91. Relativamente às dimensões da competência o valor superior surge na dimensão atitude (4,01), seguido da dimensão habilidades (3,96) e por último a dimensão conhecimento (3,80). Tal como podemos verificar pelos valores do desvio padrão (entre 0,37 e 0,33) existe pouca dispersão dos valores em torno da média, os valores são muito próximos uns dos outros (Quadro 1). Quadro 1 – competência geral e dimensões da competência resultante da conjugação das duas actividades profissionais
Quadro 1. Intra-individual Discrepancy in Self-perception of Professional Competence for Teaching and Coaching
1. Auto-percepção intra-individual de competência profissional nas funções de professor de Educação Física e de treinador
1.1 Competência geral e dimensões da competência
Quadro 2. Intra-individual Discrepancy in Self-perception of Professional Competence for Teaching and Coaching
Quadro 3. Intra-individual Discrepancy in Self-perception of Professional Competence for Teaching and Coaching
1.2 Categorias da competência relativas às dimensões conhecimento e habilidades
Quadro 4. Intra-individual Discrepancy in Self-perception of Professional Competence for Teaching and Coaching
Quadro 5. Intra-individual Discrepancy in Self-perception of Professional Competence for Teaching and Coaching
Discussão
Conclusões
Referencias
Brandura. (1986). Exercise of personal agency through the self-efficacy mechanism. In R. Schawarzer (Ed.), Self-efficacy – thought control action: Library of Congress Cataloging.
Brain, L., & Wendt, J. (1983). Undergraduate Physical Education Majors’ Perceptions of the Roles of Teacher and Coach. Research Quartely for Exercise and Sport, 54, 112-118
Cheetham, G., & Chivers, G. (1998). The reflective (and competent) practitioner: A model of professional competence which seeks to harmonise the reflective practitioner and competence-based approaches. Journal of European Industrial Training, 22(6/7), 267.
Drewe, S. B. (2000). An examination of the Relationship Between Coaching and Teaching. Quest, 52, 79-88.
Feitosa, W. (2002). As competências específicas do profissional de Educação Física. Um estudo Delphi. Disserteção apresentada à coordenação de Pós-graduação em Educação Física, Universidade Federal de Santa Catarina.
Figueiredo, P.; Albuquerque, J.; Bilhastre, S.; Fernandes, R.; Batista, P. (2007). Auto-percepção da Competência Profissional em Professores de Educação Física e Treinadores Desportivos. In: Actas da Conferência Internacional Psicologia do Desporto e Exercício. Universidade do Minho, Braga.
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Hardin, B. (1999). Expertise in teaching and coaching: A qualitative study of physical educators and athletic coaches. sosol sociology of sport online, 2(1).
Mansfield, B., & Mitchell, L. (Eds.). (1996). Towards a Competence Workforce. Great Britain: Gower Publishing Ltd.
Martens, R. (Ed.). (1996). Successful Coaching. Champaign, IL: Human Kinectics. Nascimento, J. (1999). Escala de auto-percepção de competência profissional em Educação Física e Desportos. 13(1), 5-21.
Novick, N., Cauce, A., & Grove, K. (1996). Competence self-concept. In B. BranKen (Ed.), Handbook of self-concept – development, social and clinic considerations: Library of Congress Catoling-in-publication data.
O´Connor, A., & MacDonald, D. (2002). Up Close and Personal on Physical Education Teachers’ Identity: Is Conflict an Issue? Sport, Education and Society, 7(1), 37-54.
Templin, T., Sparkes, A., Grant, B., & Schempp, P. (1994). Matching the Self: the Paradoxical Case and Life History of a Late Career Teacher/Coach. Journal of Teaching in Physical Education, 13(3), 274-294.
Seco, G. (2002). A satisfação dos Professores – teorias, modelos e evidências. Porto: Edições Asa.