Evaluate the behavioural response, after the auditive identification, towards the goalball shot
Evaluate the behavioural response, after the auditive identification, towards the goalball shot
ABSTRACT
This study was to evaluate the behavioural response, after the auditive identification, towards the Goalball (GB) shot. For a better understanding of this general goal, we have specified other targets, taking in account the efficiency of the defensive movement; the years of practicing; and the part of the body used during defense. The sample was composed of a male GB team (Nationals Championship and Cup 2006/7) (N=6 with Visual Impairment), analyzing a total of 208 defensive actions. In order to better respond to the present targets, we have used multimedia tools which were used to record the defensive actions from this team during the matches from the above mentioned competitions. A post-treatment computer’s program (APAS) was used to rework the collected images. The statistical treatment involved descriptive statistics (central tendency/dispersion measures) and inferential statistics using Mann-Whitney and Anova tests. With the results obtained we concluded that the average reaction time from the players after the first impact from the ball on the floor is 0,39s±0,27s; they achieved a success rate on defensive efficiency around 86%. The most used part of the body was the upper body (trunk). However, taking in account the specific targets, we also conclude, that there are no differences concerning the reaction time, neither for an efficient defense nor for an efficient one. A trend was detected on the beginners: sooner reactions correspond to more goals being suffered. We also observed that the experienced players reacted faster in a first moment, judging however for the right time to go for the ball. Besides that, the experienced players have reacted quicker than the beginners, showing clearly a trend to analyze the multiple aspects involved in the opponent’s attack. Finally, and considering the most used part of the body, the slowest reaction time was associated with the Lower Limbs.
1. INTRODUÇÃO
Reconhecemos que a realização deste estudo se revela pertinente e importante, uma vez que são poucos os trabalhos realizados nesta área, sobretudo no que diz respeito à análise de jogo. Assim, pretendemos incentivar a realização de mais trabalhos, no sentido de enriquecer a modalidade e elevar o nível de competitividade. Para percebermos o mundo, dependemos das informações fornecidas pelos nossos órgãos dos sentidos (olhos, ouvidos, pele, nariz, língua). Sendo que cada um destes órgãos é sensível a diferentes estímulos físicos e cada um contribui com informações diferentes (Gazzaniga & Heatuerton, 2005).
Quando existe a falta de um deles, os outros terão de assumir uma importância diferente, sobretudo quando se verifica a falta de visão, o sentido da distância por excelência (Gleitman, 1999). Segundo Ochaita e Rosa (1995), a DV tem como principal característica a privação total ou parcial da informação pelo canal sensorial que é responsável pela visão. Tal facto induz o indivíduo a determinadas características das quais se pode destacar o sedentarismo. Uma das formas de combater esta realidade poderá ser através da prática de actividade física. O Goalball modalidade específica para a DV foi criada com o intuito de permitir que o atleta sem visão pudesse praticar um desporto quer de forma recreativa quer competitiva. Sendo um Jogo Desportivo Colectivo, acaba por estar envolvido em actividades ricas em situações imprevistas às quais o indivíduo que joga tem que responder e em que o comportamento dos jogadores é determinado pela interligação complexa de vários factores (de natureza psíquica, física, táctica, técnica, …) (Garganta, 1998). Desta forma e com a finalidade de orientar as suas acções em campo, os jogadores devem ser capazes de percepcionar de diversas formas a situação do meio envolvente e relacioná-la com a sua própria actividade (Tavares, 1998).
Efectivamente, a informação flui desde o órgão sensorial que a capta, passa pelo sistema nervoso que a transforma e chega à estrutura muscular que executa a resposta (Alves e Brito, 1995). Para que se possa perceber qual a importância da ocorrência da velocidade do processamento da informação no desporto, estuda-se o tempo de reacção, sendo este definido pelo tempo que decorre desde o aparecimento do estímulo até à execução da resposta motora apropriada (Tavares, 1993). Desta forma, pretendemos neste estudo avaliar a resposta comportamental do jogador de Goalball, após a identificação auditiva face ao lançamento, observando e comparando essa resposta quer em termos da eficácia do gesto defensivo, como dos anos de prática (comparando atletas iniciantes e experientes), bem como tendo em conta que parte do corpo é utilizada na defesa.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Caracterização da Amostra
A nossa amostra foi constituída por 6 jogadores de Goalball, todos pertencentes ao género masculino e com idades compreendidas entre os 18 e os 49 anos de idade, com uma média de 33,7 ± 13,8 anos. Destes atletas três praticaram a modalidade há mais de 10 anos, enquanto os restantes três praticaram há menos de quatro anos. Foram recolhidas imagens de vídeo das provas do Campeonato Nacional de Goalball, bem como da Taça de Portugal, durante a época desportiva 2006/2007, tendo sido analisadas neste trabalho 208 acções defensivas desta equipa. Variáveis em Estudo A recolha e análise das imagens recolhidas em vídeo, permitiu-nos recolher as seguintes variáveis: Tempo de reacção (TR) Ao longo do nosso trabalho, foi considerado como tempo de reacção o espaço de tempo que vai desde do momento em que se dá o primeiro impacto da bola no chão até ao instante em que o jogador esboça o primeiro movimento de defesa, sendo excluída desta forma uma fase de preparação que o atleta tem, uma vez que a bola mesmo antes de ser lançada produz som que permite ao atleta percepcionar a posição do adversário com bola. Consideramos igualmente no nosso estudo que o tempo de reacção que avaliamos é o tempo de reacção simples, uma vez que o jogador reage sempre ao mesmo estímulo auditivo (bola), dando uma resposta motora, que embora variando na sua execução, é sempre a mesma, ou seja defender a sua baliza. Não foram incluídas nesta amostra de 208 acções defensivas, situações em que o jogador reage antes ou ao mesmo tempo que a bola toca no chão. Parte do corpo utilizada na defesa No que se refere à colocação do corpo na defesa, observamos em todas as acções defensivas com que parte do corpo se realizava a defesa da bola.
Para tal, dividimos o corpo em três grandes grupos: a) os membros superiores (MS), onde consideramos as mãos, os antebraços e braços; b) o tronco onde contamos com a defesa realizada com peito ou zona abdominal, incluindo zona pélvica; c) e os membros inferiores (MI), onde incluímos os pés, pernas e coxas. De salientar, que embora muitas vezes o jogador corrija a defesa com outra parte do corpo, a que foi tida em conta no nosso estudo foi a primeira parte a entrar em contacto com a bola. Eficácia do gesto defensivo Como eficácia do gesto defensivo entendemos a defesa ou não da bola, ou seja, o impedimento ou não da concretização de golo pela equipa adversária. Contudo, nas situações em que o atleta conseguia tocar a bola mas por algum motivo necessitava da ajuda do colega para esta não entrar dentro da baliza, foi considerada não eficácia na defesa. Por outro lado, as bolas que saíam fora, já dentro da área de lançamento da equipa defensiva, foram incluídas no grupo da eficácia na defesa, uma vez que apesar da bola não chegar até à linha dos jogadores ou à baliza, os defesas reagiram sempre em todos os ataques e orientando-se no seguimento da trajectória da bola. Anos de prática Tendo presente o tamanho reduzido da nossa amostra, consequência do estudo de uma equipa apenas, trabalhamos com o maior número possível de atletas. Desta forma, e relativamente aos anos de prática, optamos por dividir a amostra em dois grupos: o grupo dos “iniciantes” onde incluímos os jogadores com menos de quatro anos de prática; e o grupo dos “experientes” com mais de dez anos de prática.
3. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Tempo de Reacção e Eficácia Defensiva
Como podemos observar pelo Quadro seguinte, e em termos da amostra total, o TR não apresentava diferenças estatisticamente significativas entre a concretização ou não de golo (p=0,864). Ao nível dos iniciantes verificámos a existência de uma tendência não significativa para quando o TR é mais curto há uma menor eficácia defensiva (p=0,137). Quanto aos experientes, não encontramos diferenças estatisticamente significativas entre a concretização ou não de golo (p=0,570).
Quadro 3 – Tempo de Reacção e Eficácia Defensiva no total da amostra e entre iniciantes e experientes.
Quadro 3. Evaluate the behavioural response, after the auditive identification, towards the goalball shot
Quadro 4. Evaluate the behavioural response, after the auditive identification, towards the goalball shot
Quadro 5. Evaluate the behavioural response, after the auditive identification, towards the goalball shot
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Tempo de Reacção e Eficácia Defensiva
4. CONCLUSÃO
References
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Garganta, J. Para uma teoria dos Jogos Desportivos Colectivos. In A. Graça; J. Oliveira (Ed.) O Ensino dos Jogos Desportivos (3ª ed., pp. 11-25). Centro de Estudos dos Jogos
Desportivos. FCDEF-UP. Porto, (1998). Gazzaniga, M.; Heatherton, T. Sensação, percepção e atenção. In Ciência Psiologica: mente, cérebro e comportamento (pp. 144-179). Tradução de Maria Adriana –
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