Tripela: um novo jogo desportivo colectivo
No dia 14 de Junho de 2008 realizou-se o primeiro jogo de apresentação de uma nova modalidade desportiva colectiva, a Tripela.
Tripela: um novo jogo desportivo colectivo
Resumen
No dia 14 de Junho de 2008 realizou-se o primeiro jogo de apresentação de uma nova modalidade desportiva colectiva, a Tripela. A inovação passa pela exigência da utilização, de forma conjugada, de mãos e pés, numa sequência em três momentos: receber, largar e pontapear (Tripela). A sua criação resultou de um acto de criatividade e de vontade, da minha experiência desportiva enquanto professor de Educação Física, treinador de andebol e jogador de futebol e da pouca variedade de oferta de desportos colectivos na escola. Como características identificadoras deste jogo, podemos enquadrá-lo nos Desportos colectivos de invasão, utilizando os seus Princípios de jogo, obrigando à utilização sequencial dos membros superiores e inferiores, ocorrendo a progressão no terreno de jogo através de passe (Tripela) ou auto – passe. Para saber se as pessoas que assistiram à demonstração inaugural deste jogo acharam que o mesmo tinha potencialidades para constituir uma nova modalidade desportiva com aceitação generalizada, realizámos uma inquirição por questionário, tendo respondido 91 das cerca de 180 pessoas que assistiram ao evento. As opiniões dos assistentes a este jogo de demonstração revelaram, claramente, uma apreciação muito positiva nos diversos itens apreciados, com especial destaque para o carácter inovador e interesse dos professores em experimentar com os seus alunos. A expansão da modalidade está a passar pela realização de acções de formação para professores e alunos de Educação Física e Desporto, congressos nacionais e internacionais, possível introdução no desporto escolar e nos currículos nacionais de Educação Física Escolar. Em 2009, para além de ser modalidade de exibição no Circuito Nacional de Andebol de Praia, haverá um Congresso em Leiria, Portugal, no dia 6 de Junho.
Introdução
No dia 14 de Junho de 2008 realizou-se o primeiro jogo de apresentação de uma nova modalidade desportiva colectiva criada por mim. Denominada de Tripela, exige a utilização, de forma conjugada, de mãos e pés, numa sequência em três momentos: receber, largar e pontapear.
Esta exigência de receber com um segmento corporal (membros superiores) e passar/rematar com o outro (membros inferiores), ao que sabemos única em todas as modalidades desportivas, confere-lhe singularidade e provoca a necessidade de encontrar e utilizar padrões motores inabituais, derivada da rápida alternância entre trem superior e inferior.
Para saber se as pessoas que assistiram à demonstração inaugural deste jogo acharam que o mesmo tinha potencialidades para constituir uma nova modalidade desportiva com aceitação generalizada, realizámos uma inquirição por questionário, tendo respondido 91 das cerca de 200 pessoas que assistiram ao evento.
Os resultados revelaram uma muito boa aceitação desta nova modalidade desportiva e a previsão de sucesso futuro na sua implementação a diferentes níveis
Desenvolvimento
A criação de uma modalidade desportiva (colectiva) não é algo que aconteça todos os dias, todos os anos ou mesmo todos os séculos! Seja por acto criativo puro ou para responder a uma necessidade concreta, a sua concretização passa, quase sempre, por um processo difícil, com avanços e retrocessos, sobretudo no que respeita à tomada de decisões sobre aspectos regulamentares. Neste caso concreto, porquê uma nova modalidade?
– Acto de criatividade e de vontade;
– Experiência desportiva (treinador de andebol + jogador de futebol);
– Pouca variedade de oferta de desportos colectivos na escola.
A inovação situa-se no uso conjugado de mãos e pés, numa sequência em três momentos: receber, largar e pontapear: a Tripela!
Como características identificadoras deste jogo, podemos enquadrá-lo nos Desportos colectivos de invasão, utilizando os seus Princípios de jogo, obrigando à utilização sequencial dos membros superiores e inferiores, ocorrendo a progressão no terreno de jogo através de passe (Tripela) ou auto – passe.
Figura 1. Sequência de remate com obtenção de golo (o primeiro da modalidade!), em aula..
Figura 2. Passe e recepção, treino.
Posteriormente, contactámos as Associações Distritais de Futebol e de Andebol de Leiria, no sentido de nos porem em contacto com árbitros que pudessem arbitrar o jogo inaugural. Tendo esse contacto assegurado, efectuámos duas sessões teóricas com esses dois árbitros e realizámos dois treinos, um com cada uma das equipas que iriam realizar o jogo inaugural, para aferirmos algumas das regras e ver dificuldades que pudessem surgir na sua aplicação.
Aos árbitros e aos treinadores das equipas foram distribuídos, atempadamente, folhetos com as principais regras da modalidade.
Figura 3. Foto das equipas, árbitros e criador do jogo..
Metodologia
Amostra
Cento e onze pessoas (91), de um total de cerca de 180 pessoas que assistiram ao jogo de demonstração, responderam aos inquéritos. Os inquiridos tinham uma média de idades de 31,63 anos (sd 14,01), sendo 51 do sexo masculino e 60 do feminino. De salientar que cerca de 80% dos inquiridos pratica ou já praticou, como federado, uma modalidade desportiva.
Instrumentos
Utilizámos a inquirição por questionário (ver Anexo 1), com 10 afirmações/itens para classificar de 1 a 5, segundo uma escala de Likert (desde 1 – não concordo nada; a 5 – concordo completamente). Havia ainda um espaço para as pessoas colocarem livremente algum comentário ao jogo.
Procedimentos
Dois voluntários, estrategicamente colocados nas duas entradas da bancada do Pavilhão Desportivo, distribuíam inquéritos e canetas às pessoas que iam chegando para assistir ao jogo. Era-lhes pedido para, à saída, deixarem o questionário preenchido numa caixa colocada na zona central da bancada para o efeito.
Os dados foram posteriormente tratados com recurso ao programa estatístico SPSS, versão 16.0, interessando-nos, sobretudo, elementos de estatística descritiva, que a seguir apresentamos.
Resultados
Tabela 1. Valores mínimos, máximos, médios e de desvio-padrão dos itens apreciados
Tabela 2. Parece-me um jogo interessante (item 1)
Tabela 3. Gostava de experimentar (item 2)
Tabela 4. Gostava de experimentar com os meus alunos (item 3)
Tabela 5. Inovadora – pés e mãos (item 4)
Tabela 6. Poderá despertar interesse junto dos mais novos (item 5)
Tabela 7. Poderá atingir dimensão do Futsal ou do Andebol (item 6)
Tabela 8. Simples de jogar (item 7)
Tabela 9. Poderá atrair a atenção tanto de rapazes como de raparigas (item 8)
Tabela 10. Poderá vir a despertar a atenção noutros países (item 9)
Tabela 9. Atractiva, espectáculo interessante de ver na TV (item 10)
Figura 4. Excelente sequência no jogo de exibição!
Conclusões
As opiniões dos assistentes a este jogo de demonstração revelam, claramente, uma apreciação muito positiva nos diversos itens apreciados, com especial destaque para o carácter inovador e interesse dos professores em experimentar com os seus alunos.
A Expansão da modalidade está a passar pela realização de acções de formação (escolas, congressos nacionais e internacionais), possível introdução no desporto escolar e nos currículos nacionais de Educação Física Escolar, constituição de modalidade de exibição no circuito nacional de andebol de praia 2009, entre outras.
No dia 18 de Março de 2009 realizou-se o 1º Torneio de Tripela, com a participação de 8 equipas de alunos e professores do Instituto Politécnico de Leiria, num total de cerca de 60 sujeitos, os quais manifestaram, igualmente, o seu apreço e vontade em voltar a praticar a modalidade.
Para um melhor conhecimento desta nova modalidade desportiva colectiva, consulte
Anexo 1
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