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18 Jun 2012

The availability of the middle attacker for the quick attack and the combination plays: relationships and contributes for studying the dynamics of elite women’s volleyball

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The purpose of this paper was to study the relationship between the middle attacker’s availability for the quick attack and the combination plays, in elite women’s volleyball.

Autor(es): José Afonso, Isabel Mesquita & Rui Marcelino
Entidades(es): Universidade do Porto
Congreso: II Congreso Internacional de Ciencias del Deporte
Pontevedra 2008
ISBN:9788461235186
Palabras claves:volleyball, ecological match analysis, middle attacker, contextual variables

The availability of the middle attacker for the quick attack and the combination plays: relationships and contributes for studying the dynamics of elite women’s volleyball

RESUMEN COMUNICACIÓN/PÓSTER

The purpose of this paper was to study the relationship between the middle attacker’s availability for the quick attack and the combination plays, in elite women’s volleyball. Also, the paper intended to establish the effects of these variables in the anticipation movements of the block, prior to the setting zone. Six matches were analyzed, reporting to the Women’s World Championships of 2006, totalizing 670 sequences of play. The variables availability of the middle attacker for the quick attack, combination plays, and anticipation movements of the block were analyzed. The Chi-Square test was utilized, along with the Monte Carlo correction and the adjusted residuals. The reliability was measured through the Kappa of Cohen index, revealing values between 0,941 and 1,00. The type of availability of the middle attacker for the quick attack strongly associated with the type of combination play. Both these variables associated with the anticipation movements of the block. Although, in most cases, the information provided by the analysis of the middle attacker’s actions suffices to understand the reaction’s of the block, in cases where the attacker’s paths cross each other (that is, when a player crosses with another, inverting the zones of attack of each player) the variable combination plays introduces further pertinent information.

Introdução

No Voleibol, as acções envolvendo ataque rápido são fundamentais para o objectivo de desequilibrar a defesa adversária (Katsikadelli, 1995; Zimmerman, 1999; César e Mesquita, 2006). Neste particular, assumem as movimentações da atacante central um papel de relevo, na medida em que desta jogadora depende toda a construção dum ataque rápido (Paolini, 2000). Como tal, a acção da distribuidora vê-se fortemente constrangida por este indicador do jogo. Um outro factor a considerar, na análise ecológica das jogadas, é a jogada de ataque. Esta variável considera não só a acção da atacante central, como também as movimentações das restantes atacantes da equipa. Selinger & Ackermann-Blount (1986) descrevem diversas jogadas combinadas, com um ponto comum a todas: a existência de, pelo menos, uma atacante de primeiro tempo. Pode considerar-se, pois, como sendo combinação de ataque toda a jogada na qual a atacante central esteja efectivamente disponível para o ataque. É importante referir que a combinação ofensiva pode não implicar, neste sentido, que as atacantes desenvolvam a sua acção mudando de zona de ataque, contrariamente à definição proposta por Sousa (2000). Portanto, a jogada de ataque envolve a análise de todas as atacantes, sendo mais abrangente do que a análise exclusiva da acção da atacante central. Importa, não obstante, questionar se as movimentações do bloco prévias à distribuição, numa tentativa de antecipação das intenções da distribuidora adversária, se baseiam nas movimentações de todas as atacantes, ou apenas na central. O propósito deste estudo consistiu, portanto, em determinar se a análise da variável jogada de ataque se associa com a disponibilidade da atacante central para o ataque rápido, e se, relativamente a esta última, contribui com conhecimento original acerca da dinâmica do jogo de Voleibol feminino de elite, ou se, pelo contrário, os seus resultados constituem uma redundância. Para o efeito, observaram-se as semelhanças e diferenças nas associações destas variáveis em relação às movimentações do bloco adversário prévias à distribuição.

Material e Métodos

Amostra

Foram analisados seis jogos de Voleibol do Campeonato do Mundo de 2006, em Séniores Femininos. As selecções analisadas foram Brasil (2ª classificada), Rússia (1ª), Itália (4ª), China (5ª), Cuba (7ª), E.U.A. (9ª), Alemanha (11ª) e Azerbaijão (13ª). Pode considerar-se que a amostra foi intencional e não probabilística, tendo sido seleccionada em função do cumprimento de três critérios: a) representar o alto nível de jogo; b) corresponder a uma competição de elevado prestígio; c) ser recente. Analisámos todas as jogadas nas quais o segundo toque foi da responsabilidade da distribuidora, num total de 670 sequências de jogo com esta característica.

Variáveis

Disponibilidade da central para o ataque rápido Utilizámos as seguintes categorias (Afonso, Mesquita & Marcelino, no prelo): simulação de ataque rápido na frente, junto da distribuidora (SIC) e afastado desta (SIT), simulação atrás da distribuidora (SIA) e indisponibilidade para o ataque rápido (IND). Jogada de ataque Na categorização desta variável, adaptámos o instrumento de Afonso & Mesquita (2007a), definindo as seguintes categorias: ausência de combinação (AUS – a atacante central não está disponível para o ataque rápido), primeiro tempo à frente junto da distribuidora (T1C – restantes atacantes ficam nas suas posições), primeiro tempo à frente afastado da distribuidora (T1T), primeiro tempo atrás da distribuidora (T1A), tesouras (TES – jogadas com cruzamento da oposta relativamente à central), sobe e desce (SOB – ataque rápido na frente da distribuidora e sobrecarga dessa zona pela ponta), sobrecarga na saída da rede (TAS – equivalente ao sobe e desce, mas com a oposta a sobrecarregar a zona de ataque rápido da central, nas costas da distribuidora) e duplo primeiro tempo (DUP – central e oposta no primeiro tempo). Movimentações do bloco prévias à distribuição O único estudo que analisou esta variável foi o de Afonso, Mesquita & Marcelino (no prelo), pelo que recorremos à sua definição das categorias integrantes desta variável: espera (ESP), antecipação para zona 2 (ANP), antecipação para zona 4 (ANS), antecipação de bolas rápidos no meio (tensa – ANT – e curta – ANC), ponta reforça bloco da central (PCA), oposta ou distribuidora reforçam bloco da central (SCA), marcação da china (pela blocadora ponta, em conjunto – PCC – ou não com a central – PCH), e marcação do segundo toque (pela central – C2T, ponta – P2T, ou ambas PC2).

Procedimentos de análise dos dados Os dados foram registados com recurso ao Microsoft Excel 2003 para Windows e analisados com o SPSS versão 15.0 para Windows. As visualizações que dispensavam digitalização de linhas recorreram ao Windows Media Player 11; aquelas que necessitavam de linhas referenciais foram observadas em Pinnacle Studio 11 para Windows. Para a análise descritiva e associativa das variáveis, calculámos as estatísticas descritivas referentes a cada variável. Por estas serem nominais, recorremos, na estatística inferencial, ao teste do Qui-Quadrado (com correcção de Monte Carlo, para células com n<5) e aos resíduos ajustados, considerando apenas os valores superiores a |2|. Para todos os testes, o nível de significância foi estabelecido em 5% (?=0,05). Para aferir da fiabilidade dos dados, recorremos ao Kappa de Cohen (via SPSS 15.0 para Windows), calculando a fiabilidade intra e inter-observador. Observámos, para o efeito, 120 sequências de jogo, representando 17,91% da amostra, valor substancialmente superior ao de referência (10%) apontado pela literatura (Tabachnick e Fidell, 1989). A fiabilidade intra e interobservador exibiu valores de Kappa entre 0,941 e 1,00 para as diversas variáveis, substancialmente superiores aos valores de referência (0,75) apontados pelas literatura (Fleiss, 1981).

Resultados e Discussão

Disponibilidade da atacante central para a realização de ataques rápidos e jogada de ataque A acção da central associa-se fortemente com a jogada de ataque elaborada (?2=1844,210 com p?0,001). Evidentemente, a indisponibilidade da central para o ataque (IND) associa-se com ausência de combinação ofensiva (AUS). Inversamente, todo o tipo de disponibilidade (SIA, SIC e SIT) inibe a ausência de jogada (AUS), pela sua própria natureza – a partir do momento em que existe ameaça de ataque rápido, estamos na presença de uma jogada combinada. Além disso, cada tipo de simulação aumenta a probabilidade de haver jogada específica (por exemplo, SIA com T1A), deixando de ocorrer jogadas específicas de outro tipo de simulação (SIA inibe T1C e T1T).

Quadro 1 – Associação entre disponibilidade da atacante central para o ataque rápido e jogada de ataque

Quadro 1. The availability of the middle attacker for the quick attack and the combination plays: relationships and contributes for studying the dynamics of elite women’s volleyball

Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº 8

Informação adicional é fornecida pela simulação de tempo 1 afastado da distribuidora (T1T), que inibe a realização de tesouras (TES) e potencia o duplo primeiro tempo (DUP). Por outro lado, a simulação de tempo 1 atrás (SIA) é largamente explorada para a criação de tesouras (TES) e, ainda, de sobrecarga zonal no lado direito da rede (TAS). Percebe-se, então, a predominância das chinas no Voleibol feminino. Além da dificuldade natural em blocar este tipo de ataques (pela sua componente transversal acentuada), emerge a possibilidade de se articular com a oposta um ataque de sobrecarga (TAS) ou uma tesoura (TES), dificultando a acção do bloco. Regularidades potenciadas ao nível das movimentações de antecipação no bloco adversário A acção da atacante central na preparação do seu ataque associa-se com as movimentações do bloco prévias à distribuição (?2=460,176, com p?0,001), significando que as blocadoras atentam nesta variável para adequarem a sua acção, conforme se depreende da leitura do quadro 2. Claramente, a indisponibilidade da central para o ataque rápido (IND) aumenta a probabilidade de comportamentos de espera (ESP) e de antecipação de ataque de recurso pela ponta (ANS), diminuindo os comportamentos de antecipação de ataques rápidos.

Quadro 2 – Associação global entre disponibilidade da atacante central para o ataque rápido e movimentações do bloco prévias ao passe de ataque

Quadro 2. The availability of the middle attacker for the quick attack and the combination plays: relationships and contributes for studying the dynamics of elite women’s volleyball

Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº 8

As simulações de ataque rápido tendem a estimular tipos específicos de comportamentos de antecipação por parte do bloco. Assim, a simulação atrás (SIA) associa-se com PCC e PCH, a simulação à frente junto da distribuidora (SIC) com ANC, ANP, PCA e ANT, enquanto a simulação à frente longe da distribuidora (SIT) gera ANT e SCA. A jogada de ataque também se associa com as movimentações do bloco prévias à distribuição (?2=531,416, com p?0,001). A ausência de combinação ofensiva (AUS) gera comportamentos de espera ou de antecipação de ataques de recurso pela ponta (ESP ou ANS), concordante com o verificado aquando da indisponibilidade da atacante central para o ataque rápido. As jogadas envolvendo a atacante central no ataque rápido e as restantes jogadoras nas suas posições corroboram que existe uma antecipação do bloco que é específica para cada tipo de movimentação da atacante. A título de exemplo, tempo 1 atrás (T1A) estimula comportamentos do bloco no sentido de reforçar a zona esquerda da rede (PCC e PCH). Os resíduos ajustados obtidos para esta variável confirmam os resultados obtidos aquando da análise da acção da atacante central.

Quadro 3 – Associação entre jogada de ataque e movimentações do bloco prévias ao passe de ataque

Quadro 3. The availability of the middle attacker for the quick attack and the combination plays: relationships and contributes for studying the dynamics of elite women’s volleyball

Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº 8

No que concerne a jogadas combinadas envolvendo mudança na zona de ataque habitual das pontas e/ou da oposta, constata-se que os resultados se assemelham aos obtidos quando se analisa unicamente a acção da central. Por exemplo, as tesouras (TES) e a sobrecarga na saída da rede (TAS), associados às jogadas com tempo 1 atrás da distribuidora, revelam probabilidade aumentada de movimentações de antecipação do bloco no sentido do reforço da zona esquerda da rede (PCC, PCH), o que já havia sucedido quando apenas a central se movimentava nessa direcção. Apesar da semelhança dos resultados, percebe-se que o bloco está afinado a estas nuances, na medida em que ajusta a sua forma de antecipação mediante o tipo de combinação. Se, na sobrecarga da saída de rede (TAS), ambas as blocadoras acompanham a movimentação da atacante central, já na tesoura (TES) a blocadora central tende a esperar, somente a blocadora ponta procede a movimentos de antecipação.

Conclusões

As variáveis disponibilidade da atacante central para o ataque rápido e jogada de ataque estão intimamente associadas, e ambas influenciam as movimentações do bloco prévias à distribuição, com significado estatístico. De forma geral, os resultados sugerem que a jogada de ataque contribui com dados redundantes para a análise das regularidades do jogo, na medida em que replicam as associações obtidas numa análise exclusiva da acção da atacante central. Tal significa que o bloco atenta, primeiramente, na acção da atacante central, constituindo as movimentações das restantes atacantes um indicador de menor importância. Isso pode dever-se à menor velocidade do ataque das restantes jogadoras, que permite ao bloco, ainda que não se antecipe, mais tempo para reagir às solicitações do jogo e, assim, ajustar-se ao ataque. Apesar disso, a variável jogada de ataque permite detectar algumas nuances na acção do bloco, conforme ficou patente na comparação dos efeitos da tesoura por contraponto com a sobrecarga zonal na saída da rede. As diferenças nestes detalhes são reveladoras de que o bloco também está perceptivamente afinado às movimentações das restantes atacantes. Em suma, a acção da atacante central configura-se como o factor decisivo na configuração das movimentações do bloco prévias à distribuição. As movimentações das restantes atacantes apenas são de interesse em casos pontuais, como aqueles nos quais existe cruzamento de jogadoras. Para a análise de jogo, em Voleibol feminino de alto nível, a consideração da variável jogada de ataque poderá constituir uma complexificação desnecessária, sendo mais simples analisar somente a disponibilidade da atacante central para o ataque rápido. Embora mais simples, esta análise não perde em poder estatístico, na medida em que faz sobressair aspectos centrais na dinâmica intrínseca do jogo.

Referencias

AFONSO, J.; MESQUITA, I. (2007a). Estudo piloto das jogadas combinadas em voleibol feminino. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 7 (Supl.1), 47.

AFONSO, J.; MESQUITA, I. (2007b). Estudo piloto acerca do tempo de ataque em voleibol feminino. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 7 (Supl.1), 47.

AFONSO, J.; MESQUITA, I.; MARCELINO, R. (no prelo). Estudo de variáveis especificadoras da tomada de decisão, na organização do ataque, em voleibol feminino. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto. Aceite para publicação em Fevereiro de 2008.

CÉSAR, B.; MESQUITA, I. (2006) Caracterização do ataque do jogador oposto em função do complexo de jogo, do tempo e do efeito do ataque: estudo aplicado no Voleibol feminino de elite. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, 20 (1), 59-69.

FLEISS, J.L. (1981). Statistical Methods for Rates and Proportions (2ª Ed.). Wiley-Interscience.

KATSIKADELLI, A. (1995). Tactical analysis of the attack serve in high-level volleyball. Journal of Human Movement Studies, 29, 219-228.

PAOLINI, M. (2000). Volleyball – from young players to champions. Ancona (Itália): Humana Editrice. SELINGER, A.; ACKERMANN-BLOUNT, J. (1986). Arie Selinger’s Power Volleyball. New York (E.U.A.): St.Martin’s Press.

TABACHNICK, B.; FIDELL, L. (1989). Using Multivariate Statistics. New York: Harper & Row Publishers.

ZIMMERMAN, B. (1999). Changes and possibilities with the introduction of liberos in men’s world class volleyball. The Coach, 1, 2-12.

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