O time-out no Andebol: análise da tomada de decisão do treinador na utilização do desconto de tempo durante a competição no Campeonato da Europa de 2008
Resumen análise da tomada de decisão do treinador na utilização do desconto de tempo
Através da observação, análise e interpretação do jogo, das tomadas de decisão relativas à gestão da equipa e dos jogadores e na solicitação do Time-out, o treinador intervêm igualmente no plano táctico-estratégico. No entanto, nem sempre os treinadores utilizam ou esgotam esta possibilidade de utilizar o desconto de tempo, assim como o fazem em momentos que ao público parecem desadequados. Este estudo procura compreender e analisar a utilização do Time-out durante o Campeonato da Europa 2008, bem como as decisões dos treinadores na solicitação desse desconto de tempo. Para o efeito foram observados 23 jogos, referentes à fase principal da competição(18) e às finais do 1º ao 6ºlugar (5), recorrendo-se à metodologia observacional e à análise sequencial com transições para analisar os dados recolhidos, para além da estatística descritiva.Os resultados obtidos permitem-nos afirmar que: a) Os treinadores intervêem, solicitando o Time-out, tendo em atenção o resultado do marcador, antes do score registar uma diferença de cinco ou mais golos, ocorrendo a maioria (53,7%) dos casos nos últimos cinco minutos da 1ªparte; b) Os treinadores intervêm mais de forma reactiva aos acontecimentos negativos (quando a equipa está a perder, quando falha no ataque ) e menos pró-activa (quando a equipa está empatada ou a vencer, quando tem êxito), com excepção dos minutos finais da 1ª e da 2ªparte dos jogos em que maioritariamente são as equipas que se encontram a vencer que solicitam o Time-out; c) A perda da bola no ataque tem uma significativa probabilidade de anteceder a decisão de solicitar o Time-out, enquanto que o êxito no ataque (golo) tem uma probabilidade significativa de inibir essa decisão.
Abstract
The purpose of this study is understanding and analyzes the Time-out management by Handball coaches, during the European Championship 2008. In competition the coach observe, analyze and made interpretation about the player’s and teams behaviors in order to make tactic-strategic decisions. However, the coaches do not explore all the possibilities the rules offer to them and do not request all the Time- out they have during the match, or they demand to the referees a Time-out in a time the spectators do not understand. The sample included 23 games from the main round (18) and from 1º to 6º finals (5) of the European Championship 2008.For this study the observational methodology was chosen using the technique of sequential analysis with lags, and also descriptive statistic. In view of the results it seems pertinent to highlight the following: a) the coaches ask for Time-out, looking on the score, before the difference on goals was more than four. In majority (53,7%) on the last five minutes of the first half; b) The coaches seems to be more reactive to the negative events, and less pro-active in case their team is winning, with exception on the last two minutes and half of each part of the game. In this case the majority of Time-out is request by the teams who is in advantage on score; c) Loosing the ball have a significant probability to precede a Time-out and in other hand the success in attack (score a goal) have a significant probability to inhibit the Time-out.
1.Introdução
No Andebol, não são apenas os jogadores que têm intervenção no plano táctico e estratégico no decorrer da competição. O treinador intervém igualmente neste âmbito, através da observação, análise e interpretação do jogo, das tomadas de decisão relativas à gestão da equipa e dos jogadores e na solicitação do Time-out (desconto de tempo). Para isso, ao treinador é exigida, durante a competição, uma permanente atenção e concentração que lhe permita orientar e gerir a equipa de modo eficaz, tomar decisões rápidas, numa permanente interacção com os jogadores e árbitros, tendo comportamentos associados ao desenrolar do resultado e à prestação dos atletas, individual e colectiva (Sequeira, 2005). Durante a competição, o treinador de Andebol pode comunicar directamente com os jogadores sem que estes tenham necessidade de ser substituídos ou o jogo de ser interrompido. No entanto, os tempos de desconto e o tempo de intervalo no final da 1ªparte, constituem-se como os momentos privilegiados de intervenção no âmbito mais colectivo e para os quais os treinadores devem preparar-se, munindo-se de informação, cuja análise lhes possibilite tomar decisões rápidas, acertadas e atempadas. As interrupções de jogo no Andebol que ocorrem por iniciativa dos treinadores, quando estes solicitam o desconto de tempo a que têm direito, permitem a estes intervir directamente na sequência de jogo a decorrer, corrigindo, alterando, motivando a sua equipa/ jogadores e interrompendo uma sequência de êxitos parciais do adversário, ou ainda, utilizando esse Time-out para “controlar” o tempo de jogo e o resultado. Esta possibilidade dos treinadores terem à sua disposição em cada tempo regulamentar um minuto de Time-out, permite uma melhor intervenção na gestão da equipa durante a competição, apesar de na prática corresponder apenas a cerca de cinquenta segundos ou menos, o tempo de que dispõe o treinador para falar com os jogadores. Por esse facto, para transmitirem aos jogadores informações precisas e também sucintas, durante o Time-out, aos treinadores é exigida uma preparação dos descontos de tempo, que lhes permita organizar os seus pensamentos de modo a serem eficazes, já que estas paragens de jogo proporcionam oportunidades para relembrar aos jogadores os elementos chave do plano de jogo, para fazer ajustamentos tácticos, para dar algum descanso aos jogadores, para fazer substituições ou para tentar alterar o ritmo do jogo (Launder & Piltz, 1999). Apesar da importância atribuída ao Time-out para uma intervenção do treinador durante a competição, nem sempre são utilizados a totalidade dos descontos de tempo possíveis conforme referem Taborsky & Sevim (2004) e Prudente (2006), o que levanta a interrogação sobre as causas de tal facto, quais as razões que levam o treinador a prescindir de uma intervenção directa sobre os acontecimentos do jogo. Será que os treinadores desvalorizam a possibilidade de intervenção no jogo através do Time-out? Ou têm ainda pouco desenvolvidas as competências para actuar de modo eficaz nestes momentos?
2. Material e métodos
A amostra utilizada foi constituída por 23 jogos da fase final do Campeonato da Europa de 2008 em Seniores masculinos, pertencendo 18 dos jogos à fase principal e 5 jogos às finais do 1º ao 6ºlugar. Foram observados os jogos e efectuado o registo das cinco sequências ofensivas anteriores ao pedido de time-out pertencentes à equipa que o solicitou, tendo-se utilizado a metodologia observacional e, para analisar os dados recorreu-se à estatística descritiva e à análise sequencial com transições.
3. Apresentação e Discussão dos Resultados
A tomada de decisão do treinador relativamente ao momento em que solicita o Time-Out é muitas vezes associado à sua capacidade de análise do jogo e dos comportamentos em campo. Assim o entendemos, já que o momento em que é solicitado o desconto de tempo, corresponde à leitura que o treinador faz da necessidade de parar o jogo e falar com a sua equipa, da sua capacidade de observar e interpretar os acontecimentos. As razões para a decisão do treinador, relativamente a esta questão, poderão ser as mais diversas: para acalmar a equipa, manter a posse de bola, gerir o resultado; quando pretende provocar alterações profundas na equipa porque o jogo assim o exige; quando a equipa revela uma desorientação profunda (sofrendo vários golos sem resposta); para dar descanso à equipa ou interromper o jogo quando o adversário começou a jogar bem; para incentivar à melhoria da qualidade de jogo mesmo estando a vencer confortavelmente; quando tem a vantagem mínima no resultado, nos instantes finais do jogo; para intervir em momentos especiais de fim da primeira parte ou de jogo (Oliveira, 2000). Como podemos verificar na Figura 1, referente ao estudo de Prudente (2006), é maioritariamente nos últimos dez minutos de jogo de cada tempo regulamentar que ocorrem os descontos de tempo solicitados pelos treinadores, sendo que o período em que maior número ocorreu foi nos últimos cinco minutos da 1ªparte.
Fig.1- Número de Time Out solicitados por períodos de tempo nas duas competições.
Também Taborsky & Sevim (2004) referem, conforme resultados obtidos no Campeonato da Europa 2004: nesta competição, o Time-out foi também maioritariamente solicitado no final da primeira e da segunda parte, sendo especialmente utilizado para preparar os ataques finais conforme concluem. Segundo estes autores, o facto dos treinadores nem sempre terem sido capazes de solicitar o desconto de tempo nos momentos mais apropriados, nem terem utilizado a totalidade dos descontos de tempo a que tinham direito (122 Time-out solicitados em 384 possíveis), denota que o Time-out ainda não faz parte da rotina táctica do Andebol. Esta última constatação confirma o facto verificado nos jogos observados no presente estudo (ver Quadros 1 e 2), embora se possa referir uma possível evolução no sentido de uma maior utilização do Time-out, evolução essa que não podemos confirmar, dado que, os resultados não se referem à totalidade dos jogos da competição como são os resultados do Campeonato da Europa de 2004 (ver Quadro1).
Quadro 1 –Relação percentual entre total de Time – out possíveis e solicitados nos jogos observados do CE 2002, CM 2003, CE 2004, CE 2006 e do CE 2008 (Taborsky & Sevim,2004; Prudente ,2006).
Nos jogos observados, referentes ao Campeonato da Europa de seniores masculinos de 2008 (CE 2008), jogos esses da fase principal (18 jogos) e das finais (5 jogos) registaram-se tempos de desconto solicitados que corresponderam a 71,74% da totalidade que o regulamento possibilitava (ver Quadro 2).
Quadro 2 – Time – out solicitados, por fracção de tempo, nos jogos observados do CE 2008.
Tal como referem Oliveira (2000), Taborsky & Sevim (2004) e Prudente (2006), é maioritariamente nas partes finais da primeira e segunda parte que os treinadores tomam a decisão de solicitar o seu desconto de tempo. Ao analisarmos os momentos do jogo, referentes ao tempo decorrido, verificamos que nos jogos por nós analisados a maior percentagem de pedidos de Time-Out ocorreu na parte final da 1ªparte e na parte final do jogo e, considerando estes dois momentos, foi no final da 1ªparte que maior percentagem de Time-out foram solicitados (ver Fig. 2),
Fig.2- Número de Time Out solicitados por períodos de tempo nas competições analizadas.
É nossa convicção que, pelo menos com os dados que temos, não podemos afirmar ser o tempo de jogo decorrido ou o tempo que falta para terminar a 1ªparte ou o jogo que determina a tomada de decisão dos treinadores no pedido de desconto de tempo. Para perceber esta tendência observada, haveria que analizar a marcha do marcador associada ao tempo de jogo decorrido e as sequências de jogo anteriores à decisão do pedido de Timeout, como fez Prudente (2006) tentando, deste modo, contextualizar a decisão do treinador. Dos resultados obtidos, no estudo referido, merece ser realçado o facto de 40% dos Time-out referentes aos jogos observados do CE 2002, e 51,4% dos referentes aos jogos do CM 2003, terem sido antecedidos de uma série de três ataques que terminaram sem êxito, enquanto neste estudo, o valor obtido analisando as cinco sequências ofensivas anteriores ao time-out foi de 38,8%, valor inferior ao do CE 2002 e do CM 2003 (Fig.3).
Fig. 3- Percentagem de séries de três ataques sem êxito a antecederem o pedido de time-out nas tês competições.
Consideramos estes valores significativos e que vêm ao encontro do que foi afirmado por Oliveira (2000), de que uma das razões para o treinador solicitar o desconto de tempo é a sua equipa revelar pontualmente uma desorientação profunda, que se manifesta em sofrer vários golos sem resposta, ou simplesmente acumular erros sucessivos. Analisemos agora o momento em que é solicitado o desconto de tempo, já que este tem uma relação directa com a marcha do marcador e o desejo do treinador influenciar, gerir, o resultado (Quadro 3).
Quadro 3- % de Time-out solicitados nos últimos 5 minutos e nos últimos 2 minutos e meio de cada parte relativamente ao total de time-outs solicitados nos jogos observados do CE 2008.
Estes resultados estão de acordo com os valores obtidos por Prudente (2006) que registou um número significativo dos descontos de tempo (46,7% no CE 2002 e 38,9% no CM 2003) solicitados nos últimos dois minutos e meio de jogo da primeira e da 2ªparte, concluindo que, estas intervenções durante os minutos finais, são fundamentalmente viradas para situações especiais e para dar indicações referentes aos últimos ataques conforme também fazem notar Oliveira (2000) e Taborsky & Sevim (2004). Ao ser analisado o resultado do marcador no momento em que é solicitado o desconto de tempo, pode verificar-se que nos minutos finais da 1ª e da 2ª parte são maioritários os pedidos de Time-out pelas equipas que se encontram a vencer. No entanto, como podemos observar na Fig. 4, se considerarmos os períodos relativos aos últimos cinco minutos da 1ª e da 2ª parte podemos observar que entre os 55’ e os 58’ se regista uma predominância de pedidos de time-out pelos treinadores cujas equipas se encontram a perder. Por outro lado, nos primeiros vinte e cinco minutos da 1ª e da 2ª parte é largamente maioritário o pedido de Time-out pelas equipas que estão em desvantagem no marcador. Estes são resultados que conferem com os obtidos por Prudente (2006) ao observar que em 46,7% (CE 2002) e 52,8% (CM 2003) das vezes a equipa que solicita o Time-out está a perder. Tal facto indicia que, os treinadores intervêm em cerca de metade das vezes que solicitam o desconto de tempo, de modo a tentarem inverter o rumo dos acontecimentos, oferecendo o Time-out nestes casos, grandes oportunidades para recuperar a equipa que se desorientou, levando-a de novo a um bom desempenho como afirma Rasmussen, 2003.
Fig.4- Resultado do marcador referente ao momento de pedido do time-out e relativo à equipa que o solicita, visto em termos de empate(E), vitória (V) ou derrota (D) e o total de time-out (TO) solicitados por período de tempo.
Vejamos agora qual o score do marcador em cada um dos períodos definidos (ver Quadro 4). O maior número de ocorrência do Time-out acontece quando o resultado do marcador está com uma diferença de apenas um golo, logo seguido das situações em que a diferença se situa em dois golos. Outros dados a destacar são o facto de serem utilizados mais descontos de tempo na 1ª parte do que na 2ªparte, que a larga maioria dos Time-out (50) são solicitados om o resultado do marcador a registar entre uma diferença nula até ao máximo de quatro golos e ainda, que o maior número de casos de Time-out solicitados em que as diferenças do marcador são iguais ou superiores a 5 golos ocorreu no período referente aos primeiros 25 minutos da 2ªparte.
Quadro 4- Diferença no marcador registada no momento do time-out e por períodos de tempo.
Estes resultados demonstram que a actuação dos treinadores na solicitação do Timeout ocorre, maioritariamente, num contexto em que existe equilíbrio no marcador, num momento em que está ainda indefinido o vencedor, ou seja, os treinadores procuram intervir no sentido de influenciar o rumo dos acontecimentos. Procurámos, através da análise sequencial dos dados recolhidos, verificar como se associava ao longo dos jogos o pedido de time-out com a eficácia ofensiva da equipa que o solicitava, tendo analisado os dados recolhidos prospectiva e retrospectivamente recorrendo à técnica de análise sequencial com transições. Esta análise dos dados permitiu-nos detectar alguns padrões de comportamento na solicitação do Time-out pelos treinadores. Na análise prospectiva, efectuada a partir da categoria resultado das sequências ofensivas até a solicitação do Time-out detectou-se ser significativa a probabilidade de a “perda da bola” anteceder o pedido de time-out, assim como o êxito da sequência ofensiva, o golo, constituir um factor inibitório do pedido de desconto de tempo (ver Fig. 5)
Fig.5- Padrão de associação detectado entre os resultados das sequências ofensivas anteriores e o pedido de Time-out.
Para verificarmos se os padrões detectados se alteravam ou não, considerando a variável “resultado do marcador”, repetimos a análise discriminando os resultados por resultado do marcador, tendo detectado padrões apenas quando o resultado era de desvantagem superior a dois golos ou de vantagem ou desvantagem de um golo para a equipa que solicitava o Time-out (ver Fig.6, Fig.7 e Fig.8).
Fig.6- Padrão de associação detectado entre os resultados das sequências ofensivas e o pedido de Time-out, considerando o resultado do marcador, com vantagem superior a dois golos para a equipa que solicita o Time-out.
Fig.7- Padrão de associação detectado entre os resultados das sequências ofensivas e o pedido de Time-out, considerando o resultado do marcador, com vantagem de um golo para a equipa que solicita o Time-out.
Fig.8- Padrão de associação detectado entre os resultados das sequências ofensivas e o pedido de Time-out, considerando o resultado do marcador, com desvantagem de um golo para a equipa que solicita o Time-out Legenda: RFDGR- sequência ofensiva terminada com remate efectuado para fora ou defendido pelo guarda-redes.
Efectuámos igualmente a análise retrospectiva, a partir da categoria Time-out para trás, primeiro sem considerar a influência do resultado do marcador e posteriormente considerando a influência dessa variável, tendo sido detectados padrões de comportamento no pedido de Time-out pelos treinadores apenas no primeiro caso (ver Fig. 9).
Fig.9- Padrão de associação detectado entre os resultados das sequências ofensivas e o pedido de Time-out.
4. Conclusões
De acordo com os objectivos do estudo, dos resultados obtidos e da análise dos mesmos, podemos concluir que: a) Os treinadores procuram intervir, solicitando o Time-out, tendo em atenção o resultado do marcador, antes do score registar uma diferença de cinco ou mais golos (a maioria dos Time-out são solicitados quando o resultado regista uma diferença de um ou dois golos), ocorrendo a maioria (53,7%) dos casos nos últimos cinco minutos da 1ªparte; b) Os treinadores intervêm mais de forma reactiva aos acontecimentos negativos (quando a equipa está a perder, quando falha no ataque ) e menos pró-activa (quando a equipa está empatada ou a vencer, quando tem êxito), com excepção dos minutos finais da 1ª e da 2ªparte dos jogos em que maioritariamente são as equipas que se encontram a vencer que solicitam o Time-out; c) A perda da bola no ataque tem uma significativa probabilidade de anteceder a decisão de solicitar o Time-out, enquanto que o êxito no ataque (golo) tem uma probabilidade significativa de inibir essa decisão.
Bibliografía
- Launder, A., & Piltz, W. (1999). Como dirigir melhor a equipa durante as competições. Revista Treino Desportivo, Ano II- 3ªsérie(7), 24-29.
- Oliveira, R. (2000). A planificação táctica em Andebol. Os momentos determinantes, as estratégias de intervenção no jogo e a comunicação do treinador na condução da equipa durante a competiçãoDissertação de Mestrado, Universidade da Madeira, Funchal.
- Prudente,J. (2006). Análise da performance táctico-técnica no Andebol de Alto Nível. Estudo das acções ofensivas com recurso à análise sequencial. Tese de Doutoramento. Universidade da Madeira. Funchal
- Rasmussen, E. (2003). Coaching during Team Time-Out. Handball- Periodical for Coaches, Referees and Lecturers (1), 61-63.
- Sequeira, P. (2005). A actividade Pedagógica do Treinador de Andebol em Alta Competição. Tese de Doutoramento. UTAD. Vila Real
- Taborsky, F., & Sevim, Y. (2004). Qualitative Trend Analysis of the 6th Men’s European Championship- Slovenia 2004. Handball- Periodical for Coaches, Referees and Lecturers(2), 10-27.