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1 Oct 2013

Influência da prática do golfe como promoção do sucesso escolar

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Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº22.

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A prática da atividade física e desportiva, está intimamente relacionada com o sucesso escolar nas sociedades modernas.

Autor(es): Ana Paula Ferreira de Brito, Elizabete Pimenta, Ângela Macedo
Entidades(es): Instituto Superior de Ciências da Saúde do Norte, ISMAI – Instituto Superior da Maia
Congreso: X Congreso Internacional sobre la Enseñanza de la Educación Física y el Deporte Escolar
Pontevedra, 5 al 8 de Septiembre de 2013
ISBN: 978-84-939424-4-1
Palabras Clave: sucesso escolar, jovens, golfe

Influência da prática do golfe como promoção do sucesso escolar

Introdução:A prática da atividade física e desportiva, está intimamente relacionada com o sucesso escolar nas sociedades modernas. O Golfe como desporto específico apresenta caraterísticas físicas e psicológicas, que podem funcionar como fator positivo para o aumento sucesso escolar entre os jovens. Metodologia:Este estudo quantitativo, transversal descritivo, utilizou umaamostra do tipo não aleatória, sendo 73 do género masculino e 35 do género feminino. As baterias de questões relativas ao “Sucesso Escolar”, “Golfe” e “Prática de Golfe” foram organizadas a que cada inquirido as ordenasse de acordo com a relevância que lhe atribuísse. Usámos a escala de Likert:1-discordo totalmente a 5–concordo totalmente.Utilizamos SPSS19, o coeficiente R de Pearson entre os fatores a prática do Golfe, com p?0,01 como nível de significância. Resultados:Encontramos dez fatores que descrevem, de forma concentrada, o gosto pelo Golfe e que traduzem mais de 70% da variância observada. As performances pessoais/sociais/física/emocional/inter-relacional, influências externas e familiares, preferência, reação ao desempenho e integração social, são os fatores encontrados através da prática deste desporto. Existe uma ligação entre “integração escolar”, fator relevante no sucesso escolar, e espírito de competição, fator ligado à prática do Golfe. O envolvimento familiar, elemento integrante do sucesso escolar, está correlacionado com a “habilidade/perícia” e ao “prazer social” associados à prática do Golfe. Os “métodos de estudo”, fundamentais ao sucesso escolar, estão correlacionados ao “espírito de competição e ao “estatuto/imagem” na prática do Golfe. A “competitividade social”, como elemento do sucesso escolar, está correlacionada com a “habilidade/perícia” e a “diversão” inerentes à prática do Golfe. Conclusão:Podemos concluir que a motivação para o Golfe, bem como a sua prática, ajuda a solucionar situações nefastas, no sucesso escolar destes jovens, principalmente a competitividade social e possui um papel fundamental na organização do estudo de conteúdos específicos relacionados a cada nível de ensino específico.
Palavras-Chave: sucesso escolar, jovens, golfe

Há muito que o Homem se dedica à prática de Atividade Física. Em relação ao Desporto, fenómeno que ocupa espaços cada vez maiores na nossa sociedade, não é diferente. A importância da prática desportiva é facilmente percebida através dos jornais, das revistas, da televisão, onde os atletas, se transformam nos nossos ídolos ou heróis, podendo serem vistos com bastante frequência. Esse fenómeno acentua-se nos períodos em que ocorrem jogos olímpicos ou campeonatos mundiais/internacionais. Para se ter noção da importância do Desporto no mundo, a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) proclamou o ano de 2005 como o “Ano Internacional do Desporto e da Educação Física” (Costa, 2006).
O presente trabalho baseia-se na análise e tratamento dos dados de um inquérito que foi aplicado a golfistas em idade escolar. Apresentamos aos inquiridos uma bateria de questões que nos permitissem formar uma ideia sobre a motivação para a prática do Golfe. Organizamos, tratamos e analisamos os dados estatísticos recolhidos com SPSS 19. Trata-se de um estudo exploratório que teve por base o senso comum, a pesquisa documental sobre os temas: Atividade Física, Sucesso Escolar Rendimento Escolar, Golfe e Motivação.
A amostra foi composta por 105 jogadores sendo 69,5% de jogadores do sexo masculino – setenta e três jogadores e 30,5% de jogadores do sexo feminino – trinta e dois jogadores. A idade dos jogadores oscila entre os seis e os dezanove anos, apresentando uma média de 12,38 anos e um desvio padrão de 3,087 anos. Discretizamos a variável idade e organizámo-la em três grupos. A maioria das observações incide sobre jovens com idades compreendidas entre os dez e os quinze anos (56,2%), sendo que 17,1% tem idades abaixo deste intervalo e 26,7% valores acima. Relativamente a origem/residência dos jovens observados residem na sua maioria na área do Porto e concelhos limítrofes. Verificamos relativamente à escolaridade que 38,1% dos jogadores frequenta o 3º Ciclo do Ensino Básico, 39,1% frequentam os 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico e que 22,9% frequentam o Ensino Secundário e Universitário. A generalidade dos jogadores inquiridos, 97,1% nunca ficou retido em nenhum ano de escolaridade e só uma pequena parte, 2,9% ficou retido uma vez. Dois dos jogadores não responderam. No que concerne ao agregado familiar a maioria dos jogadores inquiridos, 83,8% vive com os pais, irmãos, 12,4% com os pais e avós ou pais e padrinhos e os restantes 3,9% vivem ou só com o pai ou com a mãe (famílias monoparentais) ou só com os tios. O número de irmãos dos jogadores varia entre zero e quatro, sendo a média de 0.83% (inferior a 1) e um desvio padrão de 0,88. Constatamos que 43,8% são “filho único”, 33,3% tem um irmão, 20% tem dois irmãos e os restantes 2,9% têm três ou quarto irmãos. A nível das habilitações literárias a maiorias dos pais observados apresenta Licenciatura (57%), Mestrado ou Doutoramento (15,1%) e os restantes 28% tem o Ensino Básico ou Secundário. Contudo12 dos inquiridos não sabem ou não responderam a questão. Apresentam uma panóplia de profissões exercendo a maioria dos pais dos jogadores inquiridos atividades profissionais liberais ou como quadro superiores em empresas 67,7%, como quadros médios ou atividades liberais equivalentes 25,3% e dos restantes 5,1% são operários ou empregados de serviços e uma pequena percentagem de 2% encontra-se desempregado. Acresce que 6 dos inquiridos não responderam. A nível das habilitações das mães dos jovens inquiridos a maioria apresenta Licenciatura, 74,7%, com Ensino Básico ou Secundário há 15,4% e com Mestrado ou Doutoramento 9,9%, 14 dos jogadores não sabem ou não responderam a este item. A atividade profissional das Mães é exercida ao nível de quadro superiores ou equivalentes a profissões liberais em 30% dos casos, a nível de quadros médios ou equivalentes em 58% dos casos e das restantes uma pequena percentagem corresponde às que exercem profissões como empregados de serviços, ou operárias 9% e como donas de casa e desempregadas 3%.

Quando questionados a quanto tempo praticam Golfe os inquiridos referiram tempos que oscilam entre os 0 e os 9 anos apresentando uma média 2,57 anos. Quanto ao número de horas semanais de treino da modalidade, as respostas variam entre 0 e 20 horas, com uma média de 3,31 horas. A maioria 69,5% prática Golfe há mais de um 1 e menos de 5 anos. Os jogadores definem como objetivo enquanto estudantes em primeiro lugar e por 44,8% a obtenção de um curso superior, logo seguido (35,4%) do objetivo de ter boas notas. Os restantes objetivos assumem uma menos dimensão contudo revelam alguns aspetos relevantes do querer individual. Os jogadores revelam uma grande aptência pela atividade profissional da Medicina 23,2%, logo seguida pela Engenharia 14,7% e pela via ensino 9,5%. Numa segunda parte do questionário dedicada ao estudo do Sucesso Escolar, segundo o ponto de partida “ o meu Sucesso Escolar passa por…”, verificamos que todas as variáveis mereceram uma adesão francamente positiva, nomeadamente as considerações de que o Sucesso Escolar passa por… “Obter aproveitamento no fim do ano escolar” e “Bons resultados nos exames” que mereceram a concordância plena, o que, vai de encontro às conclusões obtidas por Vieira & Cristóvão (2007), em que o Sucesso Escolar, é fundamentado a partir de indicadores de reprovação, repetências e abandono. Procedemos de seguida à análise fatorial exploratória para procurar fatores subjacentes neste grupo de variáveis. A análise fatorial é um conjunto de técnicas estatísticas que procura explicar a correlação entre as variáveis observáveis, simplificando os dados através da redução do número de variáveis para os descrever. As componentes principais obtidas foram calculadas por ordem decrescente de importância: a primeira explica a máxima variância dos dados, a segunda a máxima variância ainda não explicada pela primeira e assim sucessivamente. Para facilitar a interpretação dos fatores usámos o método de rotação ortogonal – Varimax e assim os fatores encontrados não se relacionam entre si. O número de fatores foi encontrado pelo Critério de Kaiser, foram escolhidos os fatores cuja variância explicada é superior a 1. Verificadas as condições de aplicabilidade, a correlação entre as variáveis é grande, e aferida a qualidade do modelo como média, através dos Testes KMO e Bartlett. Assim a nível dos fatores e por respetiva ordem decrescente do Sucesso Escolar passamos a referir:
Integração Escolar – adequação e pertinência das matérias estudadas (4,30%), a qualidade pedagógica dos professores (4,42%), o máximo do empenhamento (4,44%), o equilíbrio entre o estudo e outras atividades e a autoconfiança (4,28%). – Envolvimento Familiar – bom ambiente familiar (4,49), apoio familiar (4,43%), adquirir os conhecimentos básicos (4,35%), condições de estudo (4,25%).– Métodos de Estudo – apoio pedagógico fora da escola (ex: explicações) 3,17%, motivação para o estudo (4,0%), método de estudo (4,21%), bons resultados nos exames (4,51%).– Desempenho e Expectativas – obter aproveitamento no fim do ano escolar (4,65%), objetivos profissionais futuros (4,19%), bom ambiente escolar (4,32%), facilidade em aprender (4,28%), vontade de estudar (3,92%)– Competitividade social – conseguir atingir mais objetivos do que os meus amigos (3,30%), influência dos pares (3,59%).

A consistência interna dos fatores, que se define como a proporção de variabilidade nas respostas que resulta de diferenças nos jogadores – as respostas diferem não porque o inquérito seja confuso e leve a diferentes interpretações, mas porque os jogadores têm diversas opiniões – medida pelo Alpha de Cronbach, varia entre o muito bom dos três primeiros fatores, o bom do quarto e o razoável do quinto. Encontramos desta forma um suporte do pensamento dos jogadores sobre o conceito de Sucesso Escolar. O Sucesso Escolar passa em primeiro lugar pela integração na escola, seguido pelo envolvimento familiar e métodos e técnicas de estudo a que se segue a consciência do desempenho e gestão de expectativas, culminando pela competitividade e reconhecimento social. O Sucesso Escolar/Rendimento Escolar, de acordo com Holt (1982), define que para ser um aluno de bom rendimento escolar necessita entre outras coisas, que se tenha consciência dos seus próprios processos mentais e do seu próprio grau de compreensão. Um aluno com desempenho escolar satisfatório, além de ser mais eficaz no uso e na seleção de estratégias de aprendizagem, é sempre capaz de dizer que não entendeu algo, pois ele está constantemente monitorizando à sua compreensão, cremos que os dados obtidos nos nossos jogadores coadjuvam com os obtidos por o referido investigador. As hipóteses que se levantam face a estes dados prendem-se com a vontade de saber se todos os grupos de jogadores, definidos e identificados anteriormente nas tabelas de distribuição e constantes da caracterização da amostra – sexo, idades, perspetivas de futuro, entre outros. – perfilham o mesmo conceito de sucesso. Visando a obtenção de eventuais respostas às hipóteses levantadas, foram definidos 3 escalões etários – dos 6 aos 10 anos; dos 10 aos 15; e dos 15 aos 19. Assim testamos, através de ANOVA, se a igualdade das médias da variável endógena em cada categoria de idades é ou não igual. O resultado diz-nos que não há diferenças significativas entre os níveis de idade no que concerne à noção de Sucesso Escolar. De realçar contudo algumas pequenas diferenças a nível da integração escolar uma vez que é mais sentida como fator de sucesso pelos jogadores mais jovens, enquanto a faixa dos dez, quinze anos sente mais, como fator de sucesso, o envolvimento familiar. Os mais jovens dos inquiridos são os que mais sentem o peso do método de estudo e o nível de desempenho como fatores de sucesso, estando os da faixa etária dez, quinze anos na situação oposta. No que diz respeito aos dois escalões de género, perfilham o mesmo conceito de Sucesso Escolar e dado que a variável género só tem dois níveis, aplicamos o T-Test para amostras independentes, a fim de validar ou infirmar a hipótese nula colocada. Como resultado constatamos uma diferença significativa, estatisticamente (sig <0,001) relevante ao nível de “métodos de estudos” que é considerada pelo género feminino mais importante como fator de Sucesso Escolar. Já e relativamente a prática do Golfe reflete uma igual perceção do conceito de Sucesso Escolar, os resultados obtidos permitem-nos concluir que o facto de um jovem treinar a mais ou menos tempo não leva a que tenha uma perceção do Sucesso Escolar diferente dos restantes grupos.
Na terceira parte do questionário dedicada ao estudo do Golfe segundo “Gosto do Golfe porque…” as razões invocadas para gostar de jogar Golfe traduzem-se na maior ou menor adesão dos jogadores às questões fechadas que lhes foram apresentadas. Os resultados devem ser lidos através das médias obtidas e as variáveis encontram-se por ordem decrescente de concordância – gosto (4,65%), concentração (4,64%), perícia e treino (4,58%), são as razões que merecem uma adesão quase total. Em sentido oposto, cinema (2,12%), publicidade (2,25%), vaidade (2,54%), são razões que mereceram mais discordância que concordância para gostar da modalidade. As diferenças de personalidade traduzidas para motivação podem explicar a motivação para a prática de Golfe através da confiança imaginação, paciência e capacidade de concentração em cada swing para uma execução cada vez mais automatizada na competição (Hellstrom,2009), Procedemos de seguida à análise fatorial exploratória para procurar fatores subjacentes neste grupo de variáveis:

– Performance Pessoal (interior) – Permite-me um melhor autocontrolo (4,20%), é um desporto, tranquilo e tranquilizante (4,39%), aumenta a minha autoconfiança (4,1%), permite-me melhorar a coordenação de movimentos (4,31%), associa o desafio mental ao exercício físico (4,32%).– Performance Social (Ego) – Jogar Golfe permitir-me-á uma melhor oportunidade de emprego (2,72%), jogar Golfe dá-me estatuto (2,82%), gosto por vaidade (2,54%), é praticado por indivíduos com grande estatuto social (3,83%), os prémios pelas vitórias são muito elevados (3,06%), durante prática sinto-me descontraído (3,54%)Performance Física – É um desporto alegre (4,19%), exige muita perícia e treino (4,58%), faz-me sentir um desportista a sério (3,98%), a prática de Golfe influencia positivamente o resultado escolar (3.90%), penso que sou um bom jogador (4,00%), no Golfe tenho completa liberdade de movimentos (3,76%).– Performance Emocional – Introduzir a bola no buraco é excitante (387%), o ar livre e o verde da relva seduz-me (3,50%), o Golfe exige concentração (4,64%)– Performance Inter-Relacional – O Golfe é bem cotado socialmente (3,76%), é um desporto sadio (4,06%), o convívio com os outros jogadores é excelente (4,29%), é um desporto entusiasmante (4,39%).Influências Externas – O cinema ensinou-me a gostar do Golfe (2,12%), a publicidade despertou-me a curiosidade e o gosto pela modalidade (2,25%).– Influência Familiar – Os meus pais falam bem do Golfe (3,90%), os meus familiares apreciam o Golfe (3,80%).Preferência – Gosto de jogar Golfe (4,65%), sinto que consegui sucesso nesta modalidade (3,90%), prefiro o Golfe a qualquer outra modalidade (4,18%).– Reação ao Desempenho – Durante a prática sinto-me nervoso (3,09%).– Integração social – Os meus melhores amigos praticam esta modalidade (3,10%).

Encontramos 10 fatores que descrevem, de forma concentrada, o gosto pelo Golfe e que traduzem mais de 70% da variância observada. A performance pessoal, social, física, emocional e inter-relacional, as influências externas e familiares, a preferência, a reação ao desempenho e a integração social, são os fatores encontrados. A consistência interna dos três primeiros fatores, medida pelo Alpha de Cronbach, é boa; o quarto e o quinto têm uma consistência razoável. Assim, segundo Miranda & Bara (1998), o processo de treino desportivo inclui longas horas de treino com grande desgaste orgânico, visando aprimorar os condicionamentos físicos, técnico e tático da performance, porém os resultados de todo o trabalho dependem muito e diretamente da condição psicológica dos atletas. Selicki & Segall (2009), no seu estudo concluíram que o Golfe é uma modalidade que cada vez mais praticada por jogadores de todas as idades tornando-se uma prática diária ou esporádica, sendo assim um jogo apreciado por amador e profissionais, considerando o Golfe como uma modalidade de perícia e estratégia através de um esforço ligeiro estando permanentemente em contacto com a natureza (Brito et al., 2009). É um desporto considerado de elite considerando até os prémios atribuídos em algumas competições, que no nosso estudo se verifica a através dos valores atribuídos pelos jogadores a nível estatuto social, os prémios pelas vitórias serem bastante elevados, entre outros. Fonseca & Maia (2000), investigaram a importância atribuída pelos jovens a um determinado conjunto de motivos normalmente indicados como determinantes na sua decisão de praticarem desporto. Na sua globalidade verificaram que, de uma forma geral parece ser evidente, a decisão de praticarem um atividade alicerçada em motivos relacionados com a tentativa de melhorar, ou demonstrar a sua competência para a prática dessa modalidade, bem como a procura de aquisição, ou manutenção de elevados índices de forma física e/ou mental, foram também referidos como importantes, os motivos relacionados com a afiliação e com a competição. Dai, o gosto por este desporto está intimamente ligado à motivação que escalonamos aos vários níveis das performances identificadas, motivação essa que significa “ ação de pôr em movimento” e parece ter origem nas palavras latinas motu (movimento) e movere (mover), o que lhe confere um ideia de movimento para ir de um local para o outro (Perfeito et al., 2008). As hipóteses a considerar, face a estes resultados, prendem-se à curiosidade em saber se existirá alguma ligação entre a perceção de Sucesso Escolar e motivação para o Golfe. Hellstrom (2009), defendeu que as caraterísticas psicológicas dos jogadores de Golfe assentam na sua atitude e motivação para o sucesso em torneios assim como nos objetivos que se traduzem no empenhamento na prática do Golfe traduzindo-se na avaliação do seu desempenho promovendo um treino sistemático para melhorar o seu jogo. Como referimos anteriormente no nosso estudo, a participação em programas de Atividade Física tem consistentemente emergido como um indicador chave na melhoria da memória (Hillman et al., 2005), como promotor de uma melhoria na capacidade de aprendizagem e no Sucesso Escolar (Buck et al., 2008). Assim procuramos uma análise sobre a perceção de Sucesso Escolar se correlacionada com a motivação para a prática do Golfe, isto é, se há alguma ligação entre a motivação para o Golfe e o Sucesso Escolar aos vários níveis. Utilizamos para tal, o coeficiente de correlação R de Pearson, visando a avaliação da intensidade da associação linear entre variáveis quantitativas e varia entre -1 e 1. Segundo Murteira (1993), “A correlação indica que os fenómenos não estão indissoluvelmente ligados, mas sim, que a intensidade de um é acompanhada tendencialmente (em média, com maior frequência) pela intensidade do outro, no mesmo sentido ou em sentido inverso”. Perante as correlações significativas observadas no nosso estudo concluímos, que há uma ligação entre “integração escolar”, fator relevante no Sucesso Escolar, e “performance pessoal” e “performance inter-relacional” associados à motivação para o Golfe (significativa ao nível de 1%). Os “métodos de estudo”, fundamentais ao Sucesso Escolar, estão correlacionados às “performance pessoal” e “performance emocional” das motivações para o Golfe. O “desempenho/expectativas”, associados ao desempenho escolar, estão correlacionados com a “ performance social” da motivação para o Golfe. A “competitividade social”, como elemento do Sucesso Escolar, está correlacionada com a “performance social” inerente à motivação para o Golfe.

Na última parte do inquérito onde o objetivo do estudo é a prática de Golfe segundo “ Praticar Golfe para ti é….” Podemos concluir, que para os jogadores inquiridos é um misto de competição, habilidade, imagem, diversão, prazer, convívio e emoção, sendo traduzido nestas questões que mereceram uma adesão, quase cem por cento positiva, dos jogadores. “Jogar por jogar” merece discordância, sinal de que o Golfe não deixa ninguém ficar indiferente.         A concentração no Golfe aparece, uma vez mais, como um elemento relevante que merece a concordância quase absoluta de todos os jogadores. Procedemos à análise fatorial exploratória dos dados e obtivemos os fatores que a seguir se discriminam:
– Espírito de Competição – O cumprimento de regras muito restritas (2,28%), desafio mental (4,32%), é sinónimo de muita concentração (4,53%), regras rígidas que o Golfe obriga (3,99%), concentração que a prática de Golfe obriga (4,30%), competir ao mais alto nível (4,20%), trabalhar todos os dias para melhorar cada vez mais (4,35%), jogar para me tornar um bom jogador (4.43%), ultrapassar os desafios que um campo de Golfe proporciona (4.45%).– Estatuto/ Imagem – Ser conhecido no meio do Golfe (3,82%), obtenção de um status social (3,44%), ser conhecido e ter prestígio a nível desportivo (3,65%), ganhar torneios (4,18%), aprendizagem de um desporto diferente/elite (3,91%).– Habilidade/Perícia – Ter um bom swing (4,37%), ter um bom Drive (4,30%), ter habilidade (4,35%).– Diversão – Forma de divertimento (3,86%), um escape para o dia-a-dia (3,20%), ocupação dos tempos livres (3,94%), jogar por jogar (2,40%), uma forma de atividade física (4,17%).– Prazer social – Fazer novas amizade (3,93%), obtenção de uma boa performance/handicap (4,23%), prazer de competição (4,30%)– Convívio – Uma tradição familiar (3,17%), conviver com os amigos (3,95%).
A consistência interna dos 6 fatores encontrados, medida pelo Alpha de Cronbach, varia entre o Muito Bom dos dois primeiros, o Bom do terceiro e quarto fatores e o Razoável do quinto. Encontramos desta forma um suporte ao sentir, pensar e agir dos jogadores sobre a prática do Golfe, prática essa que passa pelo espírito de competição, pelo estatuto/imagem, pela habilidade/perícia, pela diversão, pelo prazer social e pelo convívio e, que segundo Hellstrom (2009), os jogadores de Golfe visando uma performance que atinja a elite na competição, usam geralmente a sua aptidão física e a sua formação técnica para se tornarem mais competitivos. Considerando o fato de o seu resultado competitivo encontrar-se em relação direta com a pontuação atingida em cada torneio. Uma vez mais estabelecemos a potencial relação/ligação do Sucesso Escolar com a prática do Golfe, na expectativa de obtenção de um parâmetro avaliativo para a correlação entre fatores, na perspetiva de que a perceção de Sucesso Escolar está correlacionada com a prática do Golfe, isto é, há alguma ligação entre a prática do Golfe e o Sucesso Escolar aos vários níveis. Calculámos o coeficiente de correlação R de Pearson e numa breve síntese estabelecemos as correlações significativas obtidas. Concluímos que há uma ligação entre “Integração escolar”, fator relevante no Sucesso Escolar, e Espírito de competição, fator ligado à prática do Golfe (significativa ao nível de 1%). O Envolvimento familiar, elemento integrante do Sucesso Escolar, está correlacionado com a “habilidade/perícia” e ao “prazer social” associados à prática do Golfe. Os “métodos de estudo”, fundamentais ao Sucesso Escolar, estão correlacionados ao “espírito de competição e ao “estatuto/imagem” na prática do Golfe. A “competitividade social”, como elemento do Sucesso Escolar, está correlacionada com a “habilidade/perícia” e a “diversão” inerentes à prática do Golfe.
Numa breve análise final cremos poder concluir através dos dados obtidos pela caraterização da amostra do presente estudo, que nos permite situar a generalidade dos jogadores num estrato social médio-alto, facto observável pelas habilitações e profissões dos pais. O conhecimento da realidade social portuguesa e da massa estudantil em particular levam-nos a aceitar que o Sucesso Escolar destes alunos está mais associado ao meio socioeconómico em que vivem do que propriamente ao exercício, sadio, da prática do Golfe. Definimos o perfil de Sucesso Escolar perfilhado pelos elementos desta amostra e constatamos que os seus objetivos futuros se encaixam numa fasquia bastante – quase metade pretende abraçar Medicina. Quanto aos fatores de sucesso encontramos nas ideias-força que se ajustam positivamente a este nicho de população, mas que infelizmente se encontram minimizadas na generalidade da população estudantil. A integração escolar, o envolvimento familiar, os métodos e técnicas de estudo, o desempenho e expectativas e a competitividade social representam lemas que animam o estudante/ideal. Exploramos os fatores motivacionais para o Golfe que organizamos em fatores associados aos vários tipos de performances – pessoal, social, física, emocional e inter-relacional. Estabelecemos as correlações possíveis entre Sucesso Escolar e motivações para o Golfe que lemos como ligações e não no sentido causa/efeito. A prática do Golfe fica, nos termos deste estudo, intimamente ligada ao espírito competitivo dos atletas, ao estatuto/imagem que querem e podem transmitir, à habilidade e perícia dos praticantes, à diversão, prazer social e convívio. “Mens Sana in Corpore Sano” rezaria o epitáfio. Os resultados, embora esperados, traduzem o sentir das observações “in loco” e acrescenta um cunho científico ao conhecimento empírico. Não descobrimos Marte, mas preparamos os instrumentos, arrumámos a oficina e deixamos a casa arrumada e em condições de continuar a sonhar…

Referencias Bibliográficas:

Brito, A.; Henriques-Neto, D. & Ferreira, T. (2009). Estudo comparativo dos critérios de selecção de tacos numa volta de Golfe entre jogadores Seniores e não Seniores. In: XXXII Simpósio Internacional de Ciências do Esporte, 2009, são Paulo: Edição Especial da Revista Brasileira de Ciências e Movimento. 17(4):283. ISSN: 0103-1716. CELAFISCS.

Buck, S.; Hillman, C. & Castelli, D. (2008). The relation of aerobic fitness to stroop task performance in preadolescent children. Medicine and Science in Sports and Exercise, 40:166-172.

Costa, R. (2006). Considerações sobre um programa esportivo.

de iniciativa do governo federal brasileiro. [On line]. Disponível em www.efdeportes.com/efd102/esportiv.htm

Fonseca, A. & Maia, J. (2000). A Motivação dos Jovens para a Prática Desportiva Federada. Lisboa: Centro de Estudos e Formação Desportiva.
Hellstrom, J. (2009). Competitive elite golf: a review of the relationships between playing results, technique and physique. Sports Medicine, 39 (9):723-41. doi: 10.2165/11315200-000000000-00000.

Hillman, C.; Castelli, D.; Buck, S. (2005). Aerobic fitness and neurocognitive function in healthy preadolescent children.Medicine and Science in Sports and Exercise, 37: 1967-1974.

Holt, J. (1982). How children fail. New York: Delta.

Miranda, R. & Bara, M.(1998). Aspectos psicológicos do esporte competitivo. Treinamento Desportivo 3:62-72.

Murteira, B. (1993). Análise Exploratória de Dados – estatística descritiva. Lisboa: McGraw-Hill

Perfeito et al. (2008). Dicionário da Língua Portuguesa. Porto: Porto Editora

Selicki F. & Segall E. (1996).The mind/body connection of the golf swing.Clinical Journal of Sport Medicine, 15 (1):191-201.

Vieira,  C. & Cristóvão,  D. (2007). Insucesso Escolar na Universidade de Évora. Évora: Pro-Reitoria p

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