Injuries in the Portuguese female volleyball players
Injuries in the Portuguese female volleyball players
Abstract
Purpose: (a) To characterize the injury profile of adult female volleyball players from the First National Volleyball Championship (2004-2005 season): type of injuries and frequency; (b) to establish the injuries prevalence and incidence for injuries, specifically in the shoulder. Methodology. Sample: 95 female volleyball players from the First National Volleyball Championship (2004-2005 season). The injuries were registered by means of a questionnaire survey, developed by ourselves, based on the bibliography revision, and validated by experts of Traumatology (n=2) and Volleyball (n=1). Conclusions. The shoulder, ankle, spinal column and knee injuries were the most frequent; being 39% of overuse and 61% of overstress. The shoulder injuries most occur between 16 and 19 years of age, being the dominant shoulder predominantly affected, because of the repetitive movements (71%), and particularly in the shot and serve. The injuries incidence, for all the injuries registered during 2004-2005 season, was 1.4 for 1000 hours of volleyball practice.
1. Introdução
O Voleibol é, sem dúvida, um dos desportos mais populares do mundo; aumentou consideravelmente de 500 milhões em 1986, para 800 milhões, actualmente, dos quais 200 milhões são jogadores regularmente em actividade (International Volleyball Federation – FIVB, 1997). Em Portugal, é seguramente uma das modalidades mais praticadas por mulheres e também uma das mais populares. Este desporto é uma modalidade com características particulares, decorrentes da sua estrutura (regras) e funcionalidade. Nas últimas décadas, o Voleibol tem evoluído de forma significativa, particularmente ao nível das regras de jogo, processo de treino e nível competitivo evidenciado. Consequentemente, elevaram-se as exigências e constrangimentos de treino e competição, particularmente ao nível da alta competição. O sucesso desportivo passa necessariamente por diferentes e estruturados anos/etapas de formação desportiva especializada. Os procedimentos técnico-tácticos individuais treinam-se ao longo de vários anos de forma sistemática, repetida e com exigência crescente.
Nas equipas de alto nível competitivo, a potência do ataque e do serviço, a altura e a velocidade do bloco e da defesa, fazem dos jogos grandes espectáculos, estimulando, não somente, o aumento de número de espectadores, como o aumento do número de praticantes. Mas, como sugere Ferretti (1995), o esforço para chegar a soluções de grande espectacularidade está associado a um risco significativo de se desenvolverem determinadas patologias. Como afirma Massada (2000), o tipo de gesto desportivo determina, de forma quase constante, até mesmo monótona, o surgimento de patologias características no atleta. A ocorrência de uma lesão é antes de mais um problema de saúde, mas também se colocam questões de ordem económica e, fundamentalmente, consequências negativas na performance individual e da equipa. O “stress” crónico do ombro, induzido pela necessidade do uso repetido e sistemático de movimentos mecânicos realizados acima do nível da cabeça, parecem aumentar o risco de patologias nesta articulação. Deste modo, no Voleibol observa-se uma predisposição para lesões a nível do ombro, como tendinites, instabilidade e síndrome sub-acromial, sendo particularmente incisiva no caso dos atacantes, cuja função no jogo explica, em certa medida, esta observância (Schultz, 1999). A nossa experiência desportiva e/ou clínica induz-nos a ideia de que este problema se estende também à nossa realidade.
Até porque é relativamente comum observar atletas que jogam com dores permanentes no ombro, atingindo em alguns casos situações verdadeiramente incapacitantes. Deste modo, é fundamental perceber a real extensão do problema, e identificar os factores e o mecanismo de desenvolvimento destas patologias. Este interesse consubstancia-se na importância que o conhecimento desta problemática tem na possibilidade de se implementarem medidas preventivas ao nível do treino e/ou recuperação. Objectivos: (a) caracterizar o perfil lesional dos atletas seniores da 1ª divisão, do Campeonato Nacional de Voleibol, na época 2004/2005: frequência e tipo de lesões; (b) estabelecer a prevalência e a incidência das lesões gerais e do ombro.
2. Material e método
Amostra Em correspondência com o total dos clubes (n=10) que participaram no Campeonato Nacional da 1ª Divisão de Voleibol de Seniores Feminino (organizado pela Federação Portuguesa de Voleibol), na época 2004/2005, inquirimos 115 atletas. Responderam correctamente ao questionário 94 atletas (82% de taxa de retorno). A média de idades destas voleibolistas é de 23 anos (a mais jovem tem 16 anos e a atleta idade superior tem 37 anos) (quadro 1), sendo que 74,7% das atletas têm entre 18 e 25 anos. Relativamente à altura das atletas, a média é de cerca de 1,76 metros, sendo que a atleta mais baixa mede 1,58 metros e a mais alta 1,87 metros (diferença de 29 centímetros). A massa corporal varia entre 49 a 80 quilogramas, sendo a média de cerca de 66,5 quilogramas. Relativamente à lateralidade: 87 atletas são destrímanas, 6 sinistrómanas e 1 ambidestra.
Quadro 1. Injuries in the Portuguese female volleyball players
Quadro 2. Injuries in the Portuguese female volleyball players
3. Apresentação e Discussão dos Resultados
Quadro 3. Injuries in the Portuguese female volleyball players
Quadro 4. Injuries in the Portuguese female volleyball players
Quadro 5. Injuries in the Portuguese female volleyball players
Quadro 6. Injuries in the Portuguese female volleyball players
Figura 1. Injuries in the Portuguese female volleyball players
Tabla 7. Injuries in the Portuguese female volleyball players
4. Conclusões
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