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29 Mar 2007

Athletes retention of information on task presentation and feedback according to age

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The aim of the present study is to analyze athletes’ retention of coaches’ instructional episodes (task presentation and instructional feedback) according to athletes age . We observed 32 gymnastic training sessions and 200 instructional episodes.

Autor(es): ANTÓNIO ROSADO, ISABEL MESQUITA, EZEQUIEL BREIA, NUNO JANUÁRIO
Entidades(es): FACULDADE DE MOTRICIDADE HUMANA. UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA FACULDADE DE DESPORTO DA UNIVERSIDADE DO PORTO
Congreso: III Congreso Nacional Ciencias del Deporte
Pontevedra: 29-31 de Marzo de 2007
ISBN: 84-978-84-611-6031-0
Palabras claves: retention of information, task presentation, feedback.

ABSTRACT

The aim of the present study is to analyze athletes’ retention of coaches’ instructional episodes (task presentation and instructional feedback) according to athletes age . We observed 32 gymnastic training sessions and 200 instructional episodes. The dependant variables were the quantity of information on coach instructions (extension, number of ideas and density of coach information) and the nature of the information (according with several categorical systems of codification, one for each type of instructional episode), the reproduction of that information by the athletes, both in a quantitative (extension, number of ideas, density) and qualitative (coherency) approach. The coaches instructions were audio and video recorded and immediately afterwards athletes were asked (by interview) to reproduce the coach’s information. This procedure was audiorecorded. The information given by the coach and the athlete’s answers were analyzed through quantitative and qualitative (content analysis) procedures, being the data compared and correlated. Validity and fidelity measures were obtained. Globally, athletes perceived coaches instructions but there are always an important lost of information. The retention of the information was inversely related with the number of transmitted ideas and its extension. The type of instructional episode does not affect, significantly, the retention of the information and age is associated with retention in task presentation and instructional feedback. Older athletes presented higher levels of retention but this result is clear only in the more extreme age levels.

Introdução

A transmissão de informação é uma das competências fundamentais dos treinadores tendo sido sublinhado, por diversos autores, das mais diversas áreas, a sua importância na aprendizagem. O treinador é um transmissor de informação, indispensável aos atletas e, por esse facto, é importante saber quais as informações retidas em diferentes episódios de treino. A nossa experiência, enquanto treinadores, indica-nos que uma parte das mensagens que transmitimos aos nossos atletas se perde entre o momento da emissão e o da recepção. Dependendo do contexto em que a informação é transmitida, verifica-se, com regularidade, que a informação transmitida não é recepcionada ou compreendida da forma desejada e que existem perdas significativas ao nível da retenção e da compreensão da informação transmitida. Esta informação pode ajudar os treinadores, dando-lhes a conhecer a forma como as diferentes estruturas de informação são compreendidas pelos atletas, considerando as suas características, e quais os momentos da sessão mais propícios para transmitir informação. Não é, ainda, no entanto, suficientemente clara a dinâmica deste processo, não se sabe que informações são mais facilmente retidas ou mais facilmente esquecidas, quais as variáveis que afectam a retenção e a compreensão de informação, tendo em conta os diferentes episódios instrucionais do treino. Parece pertinente que relativamente a episódios típicos de instrução dos atletas nas sessões de treino desportivo se esclareça qual é o grau de retenção dessa informação pelos atletas, que tipo de categorias de informação são melhor retidas, quais as que apresentam piores condições de retenção, quais as variáveis que afectam essa retenção, qual a eficiência relativa (em termos de retenção) de cada um dos diversos tipos de informação. Na realidade, o sistema de tratamento de informação por parte dos atletas tem uma capacidade limitada e o atleta não trata toda a informação que recebe do mesmo modo, realizando uma re-elaboração daquela. A interpretação dessa informação significa a sua transformação por processos não inteiramente conhecidos, dependentes de processos perceptivos e interpretativos muito diversos e de características diversas dos atletas ainda pouco estudadas. Relativamente a estes processos o estudo coloca as seguintes questões: Qual o grau de retenção, por parte dos atletas, da informação prestada pelo treinador? Variará no decurso dos diversos episódios instrucionais? A estrutura da informação prestada pelo treinador determina a retenção da informação? Em que medida a idade determina a retenção de informação? A transmissão, compreensão e retenção da informação foi abordado nos trabalhos de Cloes, Moreau e Piéron (1990), Marques da Costa (1991), Quina (1993) e de Januário, Rosado e Mesquita (2006). Cloes, Moreau e Piéron (1990) e Marques da Costa (1991) procuraram compreender e explicar como variam e se manifestam os factores de eficácia pedagógica associados ao feedback pedagógico através do estudo, simultaneamente qualitativo e quantitativo, do efeito que a informação emitida pelo professor exerce nos alunos. Cloes, Moreau e Piéron (1990) procuraram avaliar a percepção e a retenção de retroacções, emitidas pelo professor, em sessões de micro-ensino. Concluiram que a maior parte dos alunos subestimaram a quantidade de informação recebida, retiveram mais a informação de cariz negativo do que a positiva, retiveram mais a específica do que a não específica, fixaram melhor o que foi mais repetido e o que era acompanhado de demonstração. Marques da Costa (1991) estudou o impacto do feedback pedagógico na aprendizagem, tendo como objectivo conhecer o efeito, nos alunos, da informação emitida pelo professor. Quina (1993) também estudou o feedback pedagógico, em condições reais de ensino, de modo a verificar o efeito da informação emitida pelo professor nos alunos bem como o efeito de algumas características dos alunos sobre essa retenção. O autor sublinha a escassez de estudos nesta matéria. Januário, Rosado e Mesquita (2006) realizaram um estudo associado à retenção de informação por parte dos alunos referente às reacções dos professores, na regulação e controlo disciplinar. Concluiu-se que os alunos não conseguem recordar toda a informação que lhes é dirigida em episódios de regulação e controlo disciplinar, ou seja, que existia uma redução significativa da informação transmitida. Este trabalho tem como objecto de estudo episódios instrucionais habituais, a apresentação de tarefas e o feedback pedagógico, estudando o perfil de retenção da informação, por parte dos atletas, desses episódios e de suas diversas categorias informativas, considerando o efeito da idade dos atletas sobre essa retenção. A idade, representando níveis diferenciados de maturidade, de desenvolvimento intelectual e cultural, pode afectar a compreensão da informação fornecida pelos treinadores e pode ser uma variável com um efeito muito significativo na capacidade dos atletas reterem e compreenderem a informação do treinador, pelo que tem todo o sentido considerar a sua influência sobre a capacidade de retenção.

Material e Método

Participantes

Este estudo desenvolveu-se num clube da área da Grande Lisboa. Participaram um treinador e uma classe de Ginástica Acrobática constituída por quarenta e dois atletas. O treinador era do sexo masculino e tinha vinte e seis anos. Foi antigo praticante da modalidade de Ginástica Acrobática e de Tumbling. Dos quarenta e dois atletas participantes, quatro eram do sexo masculino correspondendo a uma percentagem de 9,5% e trinta e oito do sexo feminino, correspondendo a uma percentagem de 90,5%. Os atletas que frequentavam o 1º ciclo, correspondiam a uma percentagem de 19% da amostra. A distribuição percentual pelos outros níveis de escolaridade considerados é de 40,5%, correspondendo a 17 atletas a frequentar o 2º e 3º ciclos e 17 atletas no ensino secundário e universitário. No que diz respeito à idade dos atletas, estas foram distribuídas em três grupos: 2ª infância (atletas até aos doze anos), adolescência (atletas dos treze aos dezoito anos) e adultos (maiores de dezoito anos). Podemos observar na tabela 1 a distribuição dos atletas em função da idade.

Tabela 1 – Distribuição dos Atletas em função da Idade

Tabela 1 – Distribuição dos Atletas em função da Idade

Variáveis

No presente estudo considerámos como variáveis independentes a idade dos atletas, o tipo de episódio instrucional (apresentação da sessão e encerramento da sessão) e, dentro destes dois tipos de episódios, as características da informação transmitida pelo treinador. As características da informação emitida em cada tipo de episódio correspondem a diferentes categorias contidas nos diversos episódios instrucionais. A validade de construção e de conteúdo foi realizada por uma análise exaustiva da literatura e dos instrumentos de observação sobre instrução (em particular, Rosado, 1988; Siedentop, 1983; Pierón, 1988) e por validação por peritagem. Neste último caso, três especialistas produziram pareceres independentes sobre o sistema de categorias a adoptar.

Tabela 2 – Categorias consideradas para análise dos episódios instrucionais

Tabela 2 – Categorias consideradas para análise dos episódios instrucionais

Procedimento

Obtido o consentimento do treinador e dos atletas e explicitados os objectivos do trabalho junto destes as sessões foram gravadas, na íntegra, em registo vídeo e áudio, com destaque para as instruções do professor relacionadas com a apresentação de tarefas motoras e de feed-back pedagógico. Uma câmara vídeo, seguindo a totalidade da turma, foi estrategicamente colocada. O professor transportava um microfone de lapela com transmissão sem fio para gravação das suas instruções. Após cada um dos períodos de informação, um dos atletas dirigia-se até junto do investigador e aí era realizado um questionário, tendo sido solicitado que repetissem aquilo que o treinador lhes tinha comunicado. As respostas do atleta foram gravadas em registo áudio. Ao longo das trinta e duas sessões, os atletas foram questionados duas vezes, em relação a cada tipo de episódio instrucional. Procedeu-se, de seguida, à transposição para protocolo escrito de todas as intervenções dos professores e dos alunos, sendo essa informação submetida a análise de conteúdo. As unidades de registo obtidas constituíram a base da análise da informação.

Fidelidade do sistema de categorias

Foi testada a fidelidade inter-codificador e intra-codificador, após treino do sistema, com base na análise de seis sessões. A fidelidade intra-codificador envolveu duas aplicações com o intervalo de dez dias. A fidelidade inter-observadores utilizou 2 codificadores que codificaram independentemente a mesma informação. A obtenção das medidas relativas à extensão da informação e número de ideias, não obtidas directamente pelo sistema de categorias definido, foi, também, objecto de avaliação da fidelidade inter e intra-codificador, procedendo-se à codificação de uma amostra de 20% do protocolo de informação recolhida. Utilizou-se a percentagem de acordos, considerando o valor mínimo de fidelidade de 85%. Os níveis de acordo foram 87% para a fidelidade inter-observador e de 89% para a fidelidade intra-observador.

Procedimentos Estatísticos

Os dados foram descritos através do cálculo de frequências de resposta, das médias, desvio-padrão, valores mínimos e máximos. A normalidade das variáveis foi verificada através do teste estatístico Kolmogorov-Smirnov. As provas estatísticas comparativas utilizadas, em consequência da análise anterior, que não verificou os requisitos de normalidade e homogeneidade das variâncias, foram as provas U de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. Para todos os testes realizados utilizámos um nível de significância de p ? .05.

Resultados

Os atletas apresentaram um valor de coerência de informação de 62% nos episódios de Feedback Pedagógico e de 61% na Apresentação de Tarefas Motoras.

Tabela 3- Resultados da retenção de informação em função dos episódios instrucionais

Tabela 3- Resultados da retenção de informação em função dos episódios instrucionais

Os valores de coerência de informação encontrados no presente estudo são superiores ao encontrado por Quina (1993), que foi de 56,7% e inferiores aos encontrados por Marques da Costa (1991) que foi de 71% e de Januário, Rosado e Mesquita (2006) que foi 68,4%, mas acompanham a conclusão genérica da totalidade dos estudos ao referirem a perda de informação instrucional nos processos de evocação de informação pelos alunos e atletas. Como treinadores, não podemos esquecer que a complexidade e as exigências das situações em que os atletas se encontram envolvidos na altura em que recebem a informação interfere na capacidade de aquisição, de retenção e de recuperação da informação (Baddeley e Hitch, 1974; Murdoch, 1965). Ao realizarmos a comparação entre estes dois tipos de episódios instrucionais concluímos que estes não apresentaram diferenças significativas entre si (p= 0,120), verificando-se, assim, que a natureza dos episódios instrucionais não constituiu factor de diferenciação na retenção de informação. No que se refere à retenção da informação em função da idade dos atletas, a tabela 4 apresenta os valores de tendência central e dispersão para os tipos de episódios instrucionais estudados.

Tabela 4 – Resultados da retenção de informação nos diferentes episódios instrucionais em função da idade

Tabela 4 – Resultados da retenção de informação nos diferentes episódios instrucionais

Como podemos observar os adultos apresentaram valores médios superiores de retenção de informação, na apresentação das tarefas motoras logo seguidos pelos adolescentes e pelas crianças. Os adolescentes apresentaram um valor médio superior no feedback pedagógico, com valores médios de coerência de 65%. O estudo comparativo em função da idade (tabela 5) verificou que, globalmente, não existem diferenças significativas entre a retenção de informação na Apresentação de Tarefas Motoras e no Feedback Pedagógico.

Tabela 5 – Valor do teste estatístico e nível de significância da comparação dos episódios instrucionais em função da idade

Tabela 5 – Valor do teste estatístico e nível de significância da comparação

Na apresentação de tarefas motoras, o valor encontrado (p = 0,052), em virtude de estar muito próximo do grau de significância (p ? 0,05) foi considerado para análise, no sentido de determinar se existiam diferenças entre os diferentes níveis etários. Os resultados evidenciam diferenças unicamente entre a 2ª infância e a idade adulta e, apenas, na apresentação das tarefas motoras, apresentando os atletas adultos melhores níveis de retenção.

Tabela 6 – Valor do teste estatístico e nível de significância da comparação entre os atletas da 2ª Infância e os Adultos

Tabela 6 – Valor do teste estatístico e nível de significância da comparação

Estas diferenças foram encontradas também por Quina (1993) quando refere que a relação entre a idade e os níveis de coerência são claramente positivos. Já Costa (1991), em relação a esta variável, constatou que nenhuma das variáveis de coerência estava relacionada com a variável idade. No estudo de Januário, Rosado e Mesquita (2006) a idade também não determinou níveis de retenção diferentes.

Características da Apresentação de Tarefas Motoras

Podemos verificar (tabela 7) que a apresentação de condições de realização foi, globalmente, a categoria onde se registou melhor índice de retenção de informação logo seguido da indicação das tarefas motoras e, por último, da apresentação de critérios de êxito. Não apareceram valores nas restantes categorias previstas no sistema de análise.

Tabela 7 – Resultados da retenção de informação na apresentação das tarefas motoras em função da idade

Tabela 7 - Resultados da retenção de informação na apresentação das tarefas motoras

O grupo adolescente apresentou uma percentagem de retenção superior na apresentação de condições de realização, tendo o grupo dos adultos apresentado melhor nível de retenção de informação na indicação das tarefas e na apresentação de critérios de êxito. Podemos verificar, também, que o grupo da 2ª infância e o dos adultos retiveram melhor a informação quando o treinador indicava as tarefas enquanto que os adolescentes obtiveram melhores resultados quando o treinador apresentava as condições de realização. No entanto, o estudo comparativo, onde as categorias da apresentação das tarefas motoras foram comparadas em função da idade dos atletas (tabela 8) evidenciou que a apresentação de condições de realização foi a única categoria que apresenta diferenças significativas em função da idade (p= 0,005).

Tabela 8 – Valor do teste estatístico e nível de significância da comparação das diversas categorias na apresentação das tarefas motoras em função da idade

Tabela 8 - Valor do teste estatístico e nível de significância da comparação das diversas

No sentido de determinar quais os grupos de atletas em que os valores médios, na apresentação de condições de realização, apresentaram diferenças significativas, realizaram-se testes estatísticos comparativos, apresentando, a tabela 9, os casos em que a diferença se revelou estatisticamente significativa.

Tabela 9 – Valor do teste estatístico e nível de significância da comparação entre os atletas

Tabela 9 - Valor do teste estatístico e nível de significância da comparação

Foram encontradas diferenças significativas na apresentação de condições de realização entre os atletas da 2ª Infância e os adolescentes (p =0,001) e entre os atletas da 2ª infância e os adultos (p = .025), apresentando os atletas da 2ª infância valores mais baixos. Em ambos os casos, os atletas da 2ª infância registaram perdas de informação significativas comparando com os outros grupos. Características do Feedback Pedagógico No que se refere ao Feedback Pedagógico, verificámos que 59% da informação utilizada pelo treinador foi prescritiva, 36% foi descritiva e os outros 5% foi utilizada de forma interrogativa e avaliativa. A informação prescritiva foi aquela que apresentou melhores níveis de retenção logo seguida da descritiva. A tabela 10 permite descrever, ainda, os resultados da retenção da informação em função da idade.

Tabela 10 – Resultados da retenção de informação no feedback pedagógico em função da idade

Tabela 10 - Resultados da retenção de informação no feedback pedagógico em função

No presente estudo verifica-se que a idade não determina diferenciação significativa em relação à retenção de informação pelos atletas quando o treinador emite feedback, como se pode constatar na tabela 11.

Tabela 11 – Valor do teste estatístico e nível de significância da comparação das diversas categorias do feedback pedagógico em função da idade

Tabela 11 - Valor do teste estatístico e nível de significância da comparação

Discussão e Conclusões Atendendo aos objectivos da pesquisa realizada, que se prendem com os níveis de retenção de informação obtidos pelos atletas em dois tipos de episódios instrucionais em função da idade, importa destacar que os atletas não conseguem, a propósito destes episódios, recordar toda a informação que lhes é dirigida, existindo uma redução da informação transmitida. Tal facto confirma a generalidade dos estudos realizados. Por 11 outro lado, não encontrámos diferenças significativas de retenção de informação em função do tipo de episódio instrucional, o que significa que a natureza destes episódios instrucionais não afectou a retenção da informação. Informações particularmente importantes para as práticas, como é o caso destes dois tipos de instruções, pode justificar estes resultados. No feedback pedagógico, sublinhando-se que a informação prescritiva foi aquela que apresentou valores médios mais elevados de retenção de informação, não encontrámos diferenças significativas em função da idade. No entanto, encontrámos diferenças significativas na apresentação de tarefas motoras, nomeadamente, entre os grupos da 2ª infância e os adultos, apresentando os atletas adultos melhores níveis de retenção. Esta maior capacidade de retenção de informação pelos adultos confirma expectativas iniciais. Na apresentação de tarefas motoras, a categoria instrucional onde se evidenciaram melhores níveis de retenção de informação foi na apresentação das condições de realização. A possibilidade destes episódios terem durações e volumes de informação muito diferenciados bem como exigirem níveis de atenção e de pensamento analítico mais sofisticados justificará estes resultados. Do ponto de vista das fragilidades conceptuais e metodológicas deste tipo de estudos importa destacar que a simples análise da retenção da informação não significa, necessariamente, que haja uma compreensão total das ideias transmitidas, podendo a coerência ser aparente ou pouco profunda. Parece necessário desenvolver estudos que ultrapassem a simples análise da memorização ou reprodução da informação transmitida pois são muito escassos os estudos sobre a compreensão dos atletas e sobre os mecanismos cognitivos em uso em diferentes procedimentos instrucionais. Sugerimos a realização de estudos análogos, ampliando a dimensão da amostra, equacionando esta e outras variáveis potencialmente mediadoras nos processos de retenção, compreensão e persuasão da informação instrucional. As conclusões do presente trabalho reafirmam a importância científica e prática de uma linha de investigação centrada nos processos de retenção e compreensão das mensagens instrucionais, identificando a importância de variáveis mediadoras e potenciadoras da eficácia pedagógica no âmbito do treino desportivo.

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