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18 Jun 2012

Body satisfaction between brazilian and portuguese recreational weight trainers

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The body represents our individual and social identity and, the perceptions of physical
appearance are so important that have a great impact on individuals’ self-esteem, driving in some
manner their life style.

Autor(es): Pedretti, A., Silva, R., Vasconcelos, O.
Entidades(es): Universidade do Porto
Congreso:II Congreso Internacional de Ciencias del Deporte
Pontevedra, 8 – 10 mayo de 2008
ISBN: 978-84-612-3518-6
Palabras claves: Body Satisfaction, Body Image, Weight Training, Somatotype

Body satisfaction between brazilian and portuguese recreational weight trainers

Resumen

The body represents our individual and social identity and, the perceptions of physical
appearance are so important that have a great impact on individuals’ self-esteem, driving in some
manner their life style. We consider that each culture have a particular aesthetical structure.
Actually, it is easy to identify that physical practice and body representations of our culture are
strictly related with specific beauty stereotypes that can be harmful to our health and well being.
The main objective of this study was identify and compare the levels of satisfaction with general
body image of Brazilian and Portuguese woman who practice weight training.
Using a new silhouette scale and somatotype evaluation we measure anthropometric
features and level of satisfaction with general body type of 92 recreational weight trainers from
two countries, 46 brazilians and 46 portuguese (27,4 ± 8,4 and 26,85 ± 8,4 years). The level of
satisfaction differentiated significantly in our sample, with the portuguese women showing a
greater dissatisfaction than the brazilian ones. The somatotype related with body satisfaction for
brazilian and portuguese, respectively, is 4.2-2.9-2.4 e 3.4-3.6-2.8 and, for dissatisfied womens
the somatotype found as related to a lesser dissatisfaction, for brazilians womens, was 4.1-2.6-
2.6. Frequency of training per week seems to be related with satisfaction in some manner, like
other body anthropometric measures that are pointed out are discussed.

Introdução

As práticas, valores e representações corporais da cultura ocidental correlacionam-se
intimamente com o modelo de sociedade capitalista em que vivemos (Solomom, 1991; Rocha
1995). A estética é muito importante para o desenvolvimento humano, com as percepções relativas
a aparência afetando significativamente o cotidiano das pessoas, como defende Cash (1990). O
corpo é reflexo das relações sociais (Loy, 1991), apresentando cada cultura segundo Durkheim
(1978) e Schilder (1994), sua própria estrutura de identificações e projeções estéticas.
A insatisfação corporal com um desejo particular pela magreza, é relatada de forma
frequente na literatura (Harrison, 2000; Warren et al., 2005; Cachelin et al. 2006; Holmqvist et al.,
2007). Entretanto, alguns estudos recentes têm mostrado que as mulheres preferem atualmente um
tipo físico mais mesomórfico do que ectomórfico, com um aumento pelo seu desejo e preocupações
em relação a massa muscular (Storvoll et al., 2005; Williams et al., 2006; Pedretti, 2008).
Vários autores têm verificado que mulheres europeias apresentam piores avaliações da
imagem corporal em relação a outras etnias (Spurgas, 2005; Holmqvist et al., 2007 e Pedretti,
2008). McElhone et al. (1999) confirmaram que as mulheres europeias idealizam corpos
excessivamente magros, especialmente na Grécia, Itália e França, observando ainda que 58% de
todas as mulheres que se declararam satisfeitas com o próprio peso estavam abaixo do peso ideal.
A etnicidade é tida como moderadora da internalização dos ideais de magreza e insatisfação
com a imagem corporal (Warren et al., 2005), assim como a influência da cultura ocidental
(Cachelin et al. 2006), o desenvolvimento econômico (Ruggiero, et al., 2000) e processos de
aculturação (Sheffield et al., 2005).
Este presente estudo procurou verificar algumas relações estéticas, nomeadamente a
satisfação com a imagem corporal geral entre mulheres brasileiras e portuguesas praticantes de
musculação. A cultura destas duas nacionalidades apresenta uma interessante peculiaridade, devido
aos fortes traços culturais portugueses presentes no povo brasileiro devido a colonização de outrora
e a inserção de parte da cultura brasileira contemporânea (principalmente a midiática) no povo
português.
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Metodologia

Os dados foram tratados previamente para averiguar a normalidade da distribuição da
amostra e a eventual presença de outliers, através do teste de Shapiro Wilk. Seguidamente, para
além das estatísticas descritivas básicas (média e desvio padrão) utilizamos o teste t de medidas
independentes para averiguar a eventual existência de diferenças com significado estatístico entre as
populações brasileiras e portuguesas, para as diversas variáveis observadas. Tendo em conta a
reduzida dimensão amostral na comparação entre as duas populações, dos subgrupos de mulheres
insatisfeitas com a imagem corporal geral, foi utilizado o teste de Mann Witney. O nível de
significância foi mantido em 0.05 e o programa de análise estatística utilizado foi o sofware SPSS
versão 15.0.
A amostra deste estudo foi composta por dois grupos do sexo feminino de etnia caucasiana,
praticantes de musculação em ginásios. O grupo 1 foi constituído de 46 portuguesas residentes na
cidade do Porto. O grupo 2 foi composto por 46 brasileiras residentes na cidade de Juiz de Fora do
estado de Minas Gerais. Abordadas no ambiente de sua prática de atividade física, as mulheres
foram convidadas a participar de uma pesquisa sobre as percepções corporais no âmbito do curso de
Mestrado em Actividade Física e Saúde da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, com a
única condição de serem praticantes de musculação.
Foram também realizadas mensurações sobre 10 medidas antropométricas, como definido
pelo método antropométrico de Heath-Carter (Carter, 1990). Utilizamos uma nova escala de
silhuetas que teve por objetivo abarcar além da linearidade e obesidade, questões relativas à
muscularidade (mesomorfia), componente não evidenciada nos demais instrumentos de silhuetas
femininas desenvolvidos até o momento.
O nível de satisfação geral com a imagem corporal foi definido pela diferença entre as
silhuetas escolhidas como atual e a ideal. Os valores possíveis de serem encontrados para a
satisfação situam-se entre -12 (12 negativos) e 12 (12 positivos). O valor 0 corresponde aos
indivíduos que se reconhecem como satisfeitos com sua imagem. Valores positivos correspondem
ao desejo de aumento do volume corporal (mesomorfia) e valores negativos sugerem o desejo de
uma diminuição do volume corporal (endomorfia).
Durante a resposta às duas perguntas sobre as silhuetas, o avaliador não dava qualquer
opinião nem apresentava qualquer reação facial ou corporal. Quando o avaliador era questionado a
opinar ou confirmar as escolhas feitas, era dito às mulheres que a escolha deveria ser só delas, sem a
influência de terceiros. Logo após se seguia a medição antropométrica, pela aferição do peso, altura,
dobras cutâneas e circunferências.
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Resultados

Encontramos como variáveis que se diferenciaram significativamente entre as duas
populações, a componente mesomorfia do somatótipo, a frequência e o tempo de treino, o ideal
corporal e a satisfação com a imagem corporal geral.

Tabela (1) – Caracterização das variáveis da amostra geral que apresentaram diferenças estatisticamente significativas, em seus valores médios e desvio padrão.

Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº 9

Das sete variáveis utilizadas para se calcular a mesomorfia (altura, diâmetros bicôndilo-humeral e bicôndilo-femural, perímetro do braço tenso e da perna, pregas adiposas tricipital e da perna), pelo somatótipo de Carter (Carter, 1990), cinco delas apresentam diferenças estatísticas significantes entre as duas populações observadas. Este fato esclarece o porque do valor da mesomorfia pelo cálculo do somatótipo definir uma grande diferença entre brasileiras e portuguesas mesmo sem uma real disparidade no peso de massa magra ter sido verificada.
Ao anularmos a influência do tempo de treino, a diferença significativa de um ideal corporal mais musculado e uma menor insatisfação com a imagem corporal geral para as brasileiras em relação as mulheres portuguesas mantiveram-se inalteradas. Entretanto, quando anulada a influência da frequência de treino semanal, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas para estas variáveis. Isto significa que a frequência semanal de treinos realizados pelas mulheres está relacionada com seus ideais estéticos e níveis de insatisfação com a imagem corporal geral, apresentando uma relação inversa, já que as brasileiras treinam significativamente mais vezes na semana e são menos insatisfeitas.

Tabela (2) – Caracterização das variáveis com significância estatística para as duas populações observadas, relativamente a insatisfação com a imagem corporal em seus valores médios, desvio padrão e significância.

Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº 9

sfeitas com sua imagem corporal geral. Dez já haviam sido identificadas para as duas
populações como um todo (mesomorfia, frequência e tempo de treino, silhueta percebida, ideal
corporal, diâmetros bicôndilo humeral e femural, perímetro da perna e dobras adiposas da perna e
tricipital). Apresentam-se então como diferenciadoras das mulheres insatisfeitas outras dez
variáveis. As brasileiras insatisfeitas pesam menos, apresentaram um valor menor para a
componente endomorfia e um valor maior para a ectomorfia, enquanto os valores com significância
estatística referentes as outras variáveis (IMC, percentual de gordura, perímetro do ombro, cintura e
braço, pregas adiposas suprailíaca e da coxa) são menores quando comparados com as mulheres
portuguesas.
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Discussão

Verificamos em nossa amostra que as portuguesas apresentam maiores níveis de insatisfação
com a imagem corporal geral do que as brasileiras, corroborando este resultado com as afirmações
de Spurgas (2005) e Holmqvist et al. (2007), de que etnias europeias quando comparadas a outras
etnias apresentam maiores níveis de insatisfação geral com o corpo.
A prática de atividade física frequente foi constatada por Peterson (2003) como protetora em
relação as insatisfações com o corpo e distúrbios alimentares, e pode a a curto prazo, aumentar a
auto-estima corporal, agindo sobre variáveis como tônus muscular, resistência aeróbica e redução
da gordura e peso corporal (Russel e Cox, 2003).
Neste sentido, diversos autores verificaram que o treino de força (Bodybuilding e
Weightlifting) isolado ou em conjunto com o aeróbico, demonstrou melhores resultados sobre
subescalas do auto conceito (Physical Self, Personal Self e Social Self), atratividade percebida,
satisfação com a imagem corporal, ansiedade física social e percepção de auto-eficácia (Stein &
Motta, 1992; Williams & Cash, 2001; Depcik & Williams, 2004).
Entretando, mesmo com as mudanças corporais objetivas que o exercício regular é capaz de
induzir, Davis (1992) verificou que a preocupação com o peso e insatisfações com a aparência são
mais influenciadas por avaliações subjetivas do tamanho corporal, para as mulheres que se
exercitam em relação as sedentárias.
Confirmando a literatura consultada, verificamos que as sul-americanas treinam com pesos a
mais tempo e com maior frequência semanal do que as europeias de nosso estudo, e que estas
últimas percebem-se com silhuetas mais volumosas que as primeiras, fatos que contribuem para os
maiores níveis de insatisfação corporal apresentados pelas mulheres portuguesas.
Verificamos quando comparados os subgrupos das mulheres insatisfeitas de nossa amostra,
que apesar da avaliação subjetiva da percepção do volume corporal ser significativamente mais alta
para as portuguesas, estas mesmas também apresentaram inúmeras variáveis objetivas como
diferenciadoras em relação as brasileiras.
Perceber-se mais distante de seus ideais corporais, e apresentar valores maiores em diversas
variáveis objetivas como o peso, circunferências, diâmetros e dobras adiposas, unidos ao fato de
que nenhuma das duas populações apresentou diferenças quanto ao nível de sua precisão na
avaliação das próprias silhuetas, contribuiu para que a população europeia deste estudo apresentasse
níveis de insatisfação com sua imagem corporal geral significativamente mais altos do que a
população sul-americana.

Conclusões

Em nosso estudo verificamos que tanto as mulheres brasileiras quanto as portuguesas, praticantes de musculação, apresentam relações positivas entre a satisfação com a imagem corporal geral e corpos mais mesomórficos e não com uma ectomorfia ou linearidade dominante como verificado na literatura.
Uma maior frequência assim como a regularidade da prática desportiva podem ser, como descrito na literatura, responsável por melhores relações entre as auto-percepções físicas e a satisfação corporal das mulheres. Influenciando as percepções corporais para níveis mais precisos e os valores corporais antropométricos de forma que se equilibrem entre uma silhueta atlética predominantemente mesomórfica, como idealizada atualmente pelas mulheres, sem direcionar-se para o linearidade excessiva.

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