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14 Jun 2012

Physical activity and tobacco consume in Portuguese adolescents

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Physical activity is very important in promoting an active and healthier lifestyle as well as in reducing the amount of risk of developing chronic disease.

Autor(es): Marília Moraes
Entidades(es): Universidade do Porto
Congreso: II Congreso Internacional de Ciencias del Deporte
Pontevedra 2008
ISBN:9788461235186
Palabras claves: physical activity, tobacco, adolescence

Physical activity and tobacco consume in Portuguese adolescents

RESUMEN COMUNICACIÓN/PÓSTER

Physical activity is very important in promoting an active and healthier lifestyle as well as in reducing the amount of risk of developing chronic disease. On the other hand, the tobacco consume is one of the most detrimental modifiable risk factors. The purpose of this study was to characterize the behaviours regarding health (physical activity and tobacco consume) of teenagers by gender and age. Were analysed 1080 teenagers (447 boys and 633 girls) between 12 to 20 years that went to schools of different regions of Portugal: North of Continental Portugal and Madeira Island. The variable age was divided in three scales: 12/15, 16/17 and over 17. Physical activity was divided in two categories: physical exercise and sportive practice. To evaluate the physical activity and the tobacco consume it was used the “Inventário de comportamentos relacionados com a Saúde dos adolescentes” (1). Main results: (a) The teenagers had low levels of physical activity (physical exercise and sportive practice), being the most active of them the boys and the youngest; (b) Most of the teenagers didn’t smoke. Regarding to gender there weren’t found meaningful differences. By age the oldest teenagers smoked the most. Summing up, gender and age differences should be taken into account when defined intervention programs.

INTRODUÇÃO

No âmbito da saúde, o comportamento das pessoas tem assumido um papel principal não só como objecto de estudo, mas também como de maior causa de morbidade e mortalidade (2). A este respeito, dados da Organização Mundial de Saúde (3), a um nível global, revelam que a inactividade física seja responsável por 1,9 milhão de mortes e 19 milhões de doentes e que o tabaco provoque 4,9 milhões de mortes anualmente e 59,1 milhões de doentes. Neste contexto, a importância do estudo dos comportamentos de saúde, revela-se indiscutível. É essencial para o desenvolvimento de políticas de educação para a saúde, para a promoção da saúde e para programas e intervenções a eles dirigidas (4), especialmente na vida dos jovens. Nesta medida, o presente trabalho teve por objectivo caracterizar os níveis de actividade física (AF) e de consumo de tabaco dos adolescentes tendo em consideração o sexo e a idade.

METODOLOGIA

Amostra Este estudo contou com a colaboração de 1080 jovens, 41% do sexo masculino (n= 447) e 59% do sexo feminino (n= 633), entre os 12 e os 20 anos de idade. Estes jovens frequentavam escolas do 3º ciclo e do ensino secundário estando representados todos os anos de escolaridade destes ciclos do ensino português. As escolas onde foram recolhidos os dados pertenciam aos distritos do Porto e de Viseu em Portugal Continental, e à Ilha da Madeira. Instrumento Para avaliar os comportamentos de saúde dos jovens, foi utilizado o “Inventário de comportamentos relacionados com a Saúde dos adolescentes” desenvolvido por Corte-Real, Balaguer e Fonseca (1). Dentro dos comportamentos incluídos neste questionário, apenas foram analisados os referentes à AF e ao consumo de tabaco. Relativamente à AF foram consideradas as categorias: exercício físico – EF (andar de bicicleta, correr, saltar à corda) e prática desportiva – PD (andebol, atletismo, natação, basquetebol, voleibol, futebol, ginástica…). No referido questionário, os adolescentes responderam às seguintes perguntas: “Fora da Escola, com que frequência, intensidade e duração fazes actividades como andar de bicicleta, correr, saltar à corda,…?”, “Com que frequência, intensidade e duração praticas desporto fora da Escola?”, “Com que frequência fumas actualmente?” Com base nas respostas dos adolescentes, foram criados três grupos diferentes: Grupo I, constituído pelos jovens com comportamentos de risco elevado; Grupo II, constituído pelos jovens com comportamentos de risco mais moderado; Grupo III, constituído pelos jovens com comportamentos protectores da saúde. (ver Quadro 1):

Quadro 1. Actividade física, consumo de tabaco e os diferentes níveis considerados neste estudo.

Quadro 1. Physical activity and tobacco consume in Portuguese adolescents

Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº 8

Variáveis

As variáveis utilizadas no presente estudo foram: o Sexo; a Idade, agrupada em três escalões etários (12/15, 16/17 e >17 anos); a Actividade física, considerando as categorias EF e PD; e o tabaco.

Procedimentos estatísticos

O questionário teve leitura óptica no Laboratório de Psicologia da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto através de um programa informático “Teleform”. O tratamento estatístico foi efectuado no programa de análises estatísticas denominado SPSS (Statistical Package for Social Science – Windows) versão 14.0. Na análise dos dados foi utilizada uma estatística descritiva com apresentação das frequências e percentagens, recorrendo-se ainda ao teste do Qui-quadrado (?²), sendo os níveis de significância considerados os de P< 0,05.

RESULTADOS

Actividade física Quanto ao EF, verificou-se que: a maioria dos adolescentes não praticava ou praticava pouco EF; a percentagem dos rapazes que praticavam EF regularmente era significativamente maior do que a das raparigas que o faziam; os adolescentes mais novos a praticarem EF regularmente eram em maior percentagem comparativamente aos mais velhos (ver Quadro 2).

Quadro 2. Diferentes níveis de EF na amostra global e em função do sexo e idade.

Quadro 2. Actividade física, consumo de tabaco e os diferentes níveis considerados neste estudo.

Quadro 2. Physical activity and tobacco consume in Portuguese adolescents

Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº 8

Relativamente à PD, verificou-se que: a maioria dos adolescentes não praticava ou praticava pouco desporto; a percentagem dos rapazes que praticavam desporto regularmente era significativamente superior à das raparigas que o faziam; embora os adolescentes mais novos fossem os que em maior percentagem praticavam desporto regularmente, as diferenças não eram estatisticamente significativas (ver Quadro 3).

Quadro 3. Diferentes níveis de PD na amostra global e em função do sexo e idade.

Quadro 3. Physical activity and tobacco consume in Portuguese adolescents

Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº 8

Tabaco

No que se refere aos níveis de consumo de tabaco: a maioria dos adolescentes inquiridos referiu não fumar; por sexos, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas; os adolescentes maiores de 17 anos eram os que mais consumiam tabaco regularmente (ver Quadro 4).

Quadro 4. Diferentes níveis de consumo de tabaco na amostra global e em função do sexo e idade.

Quadro 4. Physical activity and tobacco consume in Portuguese adolescents

Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº 8

DISCUSSÃO

Actividade física Os resultados obtidos neste estudo convergiram com outras investigações, realizadas tanto em Portugal como internacionalmente, as quais frequentemente indicam níveis insuficientes de AF para manter ou melhorar a saúde. Estes resultados são preocupantes na medida em que, a prática de AF, especialmente nos jovens: previne o excesso de peso e a obesidade, ajuda na construção de ossos fortes, articulações saudáveis, e um coração eficiente, promove a boa saúde mental (5). Por outro lado, o sedentarismo constitui um factor de risco para um vasto leque de doenças, como a obesidade, as doenças cardiovasculares e a diabetes, que diminuem a qualidade de vida, põem em risco as vidas dos indivíduos e sobrecarregam os orçamentos da saúde e a economia (6). Relativamente ao sexo, os resultados encontrados corroboram os de outros autores, os quais verificaram, em estudos realizados com crianças e adolescentes, que os rapazes são mais activos fisicamente do que as raparigas (7, 5, 8, 9, 10, 11). Esta menor participação do sexo feminino na AF pode encontrar explicação nas relações de género marcadas pela dominação hegemónica da cultura masculina que é também reproduzida no desporto através do culto à força física e à competição como símbolos de virilidade. Há evidências de que a ordem natural das coisas passou pela visão de que os homens são naturalmente mais agressivos, mais competitivos e portanto melhores para o desporto do que as mulheres. Rapazes são encorajados a participar em jogos de aventura ao ar livre, combate, futebol. Raparigas, supervisionadas mais de perto, têm menos liberdade física, são dadas a brincadeiras mais domésticas como brincar de boneca, saltar à corda (12). Esculcas e Mota (13), em concordância com outros, concluíram que os rapazes parecem participar mais em actividades de risco, como as exteriores e desportos (jogos ou movimentos de juventude, assistir a acontecimentos desportivos, desporto dirigido/ orientado ou de competição, desporto não orientado), enquanto as raparigas mais em actividades de cunho cultural, artístico, social, educacional, desenvolvimento/crescimento pessoal (estar só, ler, realizar trabalhos domésticos, fazer trabalhos para a escola, conversar com amigos, fazer compras ou ver montras, tocar música ou cantar). O estudo levado a cabo por Balaguer e Castillo (7) na comunidade valenciana demonstrou que as raparigas activas praticavam fundamentalmente ginástica, aeróbica, dança e patinagem, actividades consideradas socialmente femininas, enquanto que os rapazes praticavam actividades socialmente masculinas como futebol, ciclismo, basquete, atletismo e artes marciais. Os resultados obtidos no presente estudo fazem denotar que o domínio do sexo masculino na AF continua a prevalecer, principalmente quando esta é regida por regras, estruturada, intensa e de natureza competitiva. Tal domínio é realçado ao verificar que a assimetria na participação regular na AF entre rapazes e raparigas era ainda maior na PD (42% e 18%, respectivamente) comparativamente ao EF (34% e 17%, respectivamente). Quanto à idade, os resultados obtidos vão também ao encontro da maioria das investigações realizadas neste âmbito, as quais apontam no sentido de uma diminuição da AF com o avançar da idade (7, 5, 8, 9, 10, 11). Para Mariovet (14), tal tendência sugere uma transmissão pouco eficaz de valores de cultura físico-desportiva por parte das instituições socializadoras nos países do Sul da Europa – com destaque para Portugal onde a prevalência de PD é das mais baixas –, onde a participação desportiva é sensivelmente inferior à registada nos países do Norte da Europa ao longo da vida. Já Esculcas e Mota (13) destacam a modificação nas preferências de lazer dos jovens com o aumento da idade. Os mais velhos passam a se interessar mais por ir à discoteca e namorar.

Tabaco

Relativamente ao consumo de tabaco, os resultados obtidos foram surpreendentes. Pois, diferentemente do que se esperava, este não foi um comportamento muito generalizado entre os adolescentes. A análise comparativa entre o presente estudo e o realizado por Corte-Real, Alves, Corredeira, Balaguer, Brustad e Fonseca (9), permitiu verificar uma convergência de resultados onde as diferenças no consumo de tabaco por rapazes e raparigas não eram estatisticamente significativas. Alguns estudos encontraram um maior consumo de tabaco nos rapazes (15, 16), mas a prevalência de fumadores tem vindo a aumentar no sexo feminino (17). Esta tendência tem sido verificada em várias pesquisas (18, 19, 20), inclusive no estudo HBSC (11) relativamente a Portugal. O presente estudo vai ao encontro de vários outros, os quais indicam que o consumo de tabaco aumenta consideravelmente com o avançar da idade (21, 8, 9, 15, 11). Na União Europeia 60% dos fumadores adquirirem o hábito de fumar antes dos 13 anos e 90% antes dos 18 anos (22). De acordo com dados do Inquérito Nacional de Saúde de 2005/2006 (17), nas faixas etárias mais jovens a proporção de fumadores entre os 15 e os 24 anos era bastante superior a dos fumadores entre os 10 e os 14 anos. A proporção mais elevada de fumadores actuais concentrava-se entre os 35 e os 44 anos no Continente e nos Açores e entre os 25 e os 34 anos na Madeira. Estes resultados sugerem que em Portugal, os fumadores começam a fumar mais tarde. Na mesma linha, Ariza e Nebot (21), num estudo longitudinal, verificaram que o consumo regular de tabaco em adolescentes menores de 14 anos é muito baixo, sendo justamente a partir dessa idade que se inicia um aumento progressivo em tal consumo. Estes autores também encontraram que a proporção de adolescentes não-fumadores que começam a fumar diminui depois dos 15 anos, sugerindo que o momento mais sensível para actuar é, portanto, antes dessa idade, já que depois é menos provável começar a fumar. Embora, no presente estudo, a quantidade de adolescentes que fumavam regularmente tenha se relevado pequena (8%), não deixa de ser problemática dada a dependência que este vício implica juntamente com as consequências para a saúde e a dificuldade em abandoná-lo depois de ter sido adquirido.

CONCLUSÕES

Os resultados desta pesquisa realçam a importância do estudo dos comportamentos de saúde especialmente na adolescência, quando são adoptadas condutas que tendem a ser mantidas na vida adulta. Assim, como no mundo ocidental morre-se cada vez mais devido aos comportamentos humanos (9), é importante actuar, desde cedo, no sentido de os adolescentes adquirirem hábitos saudáveis que se mantenham ao longo das suas vidas, tendo em consideração as diferenças por sexo e idade.

 

 

Referencias

1. Corte-Real, N., Balaguer, I. e Fonseca, A. Inventário de comportamentos relacionados com a Saúde dos adolescentes. Porto: Laboratório de Psicologia do Desporto da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, 2004.

2. Matos, M. Psicologia da Saúde, saúde pública e saúde internacional. Análise psicológica, 3 (22):449-462, 2004.

3. World Health Organization. The World Health Report 2002: Reducing risks, promoting health life. Geneva, Switzerland: WHO, 2002.

4. Matos, M. e Gaspar, T. Adolescentes portugueses: risco e protecção. In: HIV-AIDS Virtual Congress, 6, Lisboa, 15 de Outubro a 1 de Dezembro 2005. – [S.l.] : [AIDSPortugal], 2005, 15 p.

5. Cavill, N. Children and young people – The importance of physical activity. Brussels: European Heart Network, 2001.

6. Comissão das Comunidades Europeias. Livro Branco sobre o Desporto. Bruxelas: CCE, 2007.

7. Balaguer, I. e Castillo, I. Actividad física, ejercicio físico y deporte en la adolescencia temprana. In: Estilos de vida en la adolescencia, I. Balaguer (Ed.). Valencia: Promolibro, 2002, pp. 37-64.

8. Comissão Europeia. Study on young people’s lifestyles and sedentarinesse and the role of sport in context of education and as a mean of restoring the balance. Paderborn, Alemanha: CE, 2004.

9. Corte-Real, N., Alves, J. R., Corredeira, R., Balaguer, I., Brustad, R. e Fonseca, A. M. Um olhar sobre os estilos de vida dos adolescentes portugueses: a actividade física, os consumos e a importância das relações com os amigos. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 4 (2) (suplemento): 138, 2004.

10. Matos, M., Carvalhosa, S. e Diniz. Actividade física e prática desportiva nos jovens portugueses. Lisboa: FMH/PEPT/GPT, 2001.

11. World Health Organization. Young People’s Health in Context. Healthy Behaviour School Aged Children (HBSC) Study: International report from the 2001/2002 Survey. Copenhagen: WHO, 2004.

12. Hargreaves, J. Sporting females: critical issues in the history and sociology of women’s sports. London: Routledge, 1994.

13. Esculcas, C. e Mota, J. Actividade física e práticas de lazer em adolescentes. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 5 (1): 69-76, 2005.

14. Mariovet, S. Prática desportiva nos estilos de vida dos europeus: obstáculos e tendências. In: Os Lugares do Lazer, R. Gomes (Org). Lisboa: Instituto do Desporto de Portugal, 2005, pp. 39-53.

15. Matos, M., Simões, C. e Canha, L. Saúde e estilos de Vida em Jovens Portugueses em Idade Escolar. In: Promoção da saúde, modelos e práticas de intervenção nos âmbitos da actividade física, nutrição e tabagismo, L. Sardinha, M. Matos e I. Loureiro (Eds.). Lisboa: Edições FMH, 1999, pp. 217- 240.

16. Matos, M., Carvalhosa, S., Vitória, P. e Clemente, M. Os jovens portugueses e o tabaco. Lisboa: Edições FMH, 2001.

17. Inquérito Nacional de Saúde (2007). 4º Inquérito Nacional de Saúde – 2005/2006 [em linha]. [Consult. 02/11/07]. Disponível em: =6449883&DESTAQUESmodo=2

18. Matos, M., Gaspar, T., Vitória, P. e Clemente, M. Adolescentes e o consumo de tabaco: rapazes e raparigas. Lisboa: Edições FMH, 2003.

19. Rios, S., Rosas, M. e Machado, P. A exposição ao fumo passivo e os hábitos tabágicos numa escola secundária. International Journal of Clinical and Health Psychology, 5 (1), 143-160, 2005.

20. Tomás, I. e Atienza, F. El consumo de tabaco y otras drogas no institucionalizadas en la adolescencia temprana. In: Estilos de vida en la adolescencia, I. Balaguer (Ed.). Valencia: Promolibro, 2002, pp. 111-133.

21. Ariza, C., Nebot, M. Predictores de la iniciación al consumo de tabaco en escolares de enseñanza secundaria de Barcelona y Lleida. Revista Española de Salud Pública, 76 (3), 227-238, 2002.

22. Comissão da Comunidades Europeias. Proposta de Recomendação do conselho relativa à prevenção do tabagismo e a iniciativas destinadas a reforçar a luta antitabaco. Buxelas: CCE, 2002.

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