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17 May 2012

Vision of physical education teachers about the inclusion of people with special needs

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Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº21.

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This study approaches the question of inclusion of children with special educational needs in the regular school system fits into the context of discussions more and more in evidence, concerning the statement of persons with disabilities, with their respective rights and obligations of participation and social contribution as other citizens.

Autor(es): Ramon Missias Moreira
Entidades(es): Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Congreso: IV Congreso Internacional de Ciencias del Deporte y la Educación Física. (VIII Seminario Nacional de Nutrición, Medicina y Rendimiento Deportivo)
Pontevedra, España, 10-12 Mayo 2012
ISBN: 978-84-939424-2-7
Palabras Clave: physical education, inclusion, perception

Vision of physical education teachers about the inclusion of people with special needs

 

RESUMEN COMUNICACIÓN/PÓSTER

This study approaches the question of inclusion of children with special educational needs in the regular school system fits into the context of discussions more and more in evidence, concerning the statement of persons with disabilities, with their respective rights and obligations of participation and social contribution as other citizens. Thinking about it is that we developed the current study aiming to identify what physical education teachers think about the inclusion of students with special educational needs in regular education classes. Thus, it is descriptive a research, exploratory and with qualitative approach, being the subjects all physical education teachers of the three largest public schools in the city of Jequié-Bahia. The instrument used for data collection was the questionnaire, because we understand that this serves the interests of research. For data analysis was used thematic content analysis, which consists in discovering the core meaning that compose a communication prioritizing the analytical objective aimed. The results of this study show us that to truly happen the inclusion of these students in regular schools, among other factors, it is necessary and urgent appropriate training of physical education teachers, in order to enhanced their pedagogical practice, aimed at meeting the individual needs of their students; continuing education of teachers, purchase of materials and resources for the specific job; support of other professionals, elimination of architectural barriers in most schools and, consequently, improved working conditions.

 

INTRODUÇÃO

A sociedade brasileira, sendo reconhecidamente marcada por uma história de poder de dominação, de preconceitos, de estigmas e de muitas outras práticas de caráter excludente, tratou a escola durante muito tempo e, ainda hoje, com procedimentos que excluem os alunos com necessidades especiais da rede regular de ensino, questionando seu acesso e sua permanência na classe regular, seja por discriminação, falta de qualificação e estrutura adequada, pela não aceitação das diferenças e do que foge do padrão da considerada normalidade.
Pensando nisso, é que o objetivo do presente estudo é analisar qual(is) o(s) olhar(es) dos professores de Educação Física a respeito da inclusão de alunos com necessidades especiais no sistema regular de ensino. Como está escrito na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional número 9.394/96, a educação básica tem por objetivo desenvolver no aluno o pleno exercício da cidadania, onde a inclusão social toma um papel essencial para a correção das injustiças sociais que marcaram a nossa história (BRASIL,1996). Contudo, não adianta apenas substituir as terminologias que se apresentam reforçadas de preconceitos e legitimam a discriminação de cidadãos que não se enquadram nos padrões de “normalidade” definidos por essa sociedade dominadora. Por isso é necessário definir novas formas de tratar questões do diferente na escola e em todos os ambientes sociais. Assim, surge a necessidade de analisar o pensamento dos professores de Educação Física que atuam na rede regular de ensino, a respeito sobre o processo de inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais.

Atualmente estamos vivendo uma mudança de orientação com seu novo paradigma da inclusão. Segundo Mantoan (1997) a inclusão refere-se à inserção do educando na vida social e educativa, devendo ser incluídos todos os alunos nas escolas regulares, e não somente colocadas na corrente principal, preconizando que a educação é direito de todos os indivíduos sem exceção.
A luta hoje é para que este direito seja respeitado e que as escolas se tornem um espaço inclusivo de todos e para todos. A escola para todos deve atender qualquer tipo de aluno de forma eficaz, respeitando a especificidade de cada um, para não diferenciar ou estigmatizar, mas, para incluir de maneira adequada todos os alunos. Como diz Mader (1997) citado por Godoffredo (1999) “um novo paradigma está nascendo, um paradigma que considera a diferença como algo inerente na relação entre os seres humanos”. Cada vez mais a diversidade está sendo vista como algo natural. Este novo modelo de escola implica a busca de novas metodologias, alternativas e procedimentos que garantam o acesso e a permanência de todos os educandos na rede regular de ensino. Assim, o que se deseja na realidade, é uma escola inclusiva, compromissada com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Uma das dificuldades encontradas no processo de inclusão é a falta de conhecimentos pedagógicos dos profissionais da educação (desde o pessoal de apoio à direção escolar) no que diz respeito ao atendimento de alunos com necessidades especiais, até mesmo por serem formados num sistema falho e de exclusão, encontrando assim, dificuldades para exercer suas atividades de maneira diversificada.
Nesse sentido, é necessária uma discussão profunda sobre o papel social do professor nesse processo de mudança, o que implica dizer que a questão da formação do professor deva ser uma das questões centrais na política de educação inclusiva, devendo esta formação ser de forma contínua, sendo o novo desafio a ser enfrentado pelos professores a busca pela superação de uma concepção de educação excludente e classificatória por uma concepção de educação inclusiva.

 

REFERENCIAL TEÓRICO

Em primeira instância, é importante refletir que a inclusão se refere a um processo educacional que visa atender a capacidade do educando com ou sem necessidades especiais. Visto isso, é preciso olhar o aluno com necessidades especiais como outro qualquer, que precisa da estrutura escolar como um todo para aprender e desenvolver suas potencialidades
Assim, Mantoan (1997) diz que a inclusão refere-se à inserção do educando na vida social e educativa, devendo ser incluídos todos os alunos nas escolas regulares e não somente colocadas na corrente principal, preconizando que a educação é direito de todos os indivíduos sem exceção.
Concordamos com Stainback e Stainback (1999) quando eles afirmam que a inclusão é um novo paradigma de pensamento e ação. Para eles é mais do que uma prestação de serviço e que a diversidade já se faz como norma dentro da sociedade.
Na mesma perspectiva, Ribas (1993), afirma que para que ocorra a inclusão no ensino regular, possibilitando o resgate da cidadania e ampliando as perspectivas desses alunos, não basta a promulgação de leis que determinem a criação de cursos de capacitação de professores e nem a obrigatoriedade nas escolas de rede pública. São medidas essenciais, mas não suficientes.
Neste sentido, é necessário que a educação inclusiva constitua uma proposta que busque o resgate de valores sociais fundamentais condizentes com a igualdade de direitos e de oportunidades para todos. . A escola tem que esquecer a velha idéia de que o aluno tem que adaptar-se a ela, pelo contrário, hoje a escola que deve tornar-se o lugar mais favorável possível para o aprendizado de todos os alunos, oferecendo-lhes oportunidades para enfrentar as suas diferenças e desafios.
Eis então a importância de consentir e garantir que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, seja respeitada, visto que no Capítulo V, artigo 59 diz que os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais, inciso I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organizações específicas para atender as suas necessidades (BRASIL, 1996).

 

TRILHA METODOLÓGICA

  • Tipo de pesquisa

Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória pela visibilidade de levantar opinião de uma população num contexto social. Segundo Gil (1994) a pesquisa descritiva tem o objetivo de  levantar opiniões, atitudes e crenças de uma população, abrangendo aspectos gerais e amplos de um determinado contexto social.

  • Local da pesquisa

Esta pesquisa tomou como “lócus” as três maiores escolas públicas estaduais do município de Jequié, localizada no sudoeste do estado da Bahia, são elas: Colégio Estadual Luiz Viana Filho, Colégio Estadual Polivalente Boa Ventura e Instituto de Educação Régis Pacheco. A escolha por estas escolas vem justamente pela localização centralizada destas e também por entender que elas abrigam o maior número de alunos de Jequié. E com isso subentende-se que a visão de mundo e de inclusão dos professores de Educação Física dessas escolas influenciará diretamente na forma como esses irão lidar com essas questões.
As escolas pesquisadas são de grande porte, possuem prédios e mobiliário em bom estado de conservação. Sala de professores, sala de administração com o corpo administrativo, coordenador pedagógico, cantina, sanitários e área de esportes.

  • Sujeitos da pesquisa

A escolha do critério para selecionar os sujeitos desta pesquisa deve-se ao fato de que, os professores de Educação Física em questão, atuam em grandes instituições públicas e estaduais de ensino da rede regular.
Assim, considerando o caráter e os objetivos desta pesquisa, foram informantes do estudo todos os professores de Educação Física das três escolas acima citadas, totalizando nove professores, três de cada escola, sendo que todos os nove têm como formação mínima a graduação em licenciatura plena em Educação Física.

  • Instrumento de coleta de dados

O período de duração da pesquisa foi de Janeiro de 2009 a Agosto de 2009, incluindo desde a elaboração do pré-projeto, construção do aporte teórico, coleta dos dados, até a redação final. Para a coleta de dados, utilizou-se como instrumento, o questionário estruturado, aplicado aos professores.
O questionário foi constituído por 7 questões, entre abertas, fechadas e dependentes, que visam o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas, etc (GIL, 1994).

 

RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS

No decorrer da análise dos dados, nota-se o que foi visto na revisão de literatura, realizada a fim de fundamentar os dados da pesquisa. Entretanto, mesmo sendo análise dos resultados, recorre-se ainda a alguns teóricos que reforçam e justificam tal análise. Esse trabalho de pesquisa traz dados que apontam os olhares dos professores de Educação Física acerca desse processo de educação inclusiva, apontando também para as suas dificuldades. Ainda as reflexões desta pesquisa assumem papel relevante no fazer educacional, cujo um dos maiores desafios da atualidade, é a educação para todos os alunos, tendo como referência a diversidade humana, que não deve ser vista como obstáculo para a ação educativa, mas, como fator de enriquecimento cultural e social para o aprendizado da comunidade escolar.

De acordo com os dados produzidos, obtiveram-se resultados que são descritos e analisados a seguir, obedecendo a sequência das perguntas. Perguntou-se o que os professores entendiam por inclusão, dos 9 professores entrevistados, 6 (66%) consideram que inclusão é colocar o aluno com necessidade especial na classe regular; 2 (22%) entrevistados responderam que é propiciar a todos os indivíduos uma educação legal e um ensino de qualidade para que ele possa crescer dentro e fora do ambiente escolar; 1 (11%) acredita que é “uma atitude inescrupulosa do estado de considerar todos como “iguais”, onde argumenta ser algo que o sistema educacional regular de ensino  não está pronto para abraçar. Com isso observa-se que a maioria dos entrevistados ainda possui uma visão limitada do que seja inclusão, pois não se trata apenas de por esse aluno na classe regular, vai muito além disso.

Inclusão é conviver com o outro respeitando as suas diferenças individuais, sociais, culturais, étnicas, físicas e religiosas. As diferenças precisam ser consideradas não como sinônimo de incapacidade, mas, como características próprias do indivíduo; pois cada um tem seu ritmo de aprender, que deve ser respeitado e estimulado.
Forest e Pearpoint (1997, p. 138) citados por Mantoan (1997) dizem que inclusão é convidar aqueles que de alguma forma tem esperado para entrar e pedir-lhes para ajudar a desenhar novos sistemas que encorajem todas as pessoas a participar da completude de suas capacidades – como companheiros e como membros (…) inclusão significa todos juntos dando apoio e sendo suporte uns dos outros.
A respeito de inclusão educacional, a nova LDB recomenda a inclusão de alunos com necessidades especiais em sala de aula junto com os demais alunos, então perguntou-se aos professores se eles concordavam ou não com esse novo paradigma da política de inclusão de alunos especiais em classes regulares. Seis (66%) responderam sim, concordando com a idéia de que a escola deve ser um espaço inclusivo, embora justifiquem a existência de grandes dificuldades como falta de apoio pedagógico, financeiro e falta de cursos específicos de formação complementar; 3 (33%) responderam que não concordam com essa política de inclusão, sendo que destes, 2 professores afirmaram que antes de acontecer a inclusão deve haver uma reestruturação dos espaços físicos e um aperfeiçoamento profissional para que todos estejam preparados para trabalhar com esse tipo de público e 1 entrevistado não acredita que é possível desenvolver a inclusão dessa forma.

Os professores afirmaram que o sistema educacional não oferece condições para o atendimento do aluno com necessidades especiais, mas no entanto, sabe-se que é preciso cumprir a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996).
Nas justificativas dos depoentes, fica evidente a necessidade de uma mudança de postura, atitudes e valores dos professores, de forma que suas ações pedagógicas na escola e em outros espaços educativos possam contribuir para que a escola atenda as demandas da sociedade e as expectativas da pessoa humana.
Foi indagado aos professores se eles tinham ou já tiveram em sua classe aluno com necessidades especiais. 6 (66%) responderam que não e 3 (33%) responderam que tinham alunos com necessidades especiais. O primeiro professor respondeu que tinha um aluno com retardo mental e atrofia muscular e os outros dois afirmaram ter um aluno com deficiência auditiva, cada um.
Assim, foi possível perceber que os professores se mantiveram restritos em suas respostas apenas as características biológicas dos alunos. Porém, convém acrescentar que na pluralidade do espaço escolar, os referidos alunos poderiam ser considerados também como aqueles que apresentam dificuldades de relacionamento, baixa estima, insegurança, baixo rendimento, problemas familiares, entre outros, que interferem e diminuem a capacidade da aprendizagem do aluno, qualquer que seja ele. E não necessariamente, vincular-se a deficiência física, mental, visual, auditiva, etc (MAZZOTA, 1996).

A análise buscou observar se a formação dos professores atende ao novo paradigma da educação inclusiva e os 9 (100%) professores que responderam ao questionário disseram que não, e ainda ressaltarem que não estão satisfeitos com a formação em relação aos princípios da inclusão. Sete professores (77%) justificaram que a formação profissional não os prepara para atender ao novo paradigma da educação inclusiva e 2 (22%) justificaram que é preciso incluir no currículo universitário disciplinas que atendam ao novo paradigma da educação inclusiva.
Em seu núcleo central a formação do professor é um fator muito importante para a educação inclusiva. Para Blanco e Duk (1997) citados por Mantoan (1997) é imprescindível rever as concepções, modelos e planejamento para a formação de professores de educação especial, na ótica do novo conceito de necessidades educacionais especiais. Isto implica, também, em considerar os professores de educação regular como destinatários importantes desta formação; já que geralmente não estão preparados para atender alunos com necessidades especiais, embora desempenhem papel preponderante no processo de integração.

Constata-se também que 22 % dos questionados se aproximam do que diz Carvalho (2000) “considero urgente a revisão dos currículos dos cursos de formação de professores”. Podemos ainda inferir, baseados nessa pesquisa, que os currículos de formação de professores e os programas de capacitação devem estar voltados para instrumentalizar o professor para atender, de forma competente, os alunos com necessidades especiais nas classes regulares de ensino.
Os professores que responderam não a terceira questão ficaram isentos de responder a quinta. Foi questionado aos professores quais as dificuldades que eles têm enfrentado para trabalhar com alunos com necessidades especiais, mas apenas 3 (33%) professores responderam, visto que apenas estes tinham alunos com necessidades especiais. Eles justificaram ter dificuldades em atuar na sala onde tem esses “alunos especiais”, afirmando que a maior dificuldade ainda é por causa da formação, seguida da deficiência na estrutura física e nos recursos materiais e ainda encontrando falta de apoio da gestão escolar.
Compreendemos que as escolas ainda se encontram no conservadorismo e as nossas leis no idealismo, e isto indica a falta de um ponto de equilíbrio para chegar a realidade desejada. Percebe-se que o maior desafio do professor é criar espaço de formação para o trabalho do projeto pedagógico coletivo. É urgente a reestruturação da escola, de maneira que passe a responder as necessidades reais, respeitando as diversidades sócio-culturais. Contudo, segundo Mantoan (1997), esta não é uma responsabilidade exclusiva do professor, mas de toda comunidade escolar e da sociedade como um todo.

Foi perguntado aos professores o que eles achavam que seria necessário para que ocorresse a inclusão na escola e todos (100%) professores acreditam que deve haver uma reestruturação física, melhoria na formação acadêmica e aumento do número de disciplinas que falem acerca da inclusão. Três (33%) professores justificaram que é preciso incluir no currículo universitário disciplinas que atendam ao novo paradigma da educação inclusiva; Outros 2 acreditam que deve haver uma formação específica para os professores que forem atuar com esse público especial. Ainda 2 justificaram que deve haver um melhor preparo dos profissionais e também melhoria nos recursos e da estrutura física. Um professor acredita que deve ter uma reformulação em todos os aspectos da escola para que possa ocorrer de fato a inclusão escolar e por último um dos entrevistados afirmou que para que a inclusão aconteça antes deve existir uma prévia conscientização dos “atores da educação”. O nível das respostas dos depoentes nos traz algumas revelações acerca do meio escolar, pois além da falta de conhecimentos técnicos – metodológicos, dos professores, aliada a limitada visão política, não compreendendo a total dimensão da inclusão.

Foi questionado se a escola em que o professor trabalha tem recursos humanos e materiais suficientes para atendimento do aluno com necessidades especiais e o que faltaria para esse atendimento. Todos (100%) professores responderam que a escola onde trabalham não possui recursos adequados para atender a estes alunos.
Todos disseram que faltam nas escolas recursos humanos especializados na área, recursos didáticos e pedagógicos apropriados para trabalhar com esse aluno e preparação de toda a comunidade escolar (professores, alunos, funcionários, diretores e pais).
Mais uma vez evidencia-se a necessidade de repensar os cursos de formação dos professores. Na Declaração de Salamanca de 1994, consta que a preparação adequada de todo o pessoal da educação constitui um fator chave na promoção do progresso em direção as escolas inclusivas. Como também é importante ressaltar que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece que a educação é direito de todos, garantindo atendimento educacional especializado as pessoas com necessidades especiais.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É possível afirmar após a realização desta pesquisa a importância de se discutir a educação no Brasil sobre o prisma da inclusão, visto que a população brasileira tem como enorme desafio a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, na qual o princípio de igualdade, tão conclamado nas leis do país, seja garantido, também, a todos sem exceção, pelo acesso e permanência de iguais condições e oportunidades educacionais para que todos possam desenvolver suas potencialidades e participar ativamente da sociedade.
Neste sentido, as dificuldades encontradas na pesquisa de campo com os professores, permitiram através do referencial teórico, perceber o quanto o professor de Educação Física ainda não está preparado para promover a educação inclusiva de qualidade e as grandes dificuldades no relacionamento dentro e fora de sala de aula.
Como resultado principal deste trabalho, constata-se que para efetivar verdadeiramente a inclusão desses alunos na escola regular, dentre outros fatores, faz-se necessário e urgente a formação adequada dos professores para aprimorarem seu fazer pedagógico, visando o atendimento às necessidades individuais de seus alunos; aquisição de materiais e recursos para o trabalho específico; apoio de outros profissionais da área (psicólogos, terapeutas, pedagogos, etc.); eliminação das barreiras arquitetônicas na maioria das escolas; melhoria das condições de trabalho, etc.
Existem, portanto, alguns desafios a serem vencidos para que o processo de inclusão dos alunos com necessidades especiais aconteça: a educação deve ser voltada para todos os indivíduos envolvidos no processo educacional; respeitar as diferenças individuais atentando a diversidade humana; adaptar o processo de ensino-aprendizagem às necessidades do aluno; sensibilizar e conscientizar os professores, pais, alunos e comunidade para um papel mais ativo em prol da escola inclusiva.
Sendo assim, é de vital importância que as diretrizes norteadoras da educação nacional contemplem todos os alunos e que a escola necessita ser de qualidade, pautada nos princípios de respeito às individualidades, livre de qualquer forma de preconceito, compreendendo a aprendizagem como processo de construção contínuo de cada indivíduo na interação com o outro.
Somente dentro desse contexto interativo é possível facilitar o desenvolvimento do aluno com necessidades educacionais especiais e de suas potencialidades, para que possa interagir na vida educacional e social. Mas, para o êxito desta proposta de inclusão, que está no bojo do ideal da educação para todos, é preciso que os professores sejam preparados convenientemente, tanto nos aspectos teóricos, práticos e metodológicos para trabalhar adequadamente com todos os alunos. Para isto, faz-se necessário que os cursos de licenciatura plena em Educação Física forneçam a devida instrumentalização aos professores que fizerem parte de seus programas de estudo, como também são importantes: os sistemas de apoio aos alunos, professores e família; cobrar as autoridades legais que as leis sejam de amparo as pessoas com necessidades especiais sejam cumpridas.
Concluindo, podemos afirmar que a singularidade é a característica principal do ser humano, não existindo pessoas iguais. A diversidade é uma realidade em nossa sociedade, e o respeito a diversidade é fundamental. É preciso acreditar, confiar e criar oportunidades para o desenvolvimento do potencial de cada um, no seu limite e em suas capacidades reais. Assim, a convivência é um dos princípios básicos no processo da inclusão e na reciprocidade entre todas as crianças.
A diversidade faz a diferença, viva a diversidade!

 

REFERÊNCIAS:

BRASIL. Curso de capacitação de professores multiplicadores em Educação Física adaptada. MEC: 2002.

CARNEIRO, Maria Sylvia Cardoso. A integração de alunos considerados especiais nas redes públicas de ensino – um olhar Vygotskiano.

CARVALHO, Rosita Edler. A nova LDB e a educação especial. Rio de Janeiro: WVA, 2000.

CORREIA, Luiz de Miranda e CABRAL, Maria do Carmo de Macedo. Alunos com necessidades educacionais na classe comum. Editora Portugal: 1997.

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Sobre os princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. Espanha: Salamanca, 1994.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. Editora: 1994.

GLAT, R.Integração Social dos Portadores de Deficiência:Uma Reflexão. Rio de Janeiro, Ed. Sette Letras,1998.

GODOFFREDO, Vera Lucia Flor Sénéchal de. Como formar professores para uma escola inclusiva? In: Salto para o futuro: educação especial: tendências atuais. Ministério da educação: SEED, 1999.

MAGALHÃES, Rita de Cássia B. (org.) Reflexões sobre a diferença: uma introdução à educação especial.

MANTOAN, Maria Tereza Eglér. A integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. SENAC, 1997.

MAZZOTTA, M. J. S. Educação especial no Brasil: história e políticas públicas. SP: Cortez, 1996.

MEDINA,J. Educação Física Cuida do Corpo e da Mente,São Paulo, Ed. Papirus, 1992.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (PCNs): Educação Física. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. vol. 7.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (PCNs): Educação Física. 2 ed. Secretaria de Educação Fundamental. Rio de Janeiro: DPSA, 2000.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: ADAPTAÇÕES CURRICULARES, Brasília: MEC/SEF/SEESP, 1999.

RIBAS, João B. Cintra. O que são pessoas deficientes. SP: Brasiliense, 1993.

RIBAS, João. Preconceito contra as pessoas com deficiência. SP: Cortez, 2007.

ROSADAS, S. C. de. Educação Física e Prática Pedagógica: portadores de deficiência mental. Vitória: UFES. Centro de Educação Física e Desportos, 1994.

SASSAKI, R. K. Inclusão. Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.

SEYBOLD, A. Educação Física Princípios Pedagógicos.Rio de Janeiro, Ed. Ao Livro Técnico, 1994.

STAINBACK, Susan; STAINBACK, William. Inclusão um guia para educadores.  Porto Alegre: Editora Artmed, 1999.

NOTA:
Ramon Missias Moreira é Mestrando em Saúde Pública pelo Programa de Pós Graduação em Enfermagem e Saúde- PPGES/UESB. Pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação Física, Esportes e Lazer- NEPEEL/UESB/CnPq.  Especialista em Atividade Física, Educação e Saúde para Grupos Especiais pela Faculdade da Cidade do Salvador. Bolsista de Pesquisa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior- CAPES. Graduado em Educação Física pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-Brasil. E-mail: ramonefisica@hotmail.com

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