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29 Sep 2007

Caracterização das alteraçãoes do equilíbrio em indivíduos portadores de síndrome de down em diferentes tipos de bipedestação com e sem constrangimento visual

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O Objectivo do nosso estudo foi caracterizar alterações do equilíbrio em indivíduos portadores de Síndrome de Down em diferentes tipos de bipedestação com e sem constrangimento visual. Para tal delineamos os seguintes objectivos específicos: avaliar a área de migração…

Autor(es): Ana Sofia Ferreira Salgado Abreu
Entidades(es):
Congreso: III Congreso Nacional Ciencias del Deporte
Pontevedra– 29-31 de Marzo de 2007
ISBN: 84-978-84-611-6031-0
Palabras claves: Síndrome de Down, Equilíbrio e Centro de Pressão.

Resumo caracterização das alteraçãoes do equilíbrio em indivíduos portadores de síndrome de down

O Objectivo do nosso estudo foi caracterizar alterações do equilíbrio em indivíduos portadores de Síndrome de Down em diferentes tipos de bipedestação com e sem constrangimento visual. Para tal delineamos os seguintes objectivos específicos: avaliar a área de migração e velocidade de deslocamento do centro de pressão em diferentes posições (pés à vontade de olhos abertos e fechados;; e pés juntos de olhos abertos e fechados). Material e Métodos: Este estudo foi efectuado sobre uma amostra constituída por 11 indivíduos com Síndrome de Down de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 18 e 33 anos sendo a sua média de idades de 25,43 (±1,41) anos. Para este estudo utilizamos uma plataforma de força Bertec AM 4060-15. Resultados: A análise do equilíbrio demonstrou que a base de apoio mais estável é a posição de pés à vontade sem constrangimento visual. Esta estabilidade vai baixando quando a base de suporte diminui e quando existe constrangimento visual. Conclusão: Como principais conclusões podemos salientar que os indivíduos portadores de Síndrome de Down apresentam alterações de equilíbrio nos diferentes tipos de bipedestação e na condição de constrangimento visual

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Contenido disponible en el CD Colección Congresos nº3.

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Abstract

The objective of our study was to characterise the equilibrium on individuals affected by Down’s syndrome in different types of positions with and without vision. That is why we have analysed specific situations such as evaluating the reaction force of the ground and the migration of the centre of pressure in different positions (standing position and open and closed eyes; e feet together and open and closed eyes). Material and methodologies: This study was based on a sample consisting of 11 individuals affected by the Down’s syndrome of both genders, age between 18 and 33 being the average age of 25,43 (± 1,41). For this study we used a platform of force Bertec AM 4060-15. Results: The analysis of the equilibrium demonstrated that the base of more steady support is the position of feet to the will without vision. This stability goes lowering when the support base diminishes and when visual constant exists.Conclusion: As main conclusions we can point out that the carrying individuals of Syndrome of Down present alterations of equilibrium in the different types of positions and without vision.

1. Introdução

A trissomia 21 é a designação científica que identifica a maior causa de deficiência mental de origem genética, calculando-se que exista cerca de um milhão de pessoas com trissomia 21 em todo o mundo. A trissomia 21, também designada em termos morfológicos (fenótipo) Síndrome de Down (SD) ou ainda “mongolismo”, define-se como uma alteração cromossomica do par 21, pela presença total ou parcial de um cromossoma (autossoma) extra nas células do organismo, ou por alterações de um dos cromossomas do par 21 por permuta de partes com outro cromossoma de outro par de cromossomas. Estas alterações genéticas modificam todo o desenvolvimento e maturação do organismo e, inclusivamente, alteram a cognição do indivíduo portador da síndrome. Em crianças com SD é comum observarmos uma evolução desarmónica e movimentos estereotipados. Esta desfasagem pode ser compensada através de um planeamento psicomotor bem direccionado, que lhe irá proporcionar experiências fundamentais para a sua adaptação. É fundamental reafirmarmos o proposto pela Educação Física, que certifica, que o corpo não pode ser separado da mente e suas funções se completam tornando-os parte um do outro, deste modo, é de extrema importância a realização de actividade física para desenvolver o corpo e a mente de uma forma harmoniosa, permitindo o desenvolvimento e definição da personalidade de cada Ser Humano. Segundo Weeks et al. (2000) diversos artigos e estudos têm sido publicados acerca das dificuldades motoras, do desenvolvimento, da saúde e das anomalias neurológicas dos portadores de SD. Na área do desenvolvimento motor, do controlo e das capacidades coordenativas da população especial, foram sempre explicadas e comparadas com conceitos usados com populações normais. Contudo, o desenvolvimento específico de pessoas com SD é baseado num sistema de soluções pertinentes da hereditariedade biológica e da interacção com o meio envolvente. Recentemente, as investigações encontram-se muito mais interessadas em estudar os mecanismos de controlo e coordenação motora usando um processo orientado de análise. É nesta perspectiva de estudos acerca dos mecanismos de controlo motor, assim como do equilíbrio, que se torna relevante identificar as causas de instabilidade corporal numa perspectiva de melhorar a sua independência e contribuir assim para uma melhor qualidade de vida. No que diz respeito ao equilíbrio, este é considerado uma habilidade que qualquer pessoa com SD possui de menos comum (Sherril, 1998). Esta autora afirma que nesta área, eles tendem a obter um desempenho de 1 a 3 anos abaixo das outras pessoas com o mesmo nível de atraso. Os défices no equilíbrio e na coordenação podem ser explicados não só nos contrastes físicos, mas também nas disfunções do sistema nervoso central. O controlo do equilíbrio postural é uma tarefa permanente na actividade humana. Através dele conseguimos manejar com determinado padrão de eficiência os objectos de uso quotidiano, de forma a orientá-los para as nossas necessidades, destacando o papel da manutenção de uma postura erecta para a locomoção, manipulação de instrumentos, entre outros. Este pode ser um indicador do desenvolvimento de padrões coordenados de movimento, à medida que este controlo depende do posicionamento do centro de massa (CM) do corpo. Num amplo sentido, o controlo postural abrange todos os movimentos que o corpo pode efectuar, desde movimentos que apenas necessitem de utilizar uma articulação, até aos movimentos mais complexos (Amadio et al., 1997). Deste modo a “postura em pé” tem sido um marco na evolução da espécie humana e fundamental para a realização da maior parte das suas actividades, assumindo-se que o corpo está em equilíbrio quando a soma das forças e dos momentos que agem sobre este são iguais a zero (Pelligrini et al., 1999). Uma abordagem mais actual para avaliar o equilíbrio em indivíduos com SD debruça-se sobre a investigação de variáveis específicas relacionadas com o controlo postural, e o principal parâmetro em estudos do equilíbrio na plataforma de força é o cento de pressão (CP), que é o ponto de aplicação da resultante das forças verticais, actuando na superfície de apoio (Winter, 1995). Segundo a literatura, Zatsiorsky e Duarte (2000), explicam que é possível, através de estudos estabilométricos, quantificar as alterações corporais, predizer e calcular a deslocamento do CP, a área do estabilograma e a velocidade. Posto isto, a estabilometria é um método de análise do equilíbrio postural por meio de quantificação das oscilações do corpo nos eixos antero-posterior (y) e médio-lateral (x) que são analisadas em termos de deslocamentos do CP (Oliveira et al., 2000). Perante o exposto, a nossa área de intervenção recaiu sobre a Biomecânica, sendo evidente e comprovado a nível mundial a sua evolução e desenvolvimento de métodos e procedimentos utilizados nos mais variados ramos e nas mais diversas pesquisas científicas, relacionados com o aparelho locomotor. Esta ciência trata de analisar, quantificar e compreender relações básicas entre as forças actuantes, movimentos e/ou deformações resultantes do tecido. O nosso estudo possui um carácter científico e incidiu sobre uma amostra de sujeitos portadores de SD, tendo sido traçado como principal objectivo a Caracterização das alterações do equilíbrio bípede em indivíduos com Síndrome de Down em diferentes tipos de bipedestação e com ou sem constrangimentos visuais.

2. Material e Métodos

2.1. Caracterização da amostra

Este estudo incidiu sobre uma amostra constituída por 11 indivíduos portadores de SD, sendo 6 do sexo feminino e 5 do sexo masculino. Os sujeitos da amostra têm idades compreendidas entre os 18 e os 33 anos, sendo a sua média de 25,43 (±1,41) anos, a média da estatura desta amostra é de 157,8 (± 8,35) cm e um peso corporal médio de 64,90 (± 9,57) Kg. Foram recolhidos os dados referentes ao peso e à altura dos indivíduos (conforme Quadro 1), para obter o peso médio corporal utilizou-se uma balança e estes encontravam-se descalços e vestidos com calça e t-shirt. A altura foi medida com uma fita métrica, com os indivíduos descalços e encostados à parede. A selecção desta amostra foi realizada a partir de um grupo de 20 indivíduos com SD. Serviram como critérios de exclusão da amostra, os sujeitos portadores de SD com deficiência mental grave.

2.2. Material e Instrumentos utilizados

Para a realização do nosso estudo foram utilizados: uma plataforma de força, um amplificador, um conversor analógico-digital e um computador. A plataforma de força Bertec AM 4060-15 encontrava-se ligada a um amplificador Bertec AM 6300, com ganhos pré-definidos (de dez vezes, excepto para Fz – apenas cinco vezes) e com um filtro passa-baixo 10Hz. Este por sua vez conectava com um conversor analógico-digital Biopac de 16 bits. Este conversor encontrava-se ligado a um computador (PC) no qual estava instalado um software Acknowelege 3.2.5. (ACK), tornando possível analisar o comportamento das componentes da força de reacção do solo (FRS). A frequência de amostragem foi de 500Hz. Os dados recolhidos através da plataforma de força, foram adquiridos de uma forma sincronizada com os dados relativos à pressão plantar utilizada.

2.3. Posição do Sujeito

A recolha de dados foi efectuada em quatro situações: 1. Apoio bipodal não constrangido; 2. Apoio bipodal com os pés juntos; 3. Apoio bipodal não constrangido com os olhos fechados (olhos vendados); 4. Apoio bipodal com os pés juntos com os olhos fechados. Foi pedido a cada sujeito da amostra para permanecer sobre a plataforma de forças o mais imóvel possível, com os membros superiores relaxados ao longo do corpo em cada uma das situações acima definidas. Procedeu-se à recolha dos sinais com todos os sujeitos da amostra de olhos abertos fixando uma cruz na parede a uma distância de 3,20 cm do sujeito (Debû et al., 2001), durante um período de quinze (15) segundos. Tal período foi definido após se ter efectuado uma simulação com um indivíduo portador de SD, tendo se verificado que, a partir dos 15 segundos não era possível recolher mais dados com precisão, uma vez que o sujeito ficava saturado da posição em que se encontrava, movendo-se continuamente.

2.4. Estudo Cinético – “Análise do deslocamento do Centro de Pressão”

A principal grandeza física medida neste estudo foi o CP através da plataforma de forças. A plataforma de forças (através dos seus sensores) é capaz de medir as três componentes da força, Fx, Fy e Fz, e os três componentes do momento, Mx, My e Mz (x, y e z, são as direcções antero-posterior, médio-lateral e vertical, respectivamente). A área de migração do CP (ACP) foi calculada com base nas componentes horizontal (x) e vertical (y), obtidas através do quociente entre os momentos (Mx e My) e Fz: x = My / Fz ; y = Mx / Fz. Após o cálculo de x e y, procedeu-se à identificação dos respectivos máximos e mínimos para o calculo da amplitude ( ) de x e y e a respectiva área de migração do CP. 2.4.1. Variáveis em estudo As variáveis em estudo foram: 1. Área de deslocamento do CP; 2. Amplitude de migração do CP; 3.Velocidade de migração do CP.

2.5. Procedimentos Estatísticos

Neste estudo foram utilizados procedimentos estatísticos, segundo os quais para cada uma das variáveis foram determinados os parâmetros de tendência central, um parâmetro de dispersão, a média e o respectivo desvio padrão. Para avaliar a possível existência de associação entre as variáveis, nomeadamente as áreas de migração do CP nas quatro posições, determinou-se o coeficiente de correlação de Pearson. O nível de significância estabelecido foi de ?=0,01.

3. Resultados – “Análise do Deslocamento do CP”

3.1. Variabilidade para a Área de Migração do CP

Para a análise da área de migração do CP foram utilizados dois procedimentos distintos relativamente ao respectivo cálculo. No primeiro processo procedeu-se ao cálculo da área do CP com o intuito de perceber a projecção da imagem da migração do CP, ou seja, compreender a densidade da área de migração do CP e perceber a proporção pixel/imagem relativamente à plataforma de força (área 1). No segundo processo calculou-se a área de migração do CP através do cálculo clássico, isto é, a multiplicação entre as amplitudes em X e em Y [ACP = (máximo de X – mínimo de X) * (máximo de Y – mínimo de Y)] (área 2). Pela observação do deslocamento do CP, verificámos que existe uma maior migração do CP quando o indivíduo permanece com os membros inferiores juntos. No entanto esta migração é claramente superior quando o sujeito permanece sobre a plataforma com constrangimento visual (conforme Figura 1).

Figura 1. Deslocamentos típicos do CP, em diferentes bases de apoio.

Figura 1. Deslocamentos típicos do CP, em diferentes bases de apoio.

Pelos valores apresentados na figura 2, verificámos também que existe menor área de migração na posição de pés à vontade com e sem constrangimento visual. Podemos ainda observar que a diferença existente entre a média na posição de pés juntos sem constrangimento visual e pés à vontade com constrangimento é pequena no entanto verifica-se que existe maior variabilidade em relação à amostra total na base de apoio de pés à vontade de olhos fechados.

Pelos valores apresentados na figura 2

Pelos valores apresentados figura 3, podemos verificar que a alteração visível relativamente à área anteriormente calculada incide sobre a posição de pés à vontade com constrangimento visual, uma vez que possuiu valores um pouco superiores relativamente à posição de pés juntos sem constrangimento visual.

Figura 3. Área de migração do CP, nas quatro posições, expressa em m².

Figura 3. Área de migração do CP, nas quatro posições, expressa em m².

3.1.1. Comparação de Médias entre a Área de Imagem da Migração do CP (1) e a Área de Migração do CP (2) Na figura seguinte salienta-se as diferenças das médias entre a área de imagem da migração do CP e a área de migração do CP, e constatou-se que a média da área de migração do CP é sempre superior à média da área de imagem da migração CP nas quatro bases de apoio. Verificou-se que entre a posição de pés juntos, de olhos fechados, e a posição de pés à vontade, de olhos abertos, existem diferenças significativas entre ambas as áreas.

Figura 4. Comparação das Áreas de migração do CP, nas quatro posições, expressa em m².

Figura 4. Comparação das Áreas de migração do CP, nas quatro posições, expressa em m².

Na sequência do estudo da comparação entre o cálculo da área de migração, apresentamos a figura 5, onde pode ser observado o domínio do quociente entre ambas as áreas para a posição de pés à vontade. Ainda é possível observar que as médias do quociente entre as áreas são menores nas posições com constrangimento visual, sendo a base de apoio de pés juntos a que apresenta a menor média de quociente.

Figura 5. Quociente entre as Áreas de migração do CP, nas quatro posições, expressa em m².

Figura 5. Quociente entre as Áreas de migração do CP, nas quatro posições, expressa em m².

Segue-se a apresentação dos coeficientes de correlação entre as duas áreas calculadas (1. área de imagem da migração do CP; 2. área de migração do CP), para as diferentes bases de apoio. Nos quadros 2 e 4 podem ser observadas as correlações na posição de pés à vontade com e sem constrangimento visual. Já no que se refere às posições de pés juntos com e sem constrangimento visual podem ser observados nos quadros 3 e 5.

Quadro 2. e 3. Coeficientes de Correlação entre as área de imagem da migração do CP (1) e a área de migração do CP (2) nas posições de pés à vontade e de pés juntos sem constrangimento visual.

Quadro 2. e 3. Coeficientes de Correlação entre as área de imagem da migração do CP (1)

Quadro 4 e 5. Coeficientes de Correlação entre as área de imagem da migração do CP (1) e a área de migração do CP (2) nas posições de pés à vontade e de pés juntos com constrangimento visual.

Quadro 4 e 5. Coeficientes de Correlação entre as área de imagem da migração do CP (1)

Observou-se um elevado coeficiente de correlação entre a área 1 e a área 2 na posição de pés à vontade com constrangimento visual (r=0.990). Salientamos a correlação mais fraca (r=0.752), entre as quatro bases de apoio, tendo esta ocorrido na posição de pés juntos sem constrangimento visual, em oposição a uma correlação significativa na mesma posição, mas com constrangimento visual.

3.2. Variabilidade para a Amplitude entre X e Y

Na sequência dos resultados apresentados anteriormente, considerou-se pertinente a verificação das diferenças das médias entre a amplitude de variação no sentido médio-lateral (X) e anteroposterior (Y), para as diferentes bases de apoio. Podemos verificar a partir da figura 6, que existe média superior relativamente à amplitude em X e em Y nas posições de pés juntos com e sem constrangimentos visuais, o que permite afirmar maiores oscilações na direcção médio-lateral e antero-posterior nestas bases de apoio. Salientamos ainda, que se verificaram maiores oscilações no sentido antero-posterior em todas as bases de apoio, excepto na posição de pés juntos sem constrangimento visual, onde se constata uma oscilação maior no sentido médio-lateral. Através da figura 6, podemos também constatar que, existem diferenças significativas para ambas as oscilações entre as posições de pés à vontade, de olhos abertos e pés juntos, de olhos fechados.

Figura 6. M édia relativa ao valor da amplitude do sinal em X e em Y, na área do CP, expressa em m, nas diferentes posições.

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3.3. Variabilidade inerente à Velocidade do deslocamento do CP

O resultado da análise da velocidade revelou as diferenças das médias da velocidade de deslocamento do CP nas diferentes bases de apoio que podem ser observadas através da figura 7. Verificou-se proximidade dos valores encontrados para a posição de pés juntos com e sem constrangimentos visuais, no entanto a média da velocidade é superior para a base de apoio de pés juntos com olhos fechados. A média da velocidade de deslocamento é menor para ambas as posições de pés à vontade, sendo menor na posição sem constrangimento visual.

Figura 7. Média da velocidade de deslocamento nas diferentes bases de apoio, expressa em m/s.

Figura 7. Média da velocidade de deslocamento nas diferentes bases de apoio

4. Discussão de Resultados relativos à Análise do Equilíbrio através de Estabilometria

No presente estudo, descrevemos a variabilidade do CP durante a postura erecta o mais imóvel possível, em função das diferentes posições de equilíbrio relativas à base de suporte e avaliamos o papel da informação visual nestas situações. Três variáveis foram escolhidas para descrever o equilíbrio postural: a área de migração, a amplitude em X e em Y e a velocidade de deslocamento do CP. Relativamente à área de migração do CP percebemos claramente que, ao realizarmos o cálculo da área de imagem da migração do CP relativamente ao número de pixeis, obtínhamos informações mais concretas da densidade da própria área de migração; no entanto, não somos capazes de descrever ou demonstrar a dispersão e migração do CP em relação à plataforma de forças. Ou seja, utilizando estes dois processos de cálculo da área de migração do CP conseguimos obter uma análise mais pormenorizada relativamente a esta migração, uma vez que conseguimos perceber as dispersões e migrações do CP e, em simultâneo, possuímos um cálculo de área mais preciso relativamente a este deslocamento. Constatamos que os valores médios encontrados para a área 1 de migração do CP, foram sempre inferiores aos encontrados para a área 2. Foi possível perceber que as diferenças superiores existentes entre estas duas áreas ocorreram nas posições com constrangimento visual, sendo mais acentuada na posição de pés juntos. Tal facto permite-nos especular acerca da possibilidade de a área 2 apresentar valores superiores devido à maior dispersão ocorrida pelo CP, sendo comprovada nas posições com constrangimento visual, uma vez que o CP migrou bastante mais do que nas outras bases de apoio mas, no entanto, a densidade da sua área 1 não foi tão elevada comparativamente com as das outras áreas nas diferentes bases de apoio. Este fenómeno é concordante com o exposto por Amadio et al. (1999) e Zatsiorsky e Duarte (2001), autores que afirmam que a postura ortostática tem como área de base de apoio a área de cada um dos dois, que pode ser representada por um rectângulo, com comprimento igual ao do seu apoio e largura determinada pela dimensão de ambos os pés. Verificámos neste estudo que, ao recorrer ao cálculo da área de migração através do rectângulo definido pela base de apoio, esta será normalmente superior. Segundo os estudos apresentados por Muniz et al. (2001) e Pellegrini et al. (1999), os maiores valores da área de deslocamento do CP nas posições extremas, poderiam ser explicados pelo simples aumento da instabilidade nestas posições. O aumento progressivo dos valores da área de migração do CP é justificado, por Muniz et al. (2001), como resultado de uma estratégia do Sistema Nervoso para receber mais informações aferentes para a manutenção do equilíbrio. Os valores da área de migração do CP encontrados no nosso estudo, permitem-nos colocar algumas hipóteses relevantes relativas à estabilidade do indivíduo. Sendo que verificámos que a área 1 apresenta valores médios inferiores à área 2, se analisarmos a relação existente entre o quociente entre estas duas áreas, conseguimos perceber o nível de estabilidade da nossa amostra nas diferentes bases de apoio, isto é, à medida que o valor do quociente entre as duas áreas se aproxima de um, podemos afirmar que as oscilações são menores e o indivíduo permanece mais próximo de um equilíbrio quase estático (maior estabilidade). Deste modo, verificámos que na posição de pés à vontade sem constrangimento visual, este quociente se aproximou mais de um, permitindo-nos estimar que, nesta base de apoio, a migração do CP foi menos prenunciada ao passo que nas posições com constrangimento visual podemos verificar a existência de valores inferiores de quociente o que implica um maior deslocamento do CP. Isto é, o sujeito necessitou de oscilar mais vezes para conseguir manter uma posição de equilíbrio o mais imóvel possível. Duarte e Zatsiorsky (2001) realizaram um estudo sobre uma amostra de onze adultos voluntários, para analisar a informação visual e os limites de estabilidade, tendo concluído, tal como nos permitem os nossos resultados, que a média da área de migração do CP foi duas vezes superior na posição de pés à vontade sem visão em relação à posição de pés à vontade de olhos abertos. Sustentaram, ainda a ideia de que o papel do sistema visual no controlo da postura erecta consiste essencialmente na produção de correcções da posição do CG. Estes resultados e interpretações dos dados são concordantes com os do nosso estudo, que demonstraram também como a informação visual influencia o estado e manutenção do equilíbrio postural, uma vez que nesta condição a amostra revelou valores superiores relativamente à área de migração do CP, e ainda o facto das oscilações na direcção médio-lateral e antero-posterior serem superiores nas posições com constrangimento visual. Ao contrário dos estudos efectuados por Amadio et al. (1999), os nossos resultados demonstraram que a variação da amplitude do CP não apresenta maiores variações apenas em função das mudanças de apoio, mas também nas mudanças das condições de visão. Tal como os estudos desenvolvidos por Duarte e Zatsiorsky (2001), verifica-se que, na condição de olhos abertos, quando comparada com uma condição de olhos fechados, ocorre um aumento significativo da manutenção do equilíbrio nas posições instáveis. Uma outra interpretação importante que retiramos do nosso estudo e que corrobora os estudos disponíveis na literatura, é o facto de, em situações de adopção de uma postura que implica maior complexidade de controlo inter-articular, como sendo o caso de pés juntos, o sistema visual apresentou um influência mais reduzida. Uma análise mais cuidadosa dos resultados mostra, no entanto, que as diferenças significativas que ocorreram representariam a quantidade da actividade reguladora. Nessa categoria estariam incluídas as medidas de velocidade. As outras medidas, tais como a área do CP, representariam a qualidade ou a eficiência dos sistemas de controlo. Se esta hipótese estiver correcta, os nossos resultados permitiriam sugerir que existe uma maior actividade dos sistemas de controlo do equilíbrio quando o indivíduo se encontra numa situação de olhos fechados, sem que, no entanto, esse aumento seja acompanhado de alterações na eficiência do controlo. Porém, outros autores, como Imbirida et al. (2001), apresentam uma nova interpretação destes resultados, no qual sugerem que uma maior área de deslocamento seria resultado de uma estratégia do sistema nervoso para receber mais informações espaciais para a manutenção do equilíbrio. Podemos verificar que a falta de informações sensoriais não implica necessariamente a perda de equilíbrio, mas o aumento de possibilidade de ocorrências de instabilidade postural, tal como Mochizuki et al. (1999) constataram igualmente. A velocidade de deslocamento do CP, entretanto mostrou-se mais elevada na posição de pés juntos com constrangimento visual. Segundo estudos realizados por Duarte e Zatsiorsky (2001), a maior velocidade média do CP observou-se nas condições com constrangimento visual. Tal facto deve-se à maior oscilação do CP, como o indicado pela variável área, que levou a um maior deslocamento. Os resultados obtidos relativamente a esta variável, nas diferentes bases de apoio, estão de acordo com os resultados obtidos por Oliveira et al. (2000). Estes autores concluíram, igualmente, que os valores da velocidade de deslocamento do CP são superiores para a posição de pés juntos, mas foram inferiores aos valores da velocidade de deslocamento do CP no nosso estudo. Também Santana e Gonçalves (2001) efectuaram um estudo sobre uma amostra de crianças obesas e concluíram que a velocidade de deslocamento do CP para a posição de pés juntos de olhos fechados era superior à posição de pés juntos de olhos abertos. Os resultados deste estudo foram também inferiores aos valores da velocidades de deslocamento do CP da nossa amostra. Estas diferenças podem ser imputadas às características da amostra em estudo. Em relação à velocidade de deslocamento na posição de pés à vontade com e sem constrangimento visual verificamos que os resultados da velocidade deste deslocamento, foram similares aos dos estudos efectuados por Daubney et al. (1999). Relativamente às oscilações que apresentaram maiores valores no nosso estudo ocorreram na direcção antero-posterior, o que está de acordo com os resultados dos estudos realizados por Winter et al. (2003) e Mochizuki et al. (1999). Estes autores descrevem baixos índices de oscilação postural na direcção médio-lateral comparada com a direcção antero-posterior. Tal facto parece sugerir, também de acordo com os autores citados, que as pessoas controlam mais facilmente a postura durante movimentos voluntários na direcção médio-lateral. Verificou-se uma similaridade entre os nossos resultados e os de Souza et al. (2001), relativamente à maior amplitude de variação no sentido anteroposterior, comparativamente à amplitude de variação no sentido médio-lateral, na posição de apoio bipodal com pés à vontade. Tais resultados também se encontram de acordo com os estudos realizados por Oliveira et al. (2000), autores que referem que, na posição de pés juntos, o limite de estabilidade é menor da direcção médio-lateral comparativamente com o limite de estabilidade na direcção anteroposterior. Em relação à variabilidade nas amplitudes em X em Y ficou comprovado que as oscilações no sentido médio-lateral foram superiores na posição de pés juntos sem constrangimento visual. Nas posições com constrangimento visual, os valores da amplitude em X revelaram-se muito próximos das oscilações antero-posteriores, com a excepção da posição de pés à vontade e de olhos abertos. Estes resultados estão de acordo com os dos estudos efectuados por Amadio et al. (1999), uma vez que estes autores também concluíram que na posição de pés à vontade, de olhos abertos, são menores os valores de oscilação no sentido médio-lateral apresentados. Ainda segundo estes autores, as oscilações no sentido antero-posterior estão relacionadas ao movimento do tornozelo. Confirmando esta ideia, Winter (1995) explica que estas oscilações, que se relacionam com a solicitação da musculatura do tornozelo, solicitam frequentemente a estratégia da anca, a qual se tem verificado como sendo uma importante contribuição nas oscilações no sentido antero-posterior. Como todos os resultados são originados de posturas que se mantiveram estáveis durante o período de recolha, os valores máximos representam quanto o sistema pode suportar oscilação sem comprometer a sua estabilidade (Amadio et al., 1999). Segundo Mochizuki et al. (1999), existe uma alteração interessante relativamente ao aumento considerável do movimento do CP na direcção médio-lateral. Os movimentos do CP na direcção antero-posterior e médio-lateral estão desacoplados, ou seja, são independentes entre si, significando que os mecanismos de controlo são diferenciados nessas direcções. Winter et al. (2003), indicam que o principal mecanismo de controlo postural na direcção médio-lateral observado no CP é desempenhado pelos abdutores e adutores da anca, no mecanismo de transferência do peso entre um apoio e outro, ou aumentando as forças horizontais relacionadas com o atrito do solo. Também Santana e Gonçalves (2001), demonstraram que o controlo da estabilidade médio-lateral ocorre na anca, enquanto o antero-posterior ocorre principalmente no tornozelo, mas com o auxílio do joelho e da anca. Por haver mais articulações e músculos envolvidos, os autores acreditam que a estabilidade no sentido antero-posterior talvez seja melhor controlada em indivíduos obesos. Aceitando esta possibilidade, podemos sugerir que foi o que realmente se evidenciou neste estudo relativamente aos valores das amplitudes em X em Y, uma vez que as oscilações foram quase sempre superiores no sentido antero-posterior, talvez pelo facto de ser uma população especial e a maioria destes indivíduos apresentar um peso superior ao que seria normal dado a sua altura. Ainda relativamente à posição de pés juntos, observou-se uma maior amplitude de oscilação no sentido médio-lateral. Contudo, não é possível afirmar, nesta condição de reduzida base de apoio, que este aumento se deve a uma contribuição acrescida por parte do controlo dos músculos da anca, ou se, por outro lado, estes jovens com trissomia 21, assumem, nesta posição, a estratégia preferencialmente desenvolvida numa base de suporte mais estreita, como sendo a estratégia do tornozelo para o controlo das oscilações médio-laterais. Esta questão é relevante na medida em que, segundo Horak (1999), é necessário uma adequada informação proprioceptiva para a utilização da estratégia do tornozelo, ao passo que para recorrer à estratégia da anca já é necessário, sobretudo, informação vestibular. Por fim, e ao observarmos os nossos resultados, podemos induzir que na posição de pés juntos com constrangimento visual, a utilização da estratégia do tornozelo pode ter sido prejudicada quando a informação visual lhes foi condicionada e, deste modo, assumir que, possivelmente, tal factor é responsável pela menor oscilação na direcção médio-lateral ocorrida nesta posição.

5. Conclusão

No âmbito do nosso estudo da variabilidade da migração do CP podemos concluir que foram atingidos os objectivos propostos, podendo salientar-se as principais conclusões: • Nos indivíduos portadores SD existem diferenças na equilibração associada a diferentes tipos de bipedestação e à condição de presença ou ausência de constrangimento visual, no processo do controlo postural; • Observou-se diferenças de médias relativamente à área de migração do CP entre as quatro bases de apoio, sendo o valor desta área superior na posição de pés juntos, de olhos fechados e inferior na posição de pés à vontade, de olhos abertos. Tal valor inferior deve-se ao facto do afastamento normal dos pés proporcionarem uma maior área de sustentação do que quando unidos (aumentando, assim, o índice da média da área à medida que a base de suporte diminui). Tal conclusão está de acordo com a nossa hipótese, visto existirem diferenças relativamente à área de migração do CP nas diferentes bases de apoio; • As oscilações médias na direcção antero-posterior foram sempre superiores às oscilações na direcção médio-lateral nas posições de pés à vontade, com e sem constrangimento visual, e na posição de pés juntos com constrangimento visual. De salientar que nesta posição as oscilações médias de ambas as direcções assumiram valores muito próximos. Relativamente à posição de pés juntos sem constrangimento visual, verificou-se que os valores médios mais elevados ocorreram na direcção médio-lateral. Tal conclusão está de acordo com a nossa hipótese, pelo que existirem diferenças relativamente à amplitude de migração do CP nas diferentes bases de apoio; • A velocidade de migração do CP atingiu valores médios superiores na posição de pés juntos com e sem constrangimento visual, sugerindo uma implicação aumentada do sistema de controlo postural numa posição menos habitual. Tal conclusão está de acordo com a nossa hipótese, pelo que existirem diferenças relativamente à velocidade de deslocamento do CP nas bases de apoio com e sem constrangimento visual.

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