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8 Jun 2012

Percepção da fisicalidade e avaliação da funcionalidade de mulheres idosas num programa de actividade física

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The body is a social creation, although it should also be regarded as a material, physical and a biological phenomenon. Besides functionality, social and body perception contributes in a very significant way to quality of life for the elderly, namely on women.

Autor(es): Joana Carvalho, Carina Novais, Paula Silva, Paula Botelho-Gomes
Entidades(es): Centro de Investigação em Actividade Física e Lazer
Congreso: VII Congreso Nacional de Ciencias del deporte y educación Física
Pontevedra – 5, 6 y 7 de Mayo de 2011
ISBN: 978-84-614-9945-8
Palabras claves: elderly women, body perceptions, functionality; mulheres idosas; percepções do corpo; funcionalidade; Personas mayores; percepciones del cuerpo; funcionalidad.

Percepção da fisicalidade e avaliação da funcionalidade de mulheres idosas num programa de actividade física

Resumen

perception contributes in a very significant way to quality of life for the elderly, namely on women. The purpose of this study was to assess body’s perceptions and evaluate functionality of elderly women that start an exercise program. A qualitative approach, employing semistructured interviews, was used to elicit body perceptions concerns amongst a group of 29 older women (mean age=70±5 years old) that begin an exercise program. Content analysis technique and interpretation was applied, after data being processed by the program QSRNVivo7. Quantitative data for physical fitness was obtained by Senior Fitness Test designed and validated to assess the physiological parameters (upper and lower body strength and flexibility, agility and dynamic balance, aerobic endurance) that support physical mobility and functionality in older adults (Rikli & Jones, 1999).The main results are: (i) the qualitative data reflect perceptions of the bodies that reveal a “sick and frail body” shown by concerns about becoming less active or able related with the existence of several physical limitations and chronic diseases; also it was evident theimportance of ‘Being Able to Do’ that reflect the social status of older women; (ii) the expectations of the exercise program are: the improvements on social relations, a more able body and aesthetics factors (lost weight);  (iii) quantitative data showed that, according to the normative values (Rikli & Jones, 1999), only flexibility was below the referee values, suggesting a good functional performance necessary for an independent daily-life. Therefore, the overall findings suggest that even in the presence of a good functionality, negative perception of the body in older women exist. 

O corpo é uma criação bioológica, física e social. Além da funcionalidade, a percepção social que a pessoa idosa tem acerca do seu próprio corpo contribui de forma significativa para a sua qualidade de vida. O objetivo deste estudo foi conhecer a percepção do corpo e avaliar a funcionalidade de 29 mulheres idosas (idade média = 70 ± 5 anos) que começam um programa de actividade física. Para aceder a estas percepções accionamos uma metodologia qualitativa aplicando entrevistas semi-estruturadas. Os dados obtidos foram tratados pela técnica de análise de conteúdo, depois de processados pelo programa QSRNVivo7. Estes dados complementaram-se com dados quantitativos de aptidão física obtidos através do Senior Fitness Testconcebidos e validados para avaliar os parâmetros fisiológicos (força do membro superior e inferior; flexibilidade, agilidade e equilíbrio, resistência aeróbia) de apoio à mobilidade física e funcionalidade em adultos mais velhos (Rikli & Jones, 1999). Os principais resultados sugerem que: (i) a percepção destas mulheres relativamente aos seus corpos revelam um “corpo doente e frágil” que se reflecte pela preocupação em se tornarem menos activas ou capazes, reportando-se a limitações físicas e doenças crónicas; (ii) as expectativas relativas ao programa de AF são: a melhoria das relações sociais; tornar o corpo mais capaz em termos funcionáis;  perder peso; (iii) de acordo com os valores normativos (Rikli & Jones, 1999), os dados quantitativos mostram que: apenas a flexibilidade encontra-se abaixo dos valores normativos sugerindo um bom desempenho funcional para uma vida independente no dia-a-dia; (iv) os resultados globais sugerem que, mesmo na presença de uma boa funcionalidade, a percepção negativa do corpo em mulheres mais velhas persiste.

El objetivo de este estudio es conocer las percepciones del cuerpo de las mujeres en edad avanzada antes de un programa multicomponente de actividad física. Los datos de las entrevistas, semi-estructuradas y de grupo, a 29 ancianas (edad media=70±5 years old) se sometieron a un análisis interpretativo tras el tratamiento de la información (QSRNVivo7). Los datos cuantitativos fueron obtenidos a través de la aptitud física de la Senior Fitness Test validados para evaluar los parámetros fisiológicos (resistencia de la parte superior e inferior, la flexibilidad, la agilidad y el equilibrio, la resistencia) para apoyar la movilidad física y la funcionalidad de los adultos mayores (Rikli & Jones, 1999). Antes del programa de actividad física, los datos reflejan: (i) representaciones sociales de un cuerpo envejecido y frágil (con dolores y limitaciones funcionales); (ii) estas mujeres buscan la actividad física por razones relacionadas con la independencia funcional y con la salud, y también con la apariencia física; (iii) los datos cuantitativos muestran un buen desempeño funcional para una vida independiente en el día a día; (iv) los resultados generales sugieren que incluso en la presencia de una buena funcionalidad, la percepción negativa del cuerpo persiste en las mujeres mayores.

Introdução

A percepção corporal e funcional construída é parte integrante da identidade do indivíduo, mutável e visivelmente não linear para os “outros”, tem significados muito mais amplos do que aqueles a que uma “fotografia” acede. Existindo ou não incongruências entre aquilo que é percepcionado pelos indivíduos, concebido por eles como real, e aquilo que é quantificável, parece delinear-se a possibilidade e o desafio de reflectir sobre as representações sociais do “corpo feminino envelhecido”.
Algumas pesquisas têm sido realizadas e são importantes fontes de entendimento daquilo que se considera ser a “fisiologia vivida” (Mcdermott, 2000) evidenciando “a consciência do corpo inseparável do mundo da percepção” (Okuma, 1998, p.35). Torna-se pertinente a interpretação de resultados acerca da fisicalidade, sugerindo estarmos perante fontes de informação diversificadas. A temática da actividade física (AF) está patente, já que a amostra de estudo (grupo de mulheres) propõe-se a integrar um programa de actividade física. Neste trabalho, sugere-se a importância de uma abordagem objectiva através da aplicação de testes de aptidão física e funcional e também com uma abordagem das subjectividades dos indivíduos. As vivências dos indivíduos relativamente à prática de AF permite-nos aceder às necessidades individuais relativamente à (re)significação da fisicalidade. Estudos realizados demonstraram que os efeitos da actividade física parecem negligenciar as experiências daqueles que a vivenciam (Okuma, 1998).
Propomo-nos a explorar a relação complexa entre a percepção construída da corporalidade e a quantificação da aptidão física e funcional de mulheres idosas. O “corpo percebido” (percepções dos indivíduos) e o “corpo medido” (valores obtidos nos testes de aptidão física e funcional) não são corpos diferentes e/ou distanciados. O que subjaz ao “corpo percebido” são imperativos, disciplinas, valores e normativas sociais que integram o objecto último de uma abordagem que se pretende interpretativa e que acusa a construção real do processo de envelhecimento no feminino através do corpo. As mulheres parecem percepcionar o corpo com maior fragilidade em comparação aos homens (Neri, 2001). O corpo envelhecido reflecte materialmente o avanço da idade e a mulher integra-a, não cronologicamente, mas existencialmente (Montepare, et al, 1989) tendo também em consideração a expectativa dos “outros”. Incessantemente sob o olhar dos outros, as mulheres experimentam a distância entre o corpo real e o corpo ideal, ao qual tentam uma aproximação. Tendo necessidade do olhar do outro para se constituírem, são continuamente orientadas pela avaliação da sua aparência corporal e pela forma como o apresentam (Bourdieu, 1999).

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Sujeitos e Métodos

A amostra é constituída por 29 mulheres com idades compreendidas entre os 60 e os 83anos (idade média=70±5) que se propõem a integrar um programa estruturado de actividade física generalizado durante 10 meses com 2 sessões semanais de treino. A amostra é criteriosa. Os critérios de inclusão incluíram as mulheres:com idade superior a 60 anos;funcionalmente independentes no seu quotidiano; sem prática regular de exercício formal no último ano (participação em exercícios moderados a vigorosos durante 20 minutos ou mais, pelo menos duas vezes por semana); Neste trabalho sugere-se a importância da interpretação dos dados quantitativos e qualitativos. Relativamente aos dados quantitativos procedeu-se à avaliação da aptidão física e funcional. No que se refere aos dados qualitativos, é a técnica daentrevista semi-estruturada que permitiu a recolha de vivências, percepções e interpretações face ao corpo em função dos quadros de referência dos próprios. Para avaliarmos a aptidão física das mulheres idosas utilizamos a bateria de testes Senior Fitness Test (SFT; Rikli & Jones, 1999). As entrevistas foram integralmente transcritas em registo informático, incluindo-se pausas, hesitações, dúvidas e interjeições. As informações foram sujeitas a uma análise do conteúdo tendo como unidade de registo o tema, e recorrendo-se ao programa QSR NVivo7.

Resultados e Discussão

Do corpo percebido ao corpo medido: aptidão física e funcional
As vivências e percepções da corporalidade evidenciam a idade como uma referência que, ainda que seja em si mesmo um critério social, parece ser encarada pelas entrevistadas como um indicador visível de envelhecimento. As referências aos “problemas próprias da idade” evidenciam os efeitos da doença, da perda de mobilidade e capacidade funcional e das modificações ao nível da aparência corporal na qualidade de vida.
A referência que se segue evidencia que a percepção do corpo envelhecido não se centra fundamentalmente na idade cronológica enquanto marcador rígido das experiências de envelhecimento, já que a “idade” não é percebida por elas como um conceito padronizado cronologicamente.
Os meus maiores problemas são as ancas e fora disso, fiz o exame ao coração e os problemas que tenho são próprios da idade porque eu não vou ser sempre jovem. Tenho também o colesterol alto e com tendência a subir, a minha tensão esteve sempre certa, embora ultimamente me tivesse subido, mas tenho tomado medicamentos. (Joana, 67 anos)
As significações destas mulheres relativamente ao “corpo envelhecido” referem essencialmente a consequência do tempo na fisicalidade nos termos funcionais e no que se refere à aparência física. As categorias que emergiram dos dados sugerem uma conceptualização do corpo envelhecido enquanto “corpo doente” e permitem uma estrutura interpretativa da fisicalidade através das limitações impostas pela vivência da doença e pelas implicações do decréscimo de mobilidade e capacidade funcional. Para estas mulheres, a percepção do corpo adquire uma dimensão existencial, porque transporta a percepção de “(in)capacidade” de gerir a vida quotidiana e a realidade social. Vejamos o testemunho de uma mulher de 70 anos:
Não posso fazer qualquer esforço, por exemplo, não posso subir escadas e principalmente descê-las. E não posso trazer sacos de compras e fazer certos serviços de casa, por exemplo, passar a ferro. O resto, vou fazendo, aspirar, coisas que não sejam muito tempo, assim uns dez minutos, sem fazer seguido. Estou limitada em certas coisas. (Maria, 70 anos)
As representações sociais associadas às idosas, em sentido amplo, consideram que o avanço da idade é, nas sociedades actuais, caracterizado por um processo de perdas e como condição evidente de decadência. Expressões como: “quero fazer mais algo e o corpo já não responde” ou “não me sinto bem com o facto do corpo já não ajudar” conferem ao corpo o estatuto do protagonista que materializa estas proposições. Simbolicamente, estas expressões surgem como “reflexo do espelho, do olhar sobre a montra” evidenciando-se como “imperfeições” e “deficiências” e percepcionando-se enquanto características que decorrem “naturalmente” de um organismo que se deteriora com o tempo. O corpo, exposto aos obstáculos, parece aproximar-se da ideia de deterioração inevitável, naturalizando-se como frágil e débil (Debert, 1999). Não é somente a vivência da temporalidade na corporalidade que expressa um corpo frágil e débil, é sobretudo a presença da feminilidade que em interacção com a idade, a etnicidade e a classe social coloca a mulher numa posição de dependência simbólica relativamente à sua fisicalidade. No enquadramento destas significações, as entrevistadas assumem um discurso de responsabilização individual. Este padrão aceita que as mulheres idosas possuam menos capacidades físicas, aceita também que o aumento destas dificuldades tenham consequências no desempenho das mesmas na sociedade, e neste sentido, aceita a perda de autonomia física e social.
Nesta abordagem pretende-se explorar a relação complexa entre o “corpo” e a sua representação, e por isso, fará sentido também compreender o que quantitativamente se observa. As alterações biológicas são evidentes, existindo diferentes medidas que quantificam essa realidade. De seguida apresentam-se os dados referentes à avaliação inicial da aptidão física e funcional (Quadro n.º1).

Entende-se por representação social um conjunto de proposições e explicações que se criam na vida quotidiana no decurso da comunicação entre os indivíduos (Moscovici, 1981).

 

Quadro n.º1 – Aptidão física e funcional (AFF) da amostra e respectivos valores normativos da bateria SFT (para mulheres entre os 70-74)

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A comparação entre os valores obtidos nos testes e os valores normativos da bateria SFT (Rikli & Jones 1999b) permite-nos adiantar que as participantes do estudo apresentam valores superiores aos normativos no que se refere à força dos membros superiores (MS) e inferiores (MI) e no que toca à resistência aeróbia. No que respeita à força, tem sido considerado que, muita da deterioração da funcionalidade física está associada à perda da força muscular. Os dados obtidos reflectem valores superiores aos normativos nos membros superiores e inferiores. Estes valores sugerem que estas mulheres têm, em princípio, uma boa capacidade de realização de actividades diárias, de mobilidade, funcionalidade e autonomia física (Carter et al., 2001). Relativamente à resistência aeróbia, estudos realizados mostraram a importância desta componente de aptidão física para a autonomia e saúde das idosas (Bouchard et al., 1993; Hawkins e Wiswell, 2003). Uma fraca aptidão cardiorespiratória tem sido associada à dependência física, à fraca qualidade de vida e à doença cardiovascular, aspectos que se consideram factores de risco de morbilidade e mortalidade (Hawkins e Wiswell, 2003).
Os testes de flexibilidade encontram-se abaixo dos fixados como normativos para os membros superiores e inferiores. Neste sentido, e considerando a flexibilidade como fundamental nos termos da autonomia funcional das pessoas idosas (Spirduso et al., 2005), tudo sugere que possa existir algum grau de desconforto e limitação da autonomia de acção no desempenho nas actividades quotidianas por parte destas idosas (Shephard, 1997). Para além da sua influência na funcionalidade dos idosos, a flexibilidade desempenha igualmente um papel importante sobre a saúde desta população. Um aumento nos níveis de flexibilidade para esta população, além de permitir uma melhoria na autonomia e funcionalidade e evitar lesões da coluna vertebral, pode incrementar o equilíbrio e tonicidade muscular, ajudando a prevenir quedas, sendo esta a maior causa de incapacidade entre os idosos (WHO, 2002). A capacidade de realização de actividades diárias e de uma boa mobilidade física requer também um nível mínimo de agilidade e equilíbrio porque indica a capacidade de realizar movimentos corporais rápidos e de curta duração. O confronto dos valores das idosas da nossa amostra com os valores normativos estabelecidos por Rikli & Jones (1999) mostra que, embora o valor médio obtido se encontre um pouco abaixo do indicado, está muito próximo do limiar que as considera ágeis e com equilíbrio. Assim, atendendo a que tais qualidades físicas actuam como predictores da capacidade funcional, uma vez que reúnem condições para que a pessoa idosa consiga realizar as tarefas do dia-a-dia de modo satisfatório, estes resultados sugerem a existência de uma boa capacidade física para executar as actividades da vida diária de forma segura e autónoma.
A AF surge como elemento potenciador da qualidade de vida da população, nomeadamente da pessoa idosa, na medida em que, para além dos aspectos directamente relacionados com a saúde, o seu nível de independência funcional e autonomia quotidiana está dependente de um bom desempenho motor, tornando a prática regular de AF, seja ela formal ou não formal, determinante neste escalão etário (Carvalho & Mota, 2008). A inactividade física associada aos processos patológicos pode ter um papel relevante na origem das incapacidades uma vez que pode levar ao declínio de parâmetros físicos como a força e a resistência muscular, a resistência aeróbia, a flexibilidade, e outras habilidades motoras (potência, agilidade e equilíbrio), que por conseguinte, pode levar a incapacidade de realizar tarefas simples do dia-a-dia (cuidados pessoais compras ou trabalhos domésticos) (Rikli & Jones, 1999). O que podemos perceber é que o nível reduzido de actividade física e o número crescente de doenças crónicas que geralmente acompanham o envelhecimento, frequentemente, criam um ciclo vicioso onde, doenças e incapacidades reduzem o nível de actividade física, o que, por sua vez, tem efeito negativo na capacidade funcional, aumentando as incapacidades decorrentes das doenças, agravando-as ou ainda, favorecendo a instalação de outras patologias, afectando de forma negativa o estado de saúde e qualidade de vida do idoso (Spirduso et al., 2005). Dentro deste contexto, o aumento da AF e desportiva como promotora da aptidão física e funcional torna-se, assim, um dos objectivos da saúde pública nacional, devendo ser promovida durante todas as fases da vida do ser humano, com particular ênfase nos escalões etários mais velhos.

Conclusão

A “incongruência” entre as percepções de si e o estado físico medido objectivamente está patente quando as entrevistadas enaltecem um corpo como marcadamente incapaz e limitado no que se refere à percepção da sua funcionalidade. As percepções das entrevistadas aproximam-se mais das representações sociais que as consideram “um grupo vulnerável” do que aos resultados dos testes que as enaltecem como um grupo com bons indicadores de força muscular (nos membros superiores e inferiores), de resistência aeróbia e de tempo de actividades moderadas.
Estes dados acrescentam uma perspectiva positiva e permitem questionar a premissa de que a representação do corpo envelhecido corresponde a um conjunto de características naturalizadas (debilidade, fragilidade). Isto é, os dados sugerem que a percepção da impossibilidade ou da mera dificuldade de transportar o corpo, movê-lo, utilizá-lo parece ter uma presença disciplinar nas atitudes e na vida destas mulheres. Embora estas não entendam tais proposições como mistificações incontornáveis é possível adiantar que se percepcionam com menor aptidão física e funcional do que aquela que é passível de se medir objectivamente. Dito isto, subestimar as capacidades físicas/pessoais e responsabilizar individualmente a “incapacidade” é simplificar o real com descrições redutoras.
O envolvimento com a actividade física é perspectivado por estas mulheres como sendo importante para alcançar um “corpo saudável”. A expectativa de independência funcional é percebida como sendo a via para manter o estatuto social na sociedade, isto é, o corpo funcional mais capaz projecta-se na possibilidade de (re)colocação do corpo social. Estas pistas apontam que estas mulheres anseiam moverem-se no espaço social através do domínio da sua própria corporalidade no seu sentido funcional.
Deste modo, a prática de actividade física surge como um instrumento de diálogo e dedicação ao corpo. Assume-se como um projecto positivo para estas mulheres porque expressa os desejos de uma existência transformada, sito é, projecta a redescoberta da possibilidade de “agir”.

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