“Que relação entre aptidão física e a postura corporal? Estudo realizado em crianças de 10 e 11 anos”
Resumen
Principalmente nas grandes cidades, as crianças passam grande parte do tempo em espaços de reduzidas dimensões e as suas actividades de lazer pautam-se por uma vincada passividade como ver televisão, accionar jogos electrónicos e manipular pequenos brinquedos que minimizam a actividade física, muitas vezes em posições viciosas que comprometem as estruturas corporais. Parece-nos, portanto, pertinente estudar e perceber se os indivíduos com melhor aptidão física apresentam menor incidência de alterações da postura, como desvios e desequilíbrios posturais. Foi utilizada uma amostra de 162 crianças, (das quais 86 são do género feminino e 76 do masculino) de 10 e 11 anos, que representam o universo de 344 alunos de uma Escola do Ensino Básica do Concelho de Penafiel, que frequentam o 5º e 6º ano. Para avaliação da aptidão física foram utilizados os testes Índice de Massa Corporal (IMC), Extensão de Braços, Abdominal, Extensão Tronco, Senta-e-Alcança e Corrida da Milha, constantes na bateria de testes Fitnessgram. Na avaliação da postura corporal foi aplicado um teste de observação directa com registo de imagem em suporte digital. A observação foi realizada nos planos Coronal, vista posterior e Sagital vista lado esquerdo, com o sujeito em posição ortostática. Foram estabelecidos pontos anatómicos de referência, de acordo com os descritos na literatura e constam em protocolo (Fransoo, 2003; Kendall, Mccreary e Provance, 1995; Valsilyeva e Lewit, 2003). Da análise dos dados referentes à aptidão física relacionada à saúde parece resultar a informação que 85,4%, dos sujeitos testados apresentam níveis de aptidão física “abaixo da zona saudável”. Nos resultados da avaliação postural observamos que 98,8% dos sujeitos apresentam alterações à postura. No plano coronal, a maior incidência de desequilíbrios regista-se para o lado esquerdo, 52,8% dos casos. No plano sagital 56,5% dos casos registam alterações com desequilíbrio anterior. Este comportamento é comum para ambas as idades e géneros. Os dados permitem-nos concluir que os sujeitos estudados apresentam alguns factores